A água é um recurso natural fundamental para a produção animal, devendo estar disponível em quantidade e qualidade. Ela é utilizada:
Não devemos esquecer, no entanto, que a água é um recurso natural finito, portanto, é dever de todos assegurar a oferta de água de forma sustentável.
A água constitui a maior parte da composição corporal total dos suínos e a proporção de água no corpo muda com a idade. Constitui mais de 80% do peso corporal de um suíno de 1 dia de idade, mas em um suíno de 5 meses de idade a água representa cerca de 50% do peso corporal (THACKER, 2001).
Comumente os nutricionistas se prendem apenas à qualidade e à composição química dos ingredientes para balanceamento de dietas de modo a suprir as exigências dos diversos nutrientes (proteína, fibra, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais), esquecendo-se da qualidade da água, nutriente tão importante quanto os demais.
Dito isso, a água pode e deve ser considerada o mais importante elemento potencializador das ações higiênico-sanitárias, desde que seja adequadamente tratada.
No Brasil foram estabelecidos diversos parâmetros a serem respeitados, onde, segundo a resolução normativa nº 357 (CONAMA, 2005) que classifica as águas, de acordo com seu uso, definindo padrões de qualidade que devem ser atendidos, e ainda define que as águas destinadas à dessedentação animal devem estar dentro dos padrões exigidos para Classe 3.
Para o termo “qualidade da água” é necessário compreender que ele não se refere necessariamente a um estado de pureza, mas às características químicas, físicas e biológicas e que, conforme essas características, são estipuladas diferentes finalidades para a água (MERTEN & MINELLA, 2002).
Dados do IEPEC (2008) descrevem como água de baixa qualidade aquela que: – Apresenta elevada acidez ou alcalinidade. – Presença de sulfetos de hidrogênio, de sulfatos de ferro e manganês. – Alto conteúdo de sólidos totais dissolvidos. |
Com relação à contaminação destacam-se a alta contagem de bactérias (Coliformes fecais ou não, Streptococcus, Pseudomonas), população elevada de algas verdes ou azuis, presença de produtos químicos.
Elementos potencialmente tóxicos aos animais são:
– alumínio;
– arsênio;
– bário;
– boro;
– cádmio;
– cobalto;
– cobre;
– ferro;
– chumbo;
– mercúrio;
– níquel;
– selênio e
– zinco
O cloro é um agente desinfetante que penetra nas células dos microrganismos presentes na água (especialmente bactérias) e reage com suas enzimas. Ao impedir que essas enzimas funcionem, o cloro destrói os microrganismos e desinfeta a água.
O cloro, quando aplicado corretamente, neutraliza 100% das bactérias em 20 minutos de contato. No entanto, o poder bactericida do cloro pode sofrer interferência de aspectos como pH, turbidez e dureza, entre outros.
Por exemplo, pH 7, ou abaixo, promoverá ação desinfetante muito eficaz na neutralização de bactérias. Já acima de 7, a ação bactericida do cloro fica menor.
Quando a água é ácida (↑ H +) há predominância de formação do HOCl (ácido hipocloroso). Quando a água é alcalina (↓ H +) ocorre uma reação de ionização, onde o HClO é quebrado em OCl- (íon hipoclorito) + ½ H +. Isto é muito importante porque o ácido hipocloroso (HOCl) e os íons hipoclorito (OCl) possuem eficiência germicida muito diferentes, pois a eficiência germicida do ácido hipocloroso (HOCl) é 80 vezes maior que do íon hipoclorito (OCl).
A preservação e o uso consciente dos recursos naturais têm sido cada vez mais debatidos, pois a humanidade já começa a sentir os efeitos do mau gerenciamento dos recursos naturais, sendo que os animais de produção são diretamente impactados pela quantidade e qualidade da água disponível em toda a cadeia produtiva. Por estes motivos cabe a todos nós o esforço conjunto na preservação e sustentabilidade deste bem tão precioso que é a água.
Referências
Sob consulta do autor