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Bem-estar animal sob a visão do consumidor

O bem-estar animal é um assunto relevante e cada vez mais comum entre bilhões de consumidores ao redor do mundo, porém ainda novo no cenário da pecuária brasileira e de países emergentes, principalmente quando comparamos com países europeus como a Inglaterra, que tem uma tradição de mais de 60 anos trabalhando com os conceitos dessa ciência no campo. Desta forma, nestes países há mais informação e por conseguinte melhor conscientização dentro de toda a cadeia produtiva.

 

Nos países em desenvolvimento a falta de informação a respeito do tema não se aplica apenas aos consumidores, mas também por aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos com a produção animal. Esse cenário é prejudicial à ciência do bem-estar, pois ações simples que poderiam ser aplicáveis a nível de campo não são executadas pela simples falta de informação e conscientização.

Essa falta de entendimento sobre o tema, leva à definições equivocadas, tais como, as que definem o bem-estar como um tema amplo e subjetivo e não como uma ciência que pode ser medida de forma objetiva. A falta de informação e erro julgamental sobre o bem-estar como ciência, dificulta sua aplicabilidade levando a um erro castro de subjetividade.

No Brasil, estes erros conceituais a respeito do tema são observados tanto em técnicos que trabalham diretamente com os animais, bem como na população em geral.

Bonamigo et al., (2012) e Barcelos et al. (2011) argumentam que o conhecimento do cidadão brasileiro leigo em relação aos sistemas de produção animal é baixo. Corroborando que o tema deve e pode ser muito explorado no Brasil e em outros países em desenvolvimento.

A falta de informação dentro das cadeias pecuárias a respeito do tema vai na contramão da sociedade civil. Observa-se, cada vez mais, o aumento da preocupação da sociedade sobre os impactos de seus hábitos de consumo, particularmente no setor de alimentos.

Se, por um lado, a produção industrial intensiva cresce globalmente, por outro, as preocupações éticas com o bem-estar dos animais usados nesses sistemas também são cada vez mais prevalentes.

Esta informação pode ser observada no relatório de 2015 do Hartmann Group, “Transparência 2015: Estabelecendo Confiança com os Consumidores”, em que quase metade dos consumidores declarou que gostaria de ter mais informações sobre como os animais são tratados na cadeia de produção. Essas preocupações são ecoadas por quase todas as outras pesquisas de mercado sobre tendências de consumo dos últimos anos. De acordo com o 2014 Food Issues Trend Tracker, mais de dois em cada três consumidores dizem que o bem-estar animal é um fator significativo em suas decisões de compra.

Neste mesmo caminho o Innova Market Insight de 2017, relata que a demanda dos consumidores por transparência na produção de alimentos foi incorporada a toda a cadeia de suprimentos. Da mesma forma, a Whole Foods Market mostrou em seu relatório de 2018 que o interesse pelo bem-estar animal é uma das principais tendências no setor de alimentos. Esta é também a principal conclusão de uma pesquisa realizada pela Mintel, que mostra que 74% dos consumidores apontam o bem-estar-estar animal entre os principais fatores que tornam uma marca ética.

 

Leia também: Bem-estar animal no transporte e abatedouro

Fonte: SUINOCULTURA: UMA SAÚDE E UM BEM-ESTAR.

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