Brasil deve se tornar 3º maior exportador mundial de carne suína em 2025, com produção de 5,55 mi de toneladas, projeta ABPA
A suinocultura brasileira deve fechar 2025 em um dos melhores momentos da sua história recente, projetando produção de até 5,55 milhões de toneladas de carne suína, acima do estimado na metade do ano, com condições de assumir o posto de terceiro maior exportador mundial já neste ano. Os números e projeções foram apresentados pelo presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, na manhã desta quarta-feira (3/12), em coletiva à imprensa em São Paulo, da qual a suínoBrasil participou.
Segundo os dados divulgados pela ABPA, a produção de carne suína deve crescer de 5,305 milhões de toneladas em 2024 para até 5,55 milhões de toneladas em 2025, com perspectiva de chegar a 5,7 milhões de toneladas em 2026. Santin ressaltou que o fechamento projetado para 2025 supera a estimativa apresentada pela entidade na metade do ano, em grande parte puxado pelo aumento do peso médio de abate dos animais.
Brasil deve se tornar 3º maior exportador mundial de carne suína em 2025, com produção de 5,55 mi de toneladas, projeta ABPA
Na mesma linha, as exportações devem avançar de 1,353 milhão de toneladas em 2024 para até 1,49 milhão de toneladas em 2025, o que representa crescimento entre 10% e 11% em relação ao ano anterior. Para 2026, a projeção da ABPA chega a 1,55 milhão de toneladas embarcadas.
De acordo com Santin, esse desempenho confirma um ritmo de expansão das vendas externas mais forte do que o da produção total, sem, contudo, retirar produto do mercado interno. Os números de disponibilidade doméstica e consumo ajudam a sustentar esse argumento.
A ABPA projeta que a oferta de carne suína para o mercado brasileiro suba de 3,952 milhões de toneladas em 2024 para até 4,06 milhões em 2025, podendo alcançar 4,15 milhões em 2026. No consumo per capita, a estimativa é de avanço de 18,6 kg/habitante/ano em 2024 para 19 kg em 2025 e 19,5 kg em 2026.
Santin sublinhou que, mesmo com exportações crescendo mais rápido, “há leve ganho de disponibilidade interna e de consumo per capita”, reforçando que a expansão do comércio exterior convive com mais carne no prato do brasileiro.
No cenário internacional, o presidente da ABPA destacou que 52% do volume de carne suína importado pela China no mundo é composto por miúdos, um segmento em que o Brasil ainda tem espaço para crescer. Os casos de PSA (Peste Suína Africana) em javalis na Espanha, importante fornecedor europeu desse tipo de produto, e as restrições associadas abrem uma oportunidade adicional para os exportadores brasileiros.
Santin observou que esse avanço depende da avaliação técnica das autoridades chinesas sobre os pedidos para habilitação de produtos de estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Rondônia.
Brasil deve se tornar 3º maior exportador mundial de carne suína em 2025, com produção de 5,55 mi de toneladas, projeta ABPA
Outro ponto de atenção é o papel das Filipinas, destacadas por Santin como o principal mercado atual da carne suína brasileira. O país, que costumava produzir entre 1,5 e 1,6 milhão de toneladas, vem mantendo a produção na casa de 1 milhão de toneladas em função dos impactos da PSA, com mais de 130 ocorrências registradas em 2025 e 31 focos ainda ativos.
- A projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) era de que as Filipinas importassem pouco mais de 600 mil toneladas neste ano, mas, até setembro, as compras já somavam 689 mil toneladas, 20% acima do mesmo período do ano anterior, devendo chegar a cerca de 800 mil toneladas até dezembro.
A ABPA avalia que o país deve permanecer como principal importador de carne suína brasileira por pelo menos mais um ou dois anos, com expectativa de crescimento em torno de 12% nas importações em 2026. Com esse conjunto de fatores (produção maior que a prevista, exportações em alta de dois dígitos, espaço aberto por concorrentes afetados pela PSA e demanda firme em mercados asiáticos), a mensagem central de Santin à cadeia produtiva foi de otimismo responsável.
As projeções da ABPA indicam que há fôlego para crescer nas vendas externas e, ao mesmo tempo, ampliar a presença da carne suína no mercado doméstico, desde que o setor siga investindo em sanidade, eficiência produtiva e acesso a novos mercados.
Brasil deve se tornar 3º maior exportador mundial de carne suína em 2025, com produção de 5,55 mi de toneladas, projeta ABPA
Brasil deve se tornar 3º maior exportador mundial de carne suína em 2025, com produção de 5,55 mi de toneladas, projeta ABPA
