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Brasil permanece como melhor alternativa global para o fornecimento de carne de frango

Escrito por: Allan Maia - Análise e Consultoria - SAFRAS & Mercado , Fernando Iglesias - Graduado em Ciências Econômicas pela FAE – PR, atua como especialista de Safras & Mercado no setor de carnes (boi, frango e suíno) há 12 anos. Desenvolve relatórios estratégicos, pesquisas e projeções econométricas que formam a base da tomada de decisão segura de negócios, investimentos e gestão de risco para os profissionais das diferentes cadeias do agronegócio brasileiro.

Brasil permanece como melhor alternativa global para o fornecimento de carne de frango

 A avicultura de corte brasileira é uma incontestável potência dentro do Setor Carnes mundial, com grandes diferenciais na comparação com os grandes concorrentes, são elas:

O Brasil é o segundo grande produtor de carne de frango em nível mundial, além de ser o maior exportador. A excelência do Brasil na produção de carne de frango é notável, com aprimoramentos na parte da genética, refino das técnicas de manejo e nutrição animal de altíssima qualidade. Tudo isso oferece as condições necessárias para que o Brasil produza e exporte grandes volumes de carne de frango;

O Brasil conhece como ninguém as exigências da demanda global, suas particularidades, como por exemplo as preferências de cortes a serem negociados a seus diferentes parceiros. Pode se citar também as exportações de frango halal, segmento em que o país é líder disparado em vendas, fidelizando clientes em todo o mundo que seguem os preceitos do islamismo;

Além de possuir o entendimento da demanda global o Brasil também desfruta de bom relacionamento com seus pares. O estreitamento dos laços diplomáticos com diversos países ao redor do mundo permite a realização de acordos que ofereçam vantagens ao Brasil. A recente remoção da tarifa antidumping pela China é um exemplo claro desse tipo de situação;

A carne de frango brasileira, assim como as demais proteínas conta com preços muito atrativos, produto dos custos relativamente baixos para produzir carne, somado a questões macroeconômicas, a exemplo da fragilidade cambial, que mantém uma excelente competitividade das commodities agrícolas brasileiras no mercado internacional;

As questões que envolvem biosseguridade são um enorme diferencial para o mercado brasileiro, enquanto os demais produtores de carne de frango patinam no combate a Influenza Aviária, o Brasil se depara com focos da doença que não atingiram aves comerciais, ficando restritos a animais selvagens e aves de fundo de quintal. Ou seja, sem prejuízos para o status sanitário brasileiro. Europa, Estados Unidos, Ásia, África do Sul, ainda lutam contra os transtornos causados pela Influenza Aviária, abrindo um espaço cada vez maior para os produtos avícolas brasileiros.

De acordo com dados de SAFRAS & Mercado o Brasil deve exportar em torno de 5 milhões de toneladas nesta temporada, leve crescimento no comparativo com o ano passado.

A exportação global será de 13,82 milhões de toneladas, ou seja, o Brasil responderá por mais de um terço da corrente de comércio global em 2024.

Os diferenciais aqui listados colocam o Brasil de maneira disparada como melhor alternativa de fornecimento global de carne de frango. Agora serão elencadas as questões intrínsecas aos concorrentes brasileiros e como eles tendem a perder mercado no decorrer do ano corrente.

A começar pelos Estados Unidos, que além das dificuldades inerentes a Influenza Aviária tem como prioridade o atendimento de sua demanda doméstica.

O ano é bastante difícil para a produção de carne bovina norte-americana, com o rebanho local na pior posição desde os anos 70. Desta forma as proteínas concorrentes terão papel fundamental para atender a robusta demanda do país por proteínas de origem animal.

De acordo com o USDA os Estados Unidos devem embarcar em torno de 3,21 milhões de toneladas, abaixo das 3,304 milhões de toneladas exportadas no ano passado.

Além disso, os Estados Unidos se deparam com uma estrutura de custos mais inchada para produzir proteínas de origem animal, o fortalecimento do dólar em um ano em que a aversão ao risco ganha os holofotes entre fundos e investidores em geral reduz a competitividade das commodities norte-americanas no mercado internacional.

O cenário traçado em relação a União Europeia apresenta desafios adicionais se comparado aos Estados Unidos.

Como concorrente brasileiro é importante mencionar dois exportadores que não contam com tamanha tradição no mercado internacional. Caso da Tailândia e da Ucrânia, a grande vantagem que esses players dispõem é a logística, com boas condições de fornecer produto para o mercado asiático e europeu.

No caso da Ucrânia, apesar do interminável conflito com a Rússia, haverá crescimento dos embarques nesta temporada, devem ser embarcadas em torno de 440 mil toneladas de carne de frango, com possibilidade de exportar via transporte rodoviário com destino à Europa.

No caso da Tailândia é enorme a facilidade em fornecer produto ao mercado asiático, em particular para a China. O país deve exportar em torno de 1,12 milhão de toneladas, ligeiro crescimento se comparado as 1,098 milhão de toneladas que foram exportadas ao longo do ano passado.

Mesmo com uma geografia privilegiada tailandeses e ucranianos pecam no entendimento da demanda global, na escala de produção e nos preços.

O quadro global é muito claro, o Brasil se consolida como grande alternativa de fornecimento para a carne de frango.

Este cenário deve se tornar cada vez mais representativo no decorrer desta década. Para a indústria frigorífica brasileira, exportar é um excelente negócio.

O grande ponto para o mercado brasileiro é que não são todas as empresas que acessam o mercado internacional, o que gera disparidades na formação de receitas setoriais. 

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