Complexo das Doenças Respiratórias em Suínos: Desafios e Oportunidades na Suinocultura Moderna
O Complexo das Doenças Respiratórias em Suínos (CDRS) é uma doença multifatorial que afeta o sistema respiratório dos suínos. É causado por uma combinação de agentes patogênicos bacterianos e virais, fatores ambientais e práticas de manejo.
O CDRS é um problema importante na indústria suinícola em todo o mundo e pode resultar em perdas econômicas significativas devido à:
- Redução das taxas de crescimento,
- Aumento das taxas de mortalidade e
- Diminuição do desempenho produtivo.
Agentes infecciosos respiratórios
Patógenos primários são definidos como aqueles capazes de infectar o animal como o primeiro patógeno único e, em seguida, facilitar uma coinfecção secundária ou oportunista.
Esses patógenos primários incluem bactérias comuns, como:
- Actinobacillus (A.) pleuropneumoniae altamente virulento,
- Mycoplasma () hyopneumoniae e
- Vírus comuns, como o vírus da influenza suína (SIV).
Entre os patógenos secundários, são relatadas bactérias comuns, como cepas de menor virulência de A. pleuropneumoniae, Glaesserella (G.) parasuis, Bordetella (B.) bronchiseptica, Pasteurella (P.) multocida e Streptococcus (S.) suis. Em conjunto, os patógenos primários e secundários estão envolvidos no CRDS.
O CDRS é mais comumente observado em suínos em fase de engorda, com taxas de mortalidade variando de 2 a 10% e taxas de morbidade variando de 10 a 40%.
Os sinais clínicos frequentes do CDRSS incluem:
- Tosse
- Febre
- Dispneia
- Diminuição da ingestão de alimentos
- E até mesmo pneumonia fatal.
A gravidade do CDRS pode ser influenciada por diversos fatores, como idade dos suínos, estado imunológico e condições ambientais.
Sinais clínicos
Em casos graves, o CDRS pode levar a pneumonia, pleurisia e outras infecções secundárias.
A gravidade da doença pode ser influenciada por diversos fatores, como idade dos suínos, estado imunológico e condições ambientais. As lesões mais comuns observadas durante avaliações post-mortem são pneumonia e pleurisia.
Os testes diagnósticos podem incluir ensaios sorológicos, reação em cadeia da polimerase (PCR), cultura bacteriana e histopatologia. Uma abordagem diagnóstica minuciosa é essencial para identificar os patógenos subjacentes e orientar o tratamento adequado e medidas de prevenção.
Diagnóstico
O diagnóstico inicialmente envolve a avaliação clínica dos animais, incluindo a observação de sinais clínicos. Além disso, exames laboratoriais desempenham um papel fundamental no diagnóstico preciso do CDRS. Testes sorológicos, como a técnica de ELISA, permitem detectar a presença de anticorpos específicos contra os patógenos respiratórios suínos.
Além disso, a necrópsia e o exame histopatológico dos pulmões são ferramentas importantes para identificar lesões características do CDRS.
O monitoramento de lesões pulmonares em suínos são ferramentas essenciais para avaliar os fatores de risco nas granjas e implementar medidas de prevenção ou controle.
Esse tipo de monitoramento é realizado principalmente se o veterinário pretende determinar o sucesso de programas de vacinação e saúde nas granjas. Durante a avaliação post-mortem, os órgãos respiratórios dos suínos são examinados minuciosamente em busca de sinais de CDRS, como lesões nos pulmões, traqueia, coração, fígado e cavidade torácica.
A avaliação também pode envolver a colheita de amostras para análises laboratoriais, incluindo fragmentos de tecido, suabes nasais, traqueais e pulmonares, que podem ser usados para confirmar a presença de patógenos.
O monitoramento contínuo da saúde dos suínos é essencial para identificar precocemente a presença de patógenos respiratórios, avaliar a eficácia das medidas de controle e prevenção adotadas e tomar decisões adequadas de manejo e tratamento.
O monitoramento regular por meio de exames clínicos e laboratoriais permite um diagnóstico rápido e preciso, contribuindo para a prevenção de surtos e redução de perdas econômicas na suinocultura.
Transmissão
O surgimento e a propagação do CDRS nos rebanhos são influenciados por diversos fatores.
Além disso, condições ambientais inadequadas, como má ventilação e alta umidade, podem criar um ambiente propício para o crescimento e a propagação de agentes infecciosos.
As vias de transmissão mais comuns para o CRDS incluem:
- Contato direto entre suínos infectados e suscetíveis,
- Disseminação de aerossóis contaminados no ar,
- Contato com objetos ou superfícies contaminadas e
- Transmissão vertical da fêmea para os leitões.
A movimentação de suínos entre diferentes granjas ou instalações também pode contribuir para a disseminação da doença.
Controle e prevenção
O controle e prevenção do CDRS requerem uma abordagem abrangente que aborde os fatores subjacentes que contribuem para a doença.
Fatores de manejo, como densidade de suínos, ventilação e medidas de biossegurança, podem ajudar a prevenir a introdução e disseminação de patógenos. Programas de vacinação estão disponíveis para alguns dos patógenos virais e bacterianos associados ao CDRS, mas sua eficácia pode variar dependendo do patógeno e da vacina utilizada.
A falta de vacinação dos animais durante as fases de produção é considerada um fator de risco importante para a ocorrência do CDRS.
O tratamento convencional geralmente envolve o uso de antibióticos para controlar infecções bacterianas secundárias, como pneumonia, e aliviar os sintomas respiratórios. No entanto, devido ao aumento da resistência antimicrobiana e às preocupações com a saúde pública, é fundamental usar antibióticos de forma responsável, seguindo as diretrizes estabelecidas pelos órgãos reguladores.
Além disso, a vacinação desempenha um papel importante na prevenção e controle das doenças respiratórias suínas. As vacinas podem ser direcionadas para os patógenos específicos envolvidos, e ajudam a estimular uma resposta imunológica adequada nos suínos.
Além disso, medidas de manejo adequadas, como melhorias na ventilação, redução do estresse e controle da densidade populacional, podem ajudar a prevenir a disseminação de doenças respiratórias e melhorar a saúde geral do rebanho.
Dessa forma, uma intervenção terapêutica precoce e abrangente, combinando tratamento medicamentoso, vacinação e medidas de manejo adequadas, é essencial para minimizar os impactos das doenças respiratórias dos suínos e garantir o bem-estar e a produtividade dos animais.
Os medicamentos antimicrobianos têm sido amplamente utilizados para controlar o CDRS, levando ao surgimento de resistência antimicrobiana em muitas espécies bacterianas associadas à doença.
Como resultado, a busca por estratégias alternativas para controlar o CDRS tornou-se uma prioridade na suinocultura moderna. Uma das abordagens mais promissoras para reduzir a dependência de antimicrobianos é o uso de vacinas com adjuvantes tecnologicamente avançados e altamente eficientes.
Vários estudos têm mostrado a eficácia de vacinas com adjuvantes tecnológicos no controle do CDRS, reduzindo a incidência e gravidade da doença, tornando-se alternativas para diminuição do uso de antimicrobianos na produção suína.
Pesquisas recentes têm explorado novas tecnologias e abordagens promissoras para o controle do CDRS, com o objetivo de reduzir o impacto dessas doenças na suinocultura.
Uma das áreas de estudo em destaque é adoção de novas tecnologias para desenvolvimento de vacinas orais e injetáveis, que oferecem vantagens significativas, como administração mais prática e a indução de uma resposta imunológica localizada nas mucosas respiratórias, onde ocorre a entrada dos patógenos.
Essas vacinas podem estimular a produção de anticorpos secretórios que ajudam a neutralizar os patógenos no local de infecção. Além disso, avanços na biotecnologia têm permitido a criação de vacinas mais eficazes, seguras e específicas, visando múltiplos patógenos respiratórios suínos.
Conclusão
O investimento em pesquisa e desenvolvimento, aliado ao compromisso com a implementação de boas práticas de manejo, pode fortalecer a resistência dos suínos a essas doenças e garantir a sustentabilidade e o crescimento da suinocultura brasileira no futuro.
Referências Bibliográficas: Sob consulta dos autores
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