Todas as Granjas de Reprodutores Suídeos Certificadas (GRSC) que comercializam ou distribuem animais para reprodução ou sêmen, sejam elas granjas núcleos ou multiplicadoras, são monitoradas semestralmente para PSC, tuberculose, brucelose e doença de Aujeszky; a sarna sarcóptica é monitorada trimestralmente e a leptospirose, caso não haja vacinação. Para poderem vender ou distribuir seus animais, essas granjas devem estar livres das doenças monitoradas (Brasil, 2016).
Em granjas comerciais, as prevalências da tuberculose e da brucelose são muito baixas (Rosa et al., 2012; Oliveira et al., 2014a). A tuberculose, identificada pelo serviço de inspeção de carnes no abate dos suínos, aparece em aproximadamente 0,002% dos animais abatidos (Morés et al., 2007). Já a linfadenite granulomatosa, causada por micobactérias do complexo avium, aparece em menos de 0,5% dos suínos abatidos (Morés et al., 2007; Oliveira et al., 2014a). Levantamentos sorológicos realizados no plantel de reprodutores em algumas regiões do Brasil e nas granjas GRSC apontam que a brucelose suína não é um problema sanitário na suinocultura tecnificada, mas pode vir a ser um em criatórios (Rosa et al., 2012).
A doença de Aujeszky tem sido relatada no rebanho brasileiro desde 1912, e, em determinadas regiões, ocorre de forma esporádica (Schaefer et al., 2006; Ciacci-Zanella et al., 2008). No Brasil, a vacina contra essa doença é permitida, porém seu uso é controlado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para o controle oficial, somente é liberado o uso de vacinas deletadas para a glicoproteína gE viral (Brasil, 2016).
Em Santa Catarina, onde a infecção, até a década de 1990, atingia cerca de 1% das criações, foi implantado, em 2001, um programa de erradicação da infecção nos rebanhos suínos, também seguido pelos outros estados da região (Ciacci-Zanella et al., 2008).
Assim, no Sul do País, não há relatos da doença desde 2004, o que comprova o sucesso do programa, que serviu de modelo para oficialização do Programa de Controle e Erradicação da Doença de Aujeszky em Suídeos no Brasil. Programas de controle e erradicação semelhantes para esta infecção estão sendo implementados em outros estados onde a suinocultura tecnificada é importante (Groff et al., 2005; Oliveira et al., 2014b, 2015).
Fonte: Principais ameaças sanitárias endêmicas da cadeia produtiva de suínos no Brasil.