O tratamento recebido na granja pode ter repercussões no comportamento dos animais durante todas as fases do manejo, do transporte e do manejo pré-abate. Isto porque a qualidade das interações humano-animal desde o início da vida pode influenciar os comportamentos locomotores e sociais posteriores (ZUPAN et al., 2015) e a performance de leitões em tarefas cognitivas complexas (BRAJON et al., 2016).
Leitões manipulados gentilmente nas primeiras semanas de vida, mais tarde foram menos medrosos em um ambiente novo e mostraram menos medo durante interações com pessoas (DE OLIVEIRA et al., 2015).
Um tratamento semelhante durante a fase de aleitamento também gerou respostas de estresse após várias semanas após o término do tratamento aversivo e os suínos foram mais medrosos quando exposto a uma novidade, ao isolamento social e ao tratador aversivo (SOMMAVILLA, 2015).
A qualidade do manejo no início da vida pode agravar o estresse do desmame, como sugerido em um estudo em que leitões tratados aversivamente antes do desmame apresentaram maiores frequências de brigas e fuga e redução do repouso após o desmame (SOMMAVILLA et al., 2011).
Um ponto interessante é que os efeitos negativos das interações negativas no início da vida no comportamento dos suínos podem ser revertidas ou amenizadas com manejos que reduzem o estresse, como o enriquecimento ambiental (PEARCE et al., 1989; SOMMAVILLA, 2015). A qualidade do tratamento também influencia a facilidade de condução dos suínos (DAY et al., 2002), mas quando o tratamento recebido por suínos é gentil, os mesmos tendem a ter menos medo de situações de rotina que os expõem ao medo (HEMSWORTH et al., 1996).
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Fonte: Suinocultura: uma saúde e um bem-estar.