Nesta quinta-feira (28) a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou em coletiva de imprensa as projeções para o setor de aves e suínos.
A avicultura e a suinocultura do Brasil deverão registrar novos avanços neste ano. As informações são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que apresentou hoje, em coletiva de imprensa, as projeções do setor para produção, exportações e consumo de carne de frango e de carne suína do Brasil para 2022 e 2023.
Segundo as perspectivas da ABPA para a carne suína, haverá um crescimento de até 5% na produção em 2022, podendo alcançar 4,95 milhões de toneladas. Em 2023, a produção deverá chegar a até 5,1 milhões de toneladas, com elevação de 3%.
A disponibilidade de produtos para o mercado interno neste ano deverá ser até 9% maior, com 3,9 milhões de toneladas. Para 2023, a expectativa é de nova elevação, chegando a 3,95 milhões de toneladas, número 2% maior.
“A carne suína está mais competitiva que as demais proteínas, o que tem gerado um considerável impulso no consumo interno que deverá pela primeira vez atingir os 18 quilos per capita. Neste contexto, a diversificação e customização de produtos pelas agroindústrias vem gerando oportunidades interessantes e possibilitando ao consumidor descobrir a qualidade e a variedade proporcionada pela carne suína que combina com praticamente tudo. Pelo lado da produção, tivemos um primeiro semestre bastante complicado, mas tudo indica que a segunda parte do ano seja melhor, tanto no mercado interno quanto nas exportações”, analisa Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.
Por fim, as exportações projetadas pelo setor para o ano deverão alcançar até 1,1 milhão de toneladas, número 3% menor que o registrado em 2022, mas mesmo assim o segundo melhor resultado da história da suinocultura brasileira. Em 2023, entretanto, é esperada nova elevação, de até 9%, com volumes que podem alcançar 1,2 milhão de toneladas.
“Há expectativa de incremento nas importações chinesas de carne suína ao longo do segundo semestre, o que deverá favorecer as exportações do setor, conforme já temos notado. Soma-se a isto a abertura do mercado do Canadá, as reduções tarifárias da Coreia do Sul e Vietnã, além da ampliação das vendas para novos mercados, como a Tailândia. Muito possivelmente a média mensal de exportações ficará próxima das 100 mil toneladas a partir de agora”, completa Rua.
Estudo de competitividade setorial
Durante a coletiva, a ABPA apresentou pontos de um amplo estudo que detalha fatores da capacidade competitiva da avicultura e da suinocultura do Brasil.
Um dos pontos abordados no estudo foi o aumento dos insumos que compõem a produção. O polietileno utilizado na produção de embalagens acumulou alta de 61% entre 2018 e 2021, segundo o estudo.
A energia elétrica aumentou, no mesmo período, 32% – mantendo o Brasil entre os países com custos energéticos menos competitivos, em comparação com outros grandes exportadores mundiais de proteínas.
Os custos também se tornaram mais elevados na logística de exportação. A média do frete internacional por contêiner saltou de US$ 3,89 mil dólares em 2018, para mais de US$ 7 mil em 2021.
“O estudo nos mostrou que, além de repensarmos questões fundamentais para o país como a carga tributária que recai sobre os insumos, é preciso fortalecer as políticas de oferta destes elementos fundamentais para produção. Ao mesmo tempo, é fundamental aprofundar a posição do país como grande exportador, por meio da ampliação de acordos comerciais que nos tornem mais competitivos em mercados onde a taxação e outras barreiras nos acometem de forma mais severa, em relação aos nossos competidores, assim como questões logísticas que impactem o potencial exportador do país”, conclui Ricardo Santin.
O estudo será apresentado durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), maior evento dos setores no país, que será realizado entre 09 e 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo (SP).
Fonte: Assessoria de Imprensa ABPA