Função ovariana: Estabelecendo a vida reprodutiva da fêmea suína – Parte II
Maternidade e peso ao nascimento
A hiperprolificidade levou a um aumento na proporção de leitões de baixo peso ao nascer. O baixo peso ao nascimento apresenta efeitos negativos ao longo da vida produtiva do suíno. Dentre eles, podemos citar:
- Menor chance de sobrevivência até 72 horas de vida,
- Maior tempo de permanência nas instalações para alcançar o peso de abate.
Na primeira parte do artigo “Função ovariana: estabelecendo a vida reprodutiva da fêmea suína – Parte I” ressaltou-se a formação dos oócitos, desenvolvimento ovariano fetal, ciclo estral e o controle da função ovariana, bem como estratégias para a atingir a puberdade.
E nesta segunda parte do artigo serão abordados:
- Desenvolvimento folicular da matriz
- Síndrome do segundo parto
- Efeitos da nutrição e condição corporal na matriz
- Importância do estresse no desenvolvimento folicular.
Em função da distribuição desequilibrada de nutrientes e energia entre os leitões na leitegada, o desenvolvimento dos órgãos reprodutores pode ser comprometido, pois são órgãos que têm baixa prioridade no que se refere à partição daqueles elementos. Assim sendo, o potencial genético reprodutivo pode ser negativamente impactado, afetando a foliculogênese e, consequentemente, a produção de leitões devido à diminuição do número de folículos selecionados.
- Desenvolvimento folicular da matriz
Próximo ao final da lactação, a porca primípara merece especial atenção quanto à sua condição corporal, já que este período é crítico devido ao catabolismo lactacional. O desenvolvimento folicular e a uniformidade dos folículos são iniciados ao final do período de lactação e durante o intervalo entre o desmame e o estro. Embora possa haver populações de folículos de tamanho pequeno e médio durante a lactação, grandes alterações ovulatórias nos folículos só aparecem nos dias imediatamente anteriores à expressão do estro.
- Os folículos pequenos têm predominantemente receptores do FSH e seu declínio está associado a uma redução dos níveis de FSH no início da fase folicular.
- Os folículos de tamanho médio possuem receptores de FSH e LH e podem produzir níveis de estrógeno. É possível que a competição pela ligação de FSH e LH determine o crescimento e a qualidade dos folículos selecionados para ovular.
- Os folículos de tamanho grande têm, predominantemente, receptores de LH. A maioria dos dados ultrassonográficos identifica folículos grandes com média de 7 a 8 mm em estro, mas essas medidas podem variar por ordem de parto e entre porcas antes da ovulação.
As fêmeas suínas retornam ao estro entre três e sete dias após a desmama. Fêmeas primíparas apresentam folículos de menor diâmetro antes da ovulação comparadas a porcas de ordem de parto de 4 a 7.
Além disso, foi demonstrado que primíparas com espessura de toucinho mais alta ao desmame apresentam menor intervalo desmame-estro. Esses dados evidenciam a importância da condição corporal das fêmeas para o desenvolvimento folicular.
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