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Insensibilização de suínos: os diferentes métodos e suas particularidades

Escrito por: Luana Torres da Rocha - Gerente de Suprimento Suíno na Frimesa

Insensibilização de suínos: os diferentes métodos e suas particularidades

A produção de suínos pode ser considerada uma cadeia de processamento longa, considerando que entre o período de concepção dos leitões até o abate há um intervalo de 9,5 meses.

Este é somente um dos motivos elencáveis que demonstram que todas as fases de produção, inclusive o abate propriamente dito, devem ser cuidadosamente geridas para que a eficiência produtiva, o bem-estar animal e a qualidade do produto final sejam atingidos com êxito, sendo a insensibilização uma das últimas etapas cruciais para a produção animal.

O abate de suínos no Brasil, no ano de 2023, atingiu a marca de 46,5 milhões de cabeças em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal, conforme divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), produzindo assim 5,156 milhões de toneladas de carne suína. Cabe lembrar que todos os suínos abatidos no país, obrigatoriamente, são submetidos a um procedimento para promover o estado de inconsciência e insensibilidade ou até mesmo a morte instantânea.

Esse procedimento é conhecido como insensibilização e pode ser realizado através de diferentes métodos autorizados pelo MAPA. A eficácia da insensibilização inclui a imediata perda da consciência e
sensibilidade, bem como a duração desta perda até a morte do animal por meio da sangria, a qual é realizada através de:

Uma incisão no peito, seccionando o tronco braquiocefálico, interrompendo o fornecimento de sangue para as artérias carótidas e, consequentemente, cessando a irrigação sanguínea ao cérebro, causando hipóxia cerebral e subsequente morte.

Para a espécie suídea há opções nos diferente  tipos de métodos supracitados. Os métodos mecânicos (Figura 1) consistem em sistemas que ocasionam a concussão ou laceração cerebral, ou seja, o tecido cerebral é lesionado causando a perda da consciência.

Figura 1 – Insensibilizador de penetração de êmbolo retrátil e seu local de aplicação (Fonte: Accles and Shevolke)

Os equipamentos normalmente utilizados são as pistolas de dardo cativo penetrante ou não penetrante, as quais possuem êmbolos retráteis que causam laceração e lesão irreversível quando penetrativos ou somente uma contusão nas situações em que não há a penetração do êmbolo.

Em linhas de abate de suínos a insensibilização mecânica não é considerada um método ideal, devido aos fortes reflexos involuntários como, por exemplo, os movimentos de pedalagem. Entretanto, para a realização de eutanásia de suínos nas propriedades rurais ou em situações emergenciais, como acidentes de trânsito, é uma excelente alternativa pela facilidade da utilização do equipamento e eficácia.

Os métodos elétricos implicam na transmissão de corrente elétrica através do cérebro do animal, associado ou não, de aplicação do eletrodo no coração. Diante disso, podemos descrever os dois métodos existentes: eletronarcose e eletrocussão.

A eletronarcose é um método reversível que consiste na aplicação de dois eletrodos na cabeça, os quais promovem imediatamente a despolarização das células neuronais. Como o efeito é temporário, deve-se garantir uma boa eficácia para que a duração dos efeitos persista até o momento da morte, que ocorrerá somente após a sangria (choque hipovolêmico).

A eletrocussão (Figura 2), por sua vez, é o método que utiliza, além dos dois eletrodos na cabeça, um terceiro eletrodo aplicado na região cardíaca, normalmente posicionado atrás da paleta esquerda.

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