Investir em pessoas e ambientes: a receita de Luiz Felipe Caron para resultados sustentáveis
Durante o 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, o professor e pesquisador Luiz Felipe Caron destacou que os pilares da produtividade passam por três frentes principais: ambiente, biosseguridade e gestão de pessoas. Em entrevista no estúdio agriPlay, iniciativa da suínoBrasil em parceria com o Nucleovet, Caron trouxe uma leitura prática sobre como transformar dados em decisões e como equilibrar sanidade com desempenho.
Segundo ele, o desafio sanitário deve ser tratado com equilíbrio: barreiras de biosseguridade são essenciais para proteger o plantel, mas precisam ser implementadas de forma que não comprometam o crescimento dos animais. Para isso, recomenda que cada granja estabeleça um check-list de ações inegociáveis, priorizando medidas de baixo custo e alto impacto, como organização, limpeza e controle de acessos, antes de avançar para soluções mais complexas.
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Caron também chamou atenção para a confusão comum entre métricas e metas. Indicadores como conversão alimentar, taxa de desmame ou condenações são ferramentas de monitoramento, mas não devem ser confundidos com objetivos finais. Para ele, o verdadeiro resultado vem da criação de uma cultura de proatividade, disciplina e engajamento das equipes, o que garante consistência de longo prazo.
Outro ponto enfatizado foi o custo imunológico. De acordo com Luiz Felipe Caron, em situações de desafio sanitário ou ambiental, uma parte significativa dos nutrientes da dieta é desviada para a defesa do organismo em vez de ser convertida em ganho de peso. Por isso, controlar fatores de estresse, qualidade da água, densidade animal e bem-estar é tão importante quanto a formulação nutricional.
“Nós não vacinamos apenas animais, nós manejamos ambientes. Um ambiente saudável devolve em produtividade”, afirmou.
O pesquisador ainda destacou que a preparação para bons resultados começa antes do nascimento, com matrizes bem manejadas e creches estruturadas para reduzir estresse. Ao final, reforçou que investir em biosseguridade, monitoramento precoce e capacitação de pessoas são as medidas que asseguram uma suinocultura eficiente e resiliente.
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