JBS, BRF e Minerva aceleram expansão internacional e sinalizam novo ciclo para a cadeia de proteínas
As principais empresas brasileiras da proteína animal anunciaram, nas últimas semanas, movimentos estratégicos que podem gerar impactos importantes para a cadeia da suinocultura. A diversificação de portfólio, os investimentos internacionais e o fortalecimento institucional de JBS, BRF e Minerva mostram que o setor está se preparando para um novo ciclo de expansão e reposicionamento competitivo.
A JBS anunciou a conclusão da aquisição de 50% das ações com direito a voto da Mantiqueira Alimentos, maior produtora de ovos da América do Sul. A entrada no segmento de ovos reforça a estratégia da companhia de atuar em múltiplas frentes de proteína, ampliando sua presença no mercado global de alimentos.
Embora não esteja diretamente ligada à carne suína, a movimentação indica uma ampliação do escopo da empresa e maior sinergia entre operações — o que pode refletir em novas integrações e abertura de mercados também para a suinocultura.
Outro movimento de destaque da JBS foi o anúncio do investimento de US$ 100 milhões no Vietnã, onde serão construídas duas fábricas para processamento de carne bovina, suína e de aves. As unidades devem operar com matéria-prima brasileira, destinada tanto ao mercado local quanto a outros países do Sudeste Asiático.
A presença direta da companhia na região reforça o acesso a novos mercados e a criação de cadeias logísticas mais integradas e descentralizadas.
A BRF, por sua vez, mantém seu foco no mercado halal com o anúncio da construção de uma nova planta na Arábia Saudita, com capacidade para 57 mil toneladas/ano de produtos processados. A companhia também concluiu uma captação de R$ 1,25 bilhão no mercado financeiro e teve sua perspectiva de rating elevada para “positiva”. A boa fase financeira pode permitir maior margem de investimento em eficiência e inovação — pontos fundamentais também para a suinocultura.
A Minerva, especializada em carne bovina, propôs um aumento de capital de até R$ 2 bilhões, com o objetivo de financiar a expansão operacional na América do Sul. A empresa fechou 2024 com recorde de abates e alta de 27% nas exportações brasileiras de carne bovina, demonstrando o vigor da proteína brasileira no mercado global.
Embora os anúncios estejam diretamente ligados a outros segmentos de proteína, o fortalecimento das grandes companhias do setor impacta toda a cadeia produtiva. O reposicionamento internacional e o foco em eficiência abrem espaço para avanços também na suinocultura, seja por meio de novos canais de exportação, integração de sistemas produtivos ou aumento da demanda por soluções tecnológicas e sustentáveis.
Para a proteína suína, o momento exige atenção e estratégia: as oportunidades estão se ampliando — e quem estiver preparado pode ocupar novos espaços no cenário internacional.