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Made in Brazil: a carne suína avançando no mundo

Escrito por: Luís Rua

Made in Brazil: a carne suína avançando no mundo

Os mais jovens que atuam na moderna suinocultura do Brasil dos dias atuais, talvez pouca ideia façam da trilha desbravada pelos pioneiros do setor para alcançarmos as atuais conquistas da cadeia produtiva. Eu mesmo, que atuo no setor, praticamente desde o início da minha carreira, em meados da década de 2000, apenas tenho por relato o que foi a construção dos alicerces deste setor.

Hoje, somos o quarto maior produtor e exportador mundial da proteína, e nos destacamos como um dos principais fornecedores de diversos dos maiores e mais exigentes mercados globais, como a China, o Japão, a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

MERCADO MUNDIAL DE CARNE SUÍNA (mil ton)

Made in Brazil: a carne suína avançando no mundo

Nos anos 2000, por exemplo, éramos exatamente metade do que somos atualmente. Nossa produção era de pouco mais de 2,5 milhões de toneladas. Hoje, nossos volumes anuais de produção superam a casa de 5,1 milhões de toneladas anuais (dados de 2023), em recordes consecutivos de produção, com pontuais oscilações negativas. Nessa mesma toada, o consumo da proteína cresceu de forma sustentada na preferência da população brasileira, à medida que velhos mitos acerca especialmente da sanidade do produto foram substituídos pelo reconhecimento de sua qualidade e a adoção em dietas focadas exatamente em saudabilidade.

De um consumo per capita anual de pouco mais de 11 quilos vinte anos atrás, chegamos ao patamar mais recente de 18,3 quilos per capita. Mas o grande destaque desse século, definitivamente, foi a ampliação da presença internacional da carne suína brasileira.

Foi um dos mais notórios momentos do “efeito Rússia” sobre as exportações de carne suína do Brasil. De fato, o país euroasiático foi o grande propulsor da mudança de patamar de nossas exportações e, em determinados momentos, chegou a representar mais de 60% das vendas internacionais de nossa carne suína naquele período subsequente.

Made in Brazil: a carne suína avançando no mundo

Nem tantos sabem e poucos podem dizer que se recordam, mas já tivemos Peste Suína Africana em território nacional. Foi em 1979, e chegou ao país por um dos caminhos mais óbvios: um aeroporto. A situação, decorrente do consumo de restos de um voo internacional por suínos de comunidades pobres do entorno, demandou uma enorme mobilização por parte do Ministério da Agricultura. O foco foi encerrado três anos depois, em 1982.

Costumávamos dizer brincando que a Rússia espirrava e o Brasil pegava uma pneumonia, tamanha a dependência à época. A produção cresceu significativamente daquele período até os dias atuais. As exportações, contudo, se mantiveram praticamente nos mesmos patamares pelos 10 anos seguintes até 2020, momento em que o nosso status sanitário fez, como em poucos momentos, a diferença em favor das nossas exportações.

Quem naqueles dias sonharia que, quase quarenta anos depois, a mesma PSA colocaria o Brasil em uma posição altamente competitiva no mercado internacional. Livre da enfermidade há mais de quatro décadas, o Brasil viu sua posição como provedor global da proteína dar saltos no final da última década.

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