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Mercado de carne suína do Brasil pode crescer com tensões China-UE

Mercado de carne suína do Brasil pode crescer com tensões China-UE. Por Nayara Figueiredo | Globo Rural

As tensões comerciais entre China e União Europeia (UE) ganharam um novo ingrediente nesta segunda-feira (17/6), com a investigação antidumping que os chineses iniciaram sobre as importações de carne suína do bloco europeu. Caso os embarques da proteína europeia sejam afetados, as vendas brasileiras para a China podem ser impulsionadas para preencher essa lacuna.

“A Europa atravessa um momento difícil por vários motivos e isso pode contribuir, sim, para alavancar nossas vendas de carne suína com destino ao mercado chinês. Pode fazer uma boa diferença para o mercado brasileiro”, disse Fernando Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado.

  • A medida da China contra a UE veio menos de uma semana após o bloco europeu anunciar tarifas sobre os veículos elétricos chineses, e afeta principalmente os fornecedores de carne suína da Espanha, Holanda, Dinamarca, Alemanha e Bélgica. A Espanha é o maior exportador da proteína ao mercado chinês.

Uma fonte acrescenta que esses volumes de carne dos europeus enviados para a China “não têm uma tendência muito clara de que serão substituídos pela produção local [chinesa] e sim pelos demais exportadores, que são o Brasil, Estados Unidos e até mesmo o Chile e outros países sul-americanos”.

Principal importador de carne suína do Brasil, a China foi destino de 111,4 mil toneladas do produto brasileiro entre janeiro e maio de 2024, mas esse número é 36,7% menor do que o total embarcado no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em meio a este cenário de recuo na comercialização para os chineses, a fonte acredita que seria possível recuperar um pouco dos volumes que deixaram de ser enviados pelo Brasil.

Outra consequência da investigação antidumping é uma reação nos valores da carne suína praticados no mercado internacional. “Já se vê lá [na China] alguma demonstração de recuperação de preços”, diz o interlocutor.

Em nota, a ABPA afirma que o país acompanha com atenção a situação entre as autoridades chinesas e os exportadores de carne suína europeus. “Como player do setor e parceiro das nações em questão, o Brasil espera que seja construída uma relação equilibrada para ambas as partes”.

  • A agência de notícias Dow Jones informou, com base em um anúncio do Ministério do Comércio da China, que a investigação contra a UE se concentraria nas importações de carne suína ocorridas em 2023 e duraria até um ano, embora pudesse ser estendida por seis meses.

A medida responde a uma demanda do setor que questionou o ministério chinês citando que, nos últimos anos, a UE tem enviado grandes quantidades de carne suína e subprodutos suínos a preços baixos à China, impactando a indústria e os produtores locais.

Fonte: Globo Rural

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