Os antimicrobianos têm sido utilizados na produção animal para tratamento, prevenção de doenças e como promotor do crescimento por mais de 50 anos e o impacto disso sobre o tratamento de doenças em humanos está sendo amplamente debatido, pois a crescente conscientização dos possíveis efeitos negativos dos antibióticos promotores de crescimento (APC) resultou em um interesse crescente em produzir suínos sem o uso destes medicamentos.
Tendo em vista estes dados, a OMS recomenda a restrição completa ao uso de todas as classes de antimicrobianos de importância na medicina humana como promotor de crescimento em animais de produção.
Nos últimos anos, o Brasil vem trabalhando em linha com as diretrizes da OMS sobre o uso de antimicrobianos de importância médica em animais destinados a produção de alimentos, realizando diversas proibições de uso de algumas moléculas, medida criada para prevenir e controlar a resistência aos antimicrobianos, o que, atualmente, está entre os maiores desafios para a saúde pública, com importante impacto na saúde humana e dos animais.
Ademais de todo problema de resistência antimicrobiana, outro ponto fundamental que merece ser mencionado é a falta de seletividade que os antibióticos possuem. Eles cumprem o papel para o qual foram concebidos, é dizer que um princípio ativo que tem ação antimicrobiana sobre as bactérias Gram + vai eliminar todas as bactérias Gram +, sejam elas patogênicas ou bactérias benéficas, justo pelo que comentamos, por sua falta de seletividade.
Muito importante lembrar que muitas das bactérias que compõem a flora benéfica são bactérias Gram + como os Lactobacillus, Lactococcus e Bifidobacterium. Isso nos leva a um dos principais efeitos colaterais no uso dos antimicrobianos que é a disbiose. E este desequilíbrio pode vir a ser tão prejudicial quanto o próprio desafio que se está combatendo.
Por estes problemas supracitados em função do uso dos antimicrobianos é que a pressão sobre a redução no seu uso, principalmente nos animais de produção, tem se baseado. Porém, não se trata somente de simplesmente retirar ou reduzir o uso dos antimicrobianos, infelizmente não é tão fácil assim.
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