Tempos atrás, quando se falava em controle de micotoxinas, o foco era Aflatoxinas. Atualmente, observa-se uma maior preocupação com as micotoxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium spp. (ZEA, DON, T-2, Fumo).
O Brasil é considerado globalmente um país de excelência em produção agropecuária, especialista no processo de transformação de grãos em proteína animal de altíssima qualidade. Neste país de proporções continentais, aproximadamente 80% da produção nacional de milho é destinada à fabricação de rações para suínos e aves (ABIMILHO, 2008).
Devido às condições climáticas dos trópicos, nossos grãos estão constantemente expostos ao crescimento fúngico e à consequente formação de seus metabólitos secundários: as micotoxinas. Além da predisposição climática, a grande demanda por grãos na produção animal faz com que as agroindústrias brasileiras utilizem para a fabricação de rações grãos de qualidade longe das ideais, principalmente no que se diz respeito a micotoxinas.
Dentre as centenas de toxinas produzidas pelos fungos, sabe-se que as micotoxinas de maior importância na produção animal são aquelas oriundas de fungos do gênero:
- Aspergillus spp. (aflatoxina e ocratoxina) e
- Fusarium spp. (zearalenona, fumonisina e tricotecenos como DON e T-2).
Estudos de prevalência das diferentes micotoxinas em rações da América Latina demonstram que a maior ocorrência atual é derivada do crescimento de Fusarium spp. nas lavouras.
Os resultados das amostras realizadas no Brasil em 2021 mostram uma positividade próxima a 80% para Fumonisina, uma das principais toxinas do Fusarium spp.
- Colheita;
- Transporte;
- Processamento e
- Armazenamento.
As melhorias na qualidade do processo de colheita, processamento e estocagem de grãos no Brasil fizeram com que as micotoxinas produzidas pelos fungos durante o período pós-colheita (p.ex. Aflatoxinas) apresentassem incidência reduzida gradualmente.
Aos envolvidos na produção de aves e suínos, são conhecidos de longa data os prejuízos causados pelas micotoxinas no desempenho zootécnico e sanitário dos animais. Com esses prejuízos na ponta do lápis, as agroindústrias dedicam recursos humanos e financeiros para minimizar as perdas relacionadas às micotoxinas.
Historicamente, os inibidores de crescimento fúngico e os adsorventes figuraram como a principal estratégia para o controle de micotoxinas; porém, modernas tecnologias surgiram nos últimos anos proporcionando uma nova perspectiva para o controle de micotoxinas na produção animal.
- Os inibidores fúngicos previnem o crescimento vegetativo dos fungos e a consequente formação de micotoxinas durante a estocagem dos grãos.
- Já os adsorventes atuam de forma eficaz na eliminação de micotoxinas polares dentro do trato digestório dos animais, já que sua adsorção é feita principalmente por polaridade (carga iônica das moléculas).
Estas micotoxinas apresentam particularidades físico-químicas que as diferenciam das demais, especialmente por serem geralmente moléculas de baixa polaridade. Sendo produzidas já no campo e possuindo carga polar reduzida, as toxinas oriundas do Fusarium spp. não são adequadamente controladas pelos inibidores fúngicos de estocagem e pelos adsorventes tradicionais.
O aprofundamento no conhecimento da prevalência e mecanismos de ação das micotoxinas resultou no desenvolvimento de novas plataformas tecnológicas, permitindo uma abordagem integral do controle de micotoxinas na produção animal.
Nos últimos anos, o uso de enzimas para inativação de micotoxinas, tornou-se uma ferramenta segura e eficaz, com efeitos sobre uma ampla gama de micotoxinas que em sua maioria não são adequadamente controladas através dos métodos tradicionais.
MECANISMOS ENZIMÁTICOS DE INATIVAÇÃO DE MICOTOXINAS
Estudos nas áreas de microbiologia e enzimologia levaram à descoberta de enzimas secretadas por microrganismos, com capacidade de metabolizar as micotoxinas. Este mecanismo denominou-se detoxificação, biotransformação ou inativação enzimática.
A detoxificação de micotoxinas é conhecida desde a década de 60, onde foram publicados os primeiros relatos da biotransformação de toxinas por microrganismos. Do ponto de vista prático, o primeiro resultado importante deu-se em meados da década de 80, quando a capacidade de inativação da toxina T-2 foi demonstrada (Gráfico 1).
DETOXA PLUS® – ADITIVO INATIVADOR ENZIMÁTICO DE MICOTOXINAS
Comercializado na Europa e Ásia há muito tempo, o DETOXA PLUS® é comercializado no mercado brasileiro através de uma parceria entre a Dr. Bata Ltd. e a Vetanco do Brasil.
Com estes objetivos, desenvolveu-se o DETOXA PLUS®, um inativador enzimático eficaz e seguro para uso na nutrição animal, especialmente focado no controle das micotoxinas importantes na produção de aves e suínos.
O complexo enzimático presente no DETOXA PLUS® é produzido por leveduras do tipo Saccharomyces cerevisiae, que além de secretar as enzimas, também possuem características físicas na sua parede, as quais são importantes para o controle de micotoxinas por adsorção.
Fatores críticos para eficácia da inativação enzimática de micotoxinas, no trato digestório dos monogástricos:
1. Estabilidade Térmica (Gráfico 2): as enzimas presentes no DETOXA PLUS® permanecem ativas mesmo após a peletização das rações;
2. Atividade dependente do pH do meio (Gráfico 3): para que a atividade enzimática apresente seu pico no local de maior interesse para o controle de micotoxinas é fundamental que as enzimas sejam adaptadas ao ambiente do trato digestório dos monogástricos.
O objetivo é que as enzimas já atuem na porção anterior do trato digestório (estômago) por dois motivos principais: A inativação já inicia antes da absorção intestinal das micotoxinas (Figura 1), minimizando a toxicidade a elas relacionada. Adicionalmente, como a reação enzimática de inativação é tempo-dependente, a atividade torna-se mais eficiente nessas porções do trato digestório, uma vez que o grande tempo de retenção do alimento nessas estruturas permite um maior contato e consequente ação das enzimas.
Para que um inativador enzimático funcione eficazmente, é importante que possua características que se relacionem com o metabolismo dos animais em questão, além de possuir atividade voltada para as micotoxinas realmente importantes para essas espécies.
O desenvolvimento do DETOXA PLUS® é resultado de anos de pesquisas, chegando a um produto de alta qualidade, seguro e eficaz para o controle das micotoxinas importantes na avicultura e suinocultura modernas. |
“A especificidade em Amplo Espectro!”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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