O stress calórico no verão também pode resultar em uma redução de 0,05 leitões para cada 1° C acima de 20° C na inseminação, assim como reduzir a taxa de parto. Isto, juntamente com a redução da ingestão de ração de lactação em altas temperaturas, resulta em uma maior mobilização dos tecidos, resultando em um balanço negativo de energia, impactando assim o desempenho reprodutivo subsequente.
Assim, a análise de formas ambientais ou nutricionais para mitigar o stress calórico nas porcas é fundamental para minimizar a queda no desempenho reprodutivo associada ao verão.
A betaína, ou trimetil glicina, é um doador de metila e osmorregulador. Como um osmoprotetor, a betaína impede o fluxo de água para o lúmen, mantendo a hidratação e a integridade dos enterócitos.
Isto ajuda a suportar e manter a absorção de nutrientes durante os desafios, o que, de fato, é um processo de economia de energia.
Isto não só proporciona um efeito de separação da metionina se o pool de homocisteína for suficiente, mas, mais criticamente, reduz o nível de homocisteína no sangue que é elevado durante o estresse oxidativo, que muitas vezes é associado com temperaturas ambientais elevadas (Sahin et al., 2003).
Acredita-se que altos níveis de homocisteína em circulação têm um efeito negativo nas taxas de concepção e implantação e que a betaína pode ser benéfica na manutenção de níveis mais baixos de homocisteína no sangue.
Em contraste, foi demonstrado que o uso de betaína suplementar aumenta o diâmetro do folículo (Cabezon et al., 2017), o que é importante na determinação do período de desmame do cio, sendo que o crescimento mais lento do folículo está associado a um período mais longo de desmame do cio.
De fato, isto é apoiado por pesquisas que demonstraram que a adição de betaína na lactação pode reduzir o período entre o desmame e o cio (Ramis et al., 2011, Greiner et al., 2014, Cabezon et al., 2016).
A betaína demonstrou ser eficaz na redução dos níveis de homocisteína circulatória no sangue com um estudo recente em varrascos mostrando que 3 kg/t de betaína reduziram os níveis de homocisteína em 28% (42,3 ummol/l v 30,7 umol/l, P < 0,05; Cabezon et al., 2016).
Estudos também confirmaram a capacidade da betaína de manter uma melhor integridade intestinal através de uma melhor hidratação celular (Augustine e Danforth, 1999) e melhoras nas junções estreitas (Wang et al., 2020).
Com base nas formas mecanicistas em que a betaína pode melhorar o impacto do estresse térmico, a aplicação da betaína na lactação durante o estresse térmico do verão aumentou na indústria com o foco na melhoria do número subsequente de suínos nascidos. Um resumo de cinco estudos utilizando betaína natural é compartilhado abaixo (Tabela 1).
Tabela 1. O efeito da betaína natural (2 kg/t) na lactação em leitões subsequentes nascidos e totais nascidos. 1 Mendoza et al., 2020; 2 Ramis et al., 2011; 3 Greiner et al., 2014; Two studies combined; 4 Campbell and Virtanen et al., 1996.
Estes estudos mostram que o uso de betaína natural na lactação de verão melhora o total de suínos nascidos no período de parição subsequente, sendo este efeito mais pronunciado nas porcas de parição mais velhas.
Isto também se traduz em mais porcos nascidos vivos com Ramis et al, 2011 e Campbell e Virtanen, 1996 mostrando aumentos significativos em nascidos vivos com suplemento de betaína na lactação.
Com o benefício médio de 0,6 porcos nascidos extra na parição subsequente após a alimentação com betaína na lactação, a economia atual sugere que o uso da betaína pode proporcionar um ROI econômico conservador de > 10:1.
Referências sob consulta dos autores