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Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2B e PCV-2D: fatos e dados

Escrito por: Elisa De Conti - Médica Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com passagem pela University of Minnesota. Atualmente Elisa é Consultora de Novos Negócios na Boehringer Ingelheim Brasil.

Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2B e PCV-2D: fatos e dados

O circovírus tipo 2 (PCV-2) é o agente causador do grupo de doenças conhecido como doenças associadas ao circovírus suíno (PCVD).

A vacinação, amplamente utilizada, diminuiu expressivamente o impacto deste agente nas granjas. Ainda é possível ter diagnóstico de PCVD, uma vez que as vacinas contra o PCV-2 podem prevenir a doença clínica, mas não impedem a circulação do vírus (Segales & Sibila, 2022).

Ao longo dos últimos anos, a diversidade genética dos PCV-2 vem sendo mais divulgada e debatida. Os genótipos mais descritos mundialmente são:

PCV-2b e PCV-2d (Xiao et al. 2015)

No Brasil, dados muito recentes mostram que mesmo em granjas sem desafio clínico com PCV-2, os genótipos PCV-2b e PCV-2d são os com maior circulação, com 55% e 40%, respectivamente (Gráfico 1; Lippke et al., 2023).

Gráfico 1: Genótipos do PCV-2 detectados em soro e feto de granjas sem sintomas clínicos de circovirose na região sul do Brasil, entre os anos de 2020 e 2022.

 

A vacina CircoFLEX é uma das vacinas para circovirose mais utilizadas no Brasil, com 6 em cada 10 suínos vacinados com CircoFLEX.

A CircoFLEX é uma vacina de subunidade com adjuvante não reativo, que pode ser aplicada em animais com mais de 21 dias de vida em qualquer fase de produção, incluindo fêmeas gestantes.

Especula-se muito sobre as vacinas de PCV-2a terem ou não proteção cruzada frente aos genótipos PCV-2b e PCV-2d. Esse artigo busca trazer DADOS e FATOS para argumentar com o leitor as evidências da proteção cruzada da CircoFLEX frente os genótipos PCV-2b e PCV-2d.

 

DADOS:

Com a maior frequência de tipificação dos genótipos do PCV-2, muitos trabalhos científicos surgiram ao longo dos anos sobre o assunto. Diversos são os trabalhos
que demonstraram a proteção cruzada da CircoFLEX frente aos genótipos PCV-2b e PCV-2d.

A seguir, tabela com alguns dos trabalhos mais relevantes:

Objetivo:

Avaliar a eficácia das vacinas Ingelvac CircoFLEX® e uma vacina de PCV2d contra um desafio PCV2d virulento.

Entre esses trabalhos, um estudo robusto avaliou a eficácia da CircoFLEX e uma vacina de com PCV-2d com desafio de PCV-2d homólogo à vacina experimental e heterólogo à CircoFLEX:

OBSERVAÇÕES CLÍNICAS

As duas vacinas preveniram sinais clínicos e mortalidade, enquanto os grupos controle foram gravemente afetados.

PATOLOGIA

Os dois grupos vacinados foram protegidos de lesões no tecido linfoide, enquanto que os grupos controle foram gravemente afetados.

 

VIREMIA

A viremia foi significativamente reduzida nos dois grupos vacinados (7, 14, 21, 28 dias após o desafio). Magnitude da média dos quadrados mínimos de viremia

Na comparação com os grupos controle, os dois grupos vacinados tiveram aumentos similares no GPD ao final do período de desafio.

 

Conclusões do trabalho:

 

FATOS:

A CircoFLEX é uma das vacinas mais utilizadas mundialmente. No Brasil, 6 em cada 10 suínos são vacinados com CircoFLEX.

Existem no mercado diversas opções de vacina com base em PCV-2d. Sendo o PCV-2d o mais prevalente a campo, vem um questionamento:

Por que as vacinas com base em PCV-2d não são as líderes no segmento de circovírus?

A resposta é simples: porque a CircoFLEX tem proteção cruzada.

Em 2012, começaram os relatos de PCV-2d no Brasil e, desde então, houve também um crescimento das vendas de CircoFLEX, ilustrado na imagem abaixo.

 

Isso representa um fato indireto de proteção cruzada.

O aumento de PCV-2d em trabalhos e a campo é concomitante ao aumento de vendas de CircoFLEX.

Sendo assim, concluímos com fatos e dados robustos que sim, a CircoFLEX tem proteção cruzada frente ao PCV-2b e PCV-2d.

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