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Falhas de notificações de Senecavírus A foi debate da Abraves-PR

Escrito por: Cândida Azevedo - Doutorado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"
senecavírus abraves-pr

Com sintomas similares aos da febre aftosa, a infecção por Senecavírus A tem sobrecarregado as atividades de atendimento da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR). A questão foi tema do pré-evento do XVI Encontro da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos Regional Paraná (ABRAVES-PR), em Toledo-PR.

Segundo informações do Gerente de Saúde Animal da ADAPAR, Rafael Gonçalves Dias, em 2021 a Agência realizou 885 investigações de casos do Senecavírus A no estado e outras 279 investigações já foram realizadas em 2022.

Gerente de Saúde Animal da ADAPAR, Rafael Gonçalves Dias

Dias destacou que do total de investigações realizadas em 2021, 570 (65%) foram descartadas por:

Os dados apresentados pelo Gerente de Saúde Animal da ADAPAR demonstram a necessidade de qualificar as notificações enviadas aos órgãos oficiais para garantia de boa vigilância. Segundo ele, a melhoria na qualidade das notificações, tanto por parte do produtor, como de técnicos de campo, poderia, inclusive, reduzir tempo de investigação.

A avaliação clínica e epidemiológica do caso suspeito de doença vesicular representa fase decisiva no sistema de vigilância. O médico veterinário oficial deve estar capacitado para, tecnicamente, tomar a decisão sobre o andamento da investigação, exigindo conhecimento sobre patogenia e epidemiologia das doenças vesiculares, treinamento para investigação de doença vesicular, incluindo colheita de material e domínio das técnicas de semiologia.

Agroindústria 

Gerente de Suprimentos de Suínos da Frimesa, Valdecir L. Mauerwerk

As dificuldades de diferenciação entre as doenças vesiculares também têm causado sérios problemas à agroindústria. Segundo o Gerente de Suprimentos de Suínos da Frimesa, Valdecir L. Mauerwerk, os frigoríficos chegam a trabalhar com apenas 60% de sua capacidade pela carência de amparo legal para negativação das notificações de suspeita de Senecavírus A.

De acordo com Mauerwerk, um dos problemas apontados para a  morosidade dos trâmites é o fato de haver apenas um laboratório habilitado para realização da análise diagnóstica da enfermidade (LANAGRO – Redes de Laboratórios Nacionais Agropecuários) em Pedro Leopoldo-MG. Além disso, o Gerente pontuou as seguintes dificuldades:

  1. As ações utilizadas em campo são paliativas (Melhorias na biosseguridade do rebanho)
  2. Ausência de vacinas até 08/09/2021
  3. Prazos (Notificação – Coleta – Envio de amostras – Resultado – Termo de desinterdição – Abate)

“Em um frigorífico que abate 7 mil suínos por dia, se 100 estiverem na condição de segregação (por suspeita de Senecavírus A), a carne dos 7 mil fica sob a guarda do resultado laboratorial e termo de liberação”, explica Valdecir Mauerwerk. “E quando da liberação, todo esse produto passa a ficar sob a guarda legal dos acordos sanitários internacionais”, completou.

Realidade norte-americana 

O Pesquisador da Universidade de Minnesota, Guilherme Preis, apresentou a realidade do Senecavírus no rebanho norte-americano.

Estudos evidenciaram que as UPLs (Unidades Produtoras de Leitões) reportaram que a utilização processamento/reciclagem industrial de animais mortos continha 9,2% mais chances de serem soropositivos para SVA.

Guilherme concluiu, ressaltando:

Desafios encontrados a campo 

Os principais desafios encontrados a campo de acordo com Rafael Gonçalves Dias, da ADAPAR, são:

450 Inscritos

Antes mesmo de iniciar programação oficial do XVI Encontro Regional da ARAVES-PR, o evento já contava com 450 inscritos até o final da noite desta terça-feira (15/3). O Encontro Regional Abraves-PR é tido como o maior evento da suinocultura do Paraná e acontece nos dias 16 e 17 de março, no Teatro Municipal de Toledo.

 

Fonte: Redação, direto de Toledo (PR)

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