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Suinocultura nacional: Levantamento 2020 e projeções para 2021

Escrito por: Cândida Azevedo - Doutorado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"

Na última quarta-feira (9) a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apresentou, em uma coletiva de imprensa, o levantamento dos setores de aves e suínos em 2020 e as projeções para 2021.

Em ano de série histórica, as exportações de carne suína surpreendeu positivamente, devido ao surto de Peste Suína Africana que comprometeu mais da metade do rebanho chinês e atingiu países na Ásia, África e Europa. Tal fato, permitiu à produção nacional alcançar números recordes nas exportações. Em 2020, foram exportadas de 1000 a 1030 milhão de toneladas de carne suína, um aumento de 33 a 37%.

As exportações registraram um aumento em volume de 39,5%, 941 mil toneladas em 2020 (Jan-Nov) ante 674 mil toneladas em 2019 (Jan-Nov), já em receita registrou-se um aumento de 47,1%, 2.079 milhões de US$ em 2020 (Jan-Nov) ante 1.143 milhões de US$ em 2019 (Jan-Nov).

O Presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou o aumento das exportações mesmo com a saída da Rússia como importador da carne suína brasileira.

Os principais destinos da carne suína são, China e Hong Kong, correspondendo a 50 e 17% das exportações, respectivamente. Os principais estados exportadores de carne suína são, Santa Catarina (52%), Rio Grande do Sul (26%), Paraná (14%), Mato Grosso (3%) e Minas Gerais (2%).

A produção de carne suína, que em janeiro deste ano teve uma projeção de aumento de 5% pelo USDA, atingiu a marca de 4250 a 4300 milhões de toneladas, um aumento de 6,7 a 8%. 

No mercado doméstico, a disponibilidade total poderá totalizar 3,3 milhões de toneladas, número até 2% superior ao registrado em 2019, com 3,233 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá acompanhar o crescimento vegetativo da população, estabilizado em 15,3 quilos.

Quebrando a barreira de 1 milhão de toneladas de carne exportada, o setor manteve altíssima disponibilidade do mercado interno de 73 a 77%, ressalta Santin.

Conforme as projeções determinadas pela ABPA, a produção brasileira de carne suína poderá totalizar 4,4 milhões de toneladas em 2021, número até 3,5% superior às projeções para 2020. Segundo o mesmo período comparativo, a alta esperada para as exportações de 2021 poderá alcançar até 10%, com total de 1,1 milhão de toneladas previstas. No mercado doméstico, a oferta poderá chegar a 3,32 milhões de toneladas, saldo até 3% maior que as projeções para 2020. E o consumo per capita poderá apresentar alta de até 2%, chegando a 15,6 quilos.

“A pressão asiática por carne de frango e carne suína do Brasil deverá se manter em patamares elevados em 2021.  Ao mesmo tempo, há expectativa de retomada por importadores relevantes, como é o caso do Canadá e das Filipinas. Também é esperada a renovação da cota de importação pelo México no próximo ano. O efeito “Olimpíadas” também deve favorecer as vendas para o Japão, país que é presença constante entre os três principais destinos de carne de frango.  Por fim, tanto no exterior quanto no mercado doméstico, é esperado um significativo impacto positivo decorrente da retomada econômica, com a superação dos efeitos da pandemia”, completa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

China: Déficit de proteína animal X Autossuficiência de carne suína

A recuperação da produção de carne suína em níveis pré-PSA (54 milhões de tons) está prevista para 2025. Porém, permanecendo os níveis de consumo per capita de 2018, com o aumento populacional e mais pessoas na linha de consumo, em 2025, a estimativa é que a produção chinesa precise alcançar 57 milhões de toneladas.

De acordo com o Conselho de Estado Chinês, a China tem como meta atingir 95% de autossuficiência em carne suína. Considerando uma demanda 57 milhões de toneladas em 2025, o país ainda precisará importar um volume de 5%, ou seja, cerca de 2,850 milhões de toneladas.

 

Fonte: Associação Brasileira de Proteína Animal, ABPA.

 

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