Vacinação contra a Peste Suína Clássica no nordeste
A Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta apenas os suídeos, ou seja, não afetam os seres humanos ou outras espécies. É causada por um vírus da família Flaviviridae, gênero Pestivirus.
A transmissão da PSC ocorre, principalmente, a partir do contato direto entre animais infectados, mas também pode ocorrer através do contato com alimentos contaminados, equipamentos ou objetos contaminados, conhecidos como fômites.
Atualmente o Brasil está dividido em Zona Livre (ZL) de PSC, abrangendo 16 estados (AC, BA, ES, GO, MG, MS, MT, PR, RJ, RO, RS, SC, SE, SP, TO e DF, além de quatro municípios amazonenses); e a Zona não Livre (ZnL) de PSC, abrangendo 11 estados (Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Pará, Amapá, Roraima e parte do Amazonas).
A Peste Suína Clássica (PSC) limita o desenvolvimento da suinocultura nas regiões norte e nordeste do Brasil, e vem impactando a produção local, além de ser um risco potencial de ingresso na ZL, podendo impactar no fechamento de mercados internacionais e afetando todo o segmento nacional.
Nos últimos seis anos, 87 focos da doença foram confirmados, resultando em prejuízos milionários em indenizações, conforme demonstrado pela Figura 3. Os focos ocorreram nos estados do Ceará, Piauí e Alagoas, todos resolvidos devido a rápida atuação do Serviço Veterinário Oficial (SVO), com o sacrifício dos suínos afetados e indenizações aos produtores rurais. Conforme a Tabela 1, os onze estados que compõem a Zona Não Livre de PSC no Brasil representam um total de 309.413 propriedades, abrigando, aproximadamente, 5,6 milhões de suínos. Considerando que esses estados somam uma população de cerca de 52 milhões de habitantes, e que o consumo per capita (2023) de carne suína no Brasil foi de 20,68 kg (ABCS, 2024), há um significativo potencial para o aumento da produção e do consumo na ZnL. Se a produção for aumentada para atender a demanda local, fortaleceria a economia e reduziria os custos de logística entre os estados, assegurando a produção de proteína dessas regiões.Tornar o Brasil livre dessa doença de alto impacto econômico e avançar com as regiões livres de PSC é o desafio, em especial para a suinocultura nordestina, onde a criação de suínos desempenha um papel importante no sustento das famílias locais, caracterizada por sistemas de produção de pequena escala, com foco na comercialização local ou subsistência, e também, embora em menor escala, por sistemas tecnificados.
- DESENVOLVIMENTO DO PLANO ESTRATÉGICO BRASIL LIVRE DE PSC
Em 2019, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) em conjunto com a iniciativa privada do setor, devido aos alertas de focos recorrentes na zona não livre, criou um grupo de trabalho (GT) para estruturar o Plano Estratégico para erradicação da PSC no Brasil, no qual foram estabelecidas ações para fortalecer e promover a vigilância sistemática contra a PSC e a necessidade do desenvolvimento de um programa de vacinação de forma regionalizada na ZnL.
Assim, visando verificar a melhor estratégia de vacinação e de mobilização do programa de vacinação gratuita, se elencou o estado de Alagoas para o projeto piloto, devido ao apoio dos parceiros locais (Governo de Alagoas, SEAGRI e ADEAL), por sua extensão da área geográfica e rebanho de suínos, somado à preocupação quanto a ocorrência do foco registrado em 2019 estar localizado na região limítrofe com a zona livre da doença.
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