Para ler mais conteúdos de suínoBrasil 4º Trimestre 2022
A genética do futuro: eficiência com eficácia em um mundo sustentável
Todos os programas de melhoramento genético estão sempre pensando no futuro. O que se produz hoje nas granjas comerciais foi idealizado, desenvolvido e trabalhado de três a cinco anos antes.
Essa é a função do melhoramento genético, prever mercados, adequar sistemas de produção e sempre buscar a melhor estratégia para atender às demandas futuras. A busca de um animal cada vez mais eficiente permitirá que produtores de determinadas genéticas consigam superar momentos de crises como os atuais, por exemplo.
A DanBred, uma empresa europeia com reconhecida eficiência global no melhoramento genético suíno, que tem se destacado como referência em processos de seleção, está sempre na vanguarda das demandas entre os mais importantes mercados de suíno do mundo, como o europeu e o brasileiro; como exemplo, citamos o desenvolvimento de matrizes de alta prolificidade e reprodutores que combinam a eficiência produtiva com ótima qualidade de carne.
Atualmente, a DanBred se dedica ao desenvolvimento sustentável, ou seja, o equilíbrio entre a produção animal eficiente e um melhor aproveitamento dos recursos naturais disponíveis, garantindo longevidade do setor suinícola com máximo retorno econômico.
Para atender o mercado brasileiro com o que há de mais atual, importações de matrizes para o Brasil se tornaram mais frequentes, possibilitando acelerar a chegada dessas inovações no campo.
Sustentabilidade
Diante das mudanças no mercado mundial, o conceito de sustentabilidade vem ganhando grande destaque e quebrando paradigmas na suinocultura. Dessa forma, o foco em sistemas de produção com alto retorno ligados ao desenvolvimento sustentável se tornou a meta da DanBred. Por isto, traremos aqui pontos chaves que estão sendo trabalhados para que a genética contribua de forma relevante com a suinocultura do futuro.
No sistema de produção eficiente o animal que mais produz e que menos consome se torna mais competitivo. Sempre há um dilema quanto a eficiência × eficácia, pois nem sempre o mais eficaz entregará o melhor resultado em custo-benefício.
Isso quer dizer que todos os animais produzirão quilos de carne ao final do processo de criação, mas nem todos agregarão ganhos que tornem o sistema e o produtor sustentável. Sendo essa a preocupação recorrente da genética DanBred.
Maior produtividade com menos matrizes
Durante muitos anos a característica associada a hiperprolificidade esteve entre os principais objetivos de seleção de nossas matrizes suínas, o que fez da DanBred a genética que mais produzia leitões, sendo, portanto, eficiente em ocupar menores espaços de UPL e com capacidade de entregar maior número de animais.
Mas com o tempo outros direcionamentos foram tomados:
A fêmea mais produtiva precisava parir e também cuidar do maior número de leitões, garantindo sua sobrevivência saudável.
E assim, novos objetivos foram incluídos no processo de seleção genética das linhagens DanBred, visando garantir que a fêmea tenha maior habilidade materna, incluindo a docilidade da matriz e produção de leite suficiente para, inclusive, alimentar mais leitões que o número de tetos disponíveis (Moustsen & Nielsen, 2020).
Foi incorporado também a característica sobrevivência do leitão, que está associado à mãe e ao próprio indivíduo. Todas essas características são coletadas e avaliadas com menor intervenção humana possível, ou seja, nas granjas núcleo DanBred as fêmeas são desafiadas a parirem sem auxílio e amamentarem o maior número de leitões.
Maior sobrevivência com menor intervenção humana
Ao considerarmos eficiência do sistema produtivo, há que se pensar no impacto da cadeia suinícola como um todo. Por isso é importante ponderar a seleção baseada em sobrevivência do animal com menor intervenção humana, considerando neste tópico, assistências diferenciadas e medicações em excesso, ações muitas vezes desnecessárias para que se aumente a produtividade dos animais.
Individualmente, o processo de seleção dos leitões DanBred inicia-se na maternidade. Ao nascer os animais se mantém desafiados e com pouca assistência, há apenas a garantia que os animais poderão ingerir o colostro e leite de acordo com suas necessidades.
A redução do uso de antimicrobianos já é uma realidade na Dinamarca e, portanto, a seleção se baseia em animais robustos e com maior vitalidade (Lynegaard et al. 2021). O objetivo de tratamentos com antibióticos é apenas para salvaguardar a saúde e o bem-estar dos suínos.
Com o progresso genético das linhagens DanBred para sobrevivência, espera-se que isto aumente o bem-estar dos animais, já que as causas de mortalidade se reduzam já nas primeiras horas após o nascimento, uma vez que os leitões buscam pelo colostro com menor intervenção humana possível. Isto garante menor estresse, tanto para o leitão quanto para a matriz.
Bem-estar animal: animais mais adaptados, menos estressados e mais saudáveis
O bem-estar animal é um assunto relevante na cadeia produtiva e em uma visão objetiva, tem sido demonstrado que a adoção de práticas associadas ao bem-estar animal tem estreita relação com uma maior produtividade e saúde.
Neste contexto, a Europa tem se destacado como promotora de debates e legislação onde se aplica os conceitos de bem-estar animal. A DanBred, na busca por um animal mais adaptado as adversidades do sistema de produção, já adota há anos os requisitos de bem-estar animal do modelo europeu, tendo a produção no seu plantel principal da Europa, totalmente adaptada à essas condições nas unidades de gestação e parto.
No Brasil, destaca-se pelos avanços na adoção do bem-estar animal, com a maioria das granjas núcleos DanBred Brasil possuindo instalações de gestação coletiva, além do processo de seleção de reprodutores direcionado à animais com adaptabilidade social, minimizando brigas nas baias de terminação.
Novos estudos vêm sendo desenvolvidos na busca por maior longevidade das matrizes, e, como consequência, espera-se que isso tenha um efeito positivo tanto no bem-estar animal quanto na lucratividade.
Eficiência alimentar: menor consumo para maior produção de carne
O mercado mundial de produção de proteína animal é mutável, há uma demanda cada vez maior de produtividade, com menos espaços disponíveis para produção. O Brasil ainda se mantem em uma posição confortável nesta disparidade, contudo, a eficiência alimentar sempre será uma demanda constante em qualquer sistema de produção.
Os novos objetivos do melhoramento DanBred se basearão em superar resultados médios mundiais para características de terminação já superados por nossa genética, e isso significa maior eficiência alimentar e ganho de peso diário ainda mais superior.
No Brasil, mantemos evolução genética constante para conversão alimentar e ganho de peso diário. Nos gráficos 01 e 02 vê-se o progresso genético e fenotípico médio de toda a população núcleo nos últimos cinco anos para conversão alimentar.
Houve redução de 0,175 gramas no consumo de ração para entregar os mesmos 100kg de peso vivo. Para a idade aos 100kg, característica associada ao ganho de peso diário, redução de 6,6 dias de alojamento para entregar os mesmos 100kg de peso vivo. Todo esse ganho ainda será intensificado pela constante chegada de animais importados, objetivando-se acelerar os ganhos e a chegada de novas tecnologias no mercado nacional.
Pesquisas em diversas linhas têm sido realizadas pela DanBred e uma das maiores apostas nos atuais trabalhos em desenvolvimento é a utilização de dados metabolômicos, por informar com mais precisão como o material genético é expresso.
O objetivo é prever com base no conjunto de metabólitos sanguíneos a capacidade de desempenho do animal, sendo, portanto, um dos elos da cadeia entre o DNA e a eficiência alimentar, o rendimento e a qualidade da carne.
Menor produção de gases do efeito estufa
Toda a eficiência produtiva no setor suinícola levará à, também considerada foco de um programa genético sustentável, redução de gases do efeito estufa (GEE). Menor ocupação de áreas construídas para produção da mesma ou maior quantidade de quilos de carne, menor consumo de ração para maior produtividade e conversão mais eficiente de uma ração menos proteica.
A seleção genética para conversão alimentar, crescimento e sobrevivência resultam na redução do consumo e/ou menor demanda por produção de ração o que consequentemente, resulta em reduções na emissão de nutrientes como nitrogênio e fósforo, bem como na emissão de gases de efeito estufa, como metano e CO2.
A preocupação da genética DanBred é entregar animais que tenham esse potencial eficiente e sustentável. O produtor ao adquirir esses animais, poderá se adequar de forma mais precisa para usufruir de todo potencial produtivo.