Carne suína brasileira pode dobrar relevância até 2030, avalia Marcos Jank
O especialista apresentou sua visão durante a palestra magna no SNDS – Simpósio Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, realizado pela ABCS.
Carne suína brasileira pode dobrar relevância até 2030, avalia Marcos Jank
O futuro da carne suína brasileira passa por um momento decisivo. Segundo o professor Marcos Jank, referência em agronegócio e comércio internacional, a suinocultura nacional reúne vantagens competitivas que podem transformar o país em um dos maiores exportadores globais da proteína até 2030. O especialista apresentou sua visão durante a palestra magna no SNDS – Simpósio Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, realizado pela ABCS.
“Temos capacidade de aumentar a produtividade e diferenciar produtos. O consumo interno já alcançou 18 kg por habitante/ano, acima da média mundial de 14 kg, mas ainda distante do frango, que supera os 40 kg”, destacou.
O professor reforça que o crescimento passa inicialmente pelo mercado interno, com agregação de valor e diversificação de produtos, mas também pela consolidação do mercado externo. Hoje, a China é o maior destino, mas sua busca por autossuficiência impõe riscos à dependência brasileira. “É preciso abrir novos mercados. O Sudeste Asiático, com mais de 600 milhões de habitantes, além de países da América Latina, Europa e Japão, representa oportunidades concretas”, avaliou.
Na análise de Marcos Jank, dois fatores seriam decisivos já em 2025 para ampliar a competitividade das exportações: redução da taxa de juros e maior acesso a mercados internacionais. O professor defendeu que as barreiras sanitárias, técnicas e ambientais são hoje mais desafiadoras do que tarifas. “Esse trabalho de diplomacia comercial, liderado pelo Ministério da Agricultura e pelo Itamaraty, é fundamental para diversificar destinos e reduzir riscos”, acrescentou.
Sobre projeções, Jank acredita que o Brasil não deve figurar entre os maiores produtores globais, dominados por China, Estados Unidos e União Europeia, mas pode ocupar posição de destaque no comércio internacional. “O Brasil tem vocação exportadora e pode disputar o top 2 em exportação. Nosso histórico mostra que sempre surpreendemos: aquilo que parecia meta para 10 anos, alcançamos em cinco”, afirmou.
Apesar do protagonismo, o professor alerta que o país ainda tem longo caminho na agregação de valor. Para ele, não basta exportar commodities; é preciso investir em marcas, embalagens, distribuição e promoção comercial.
“O agronegócio brasileiro é excelente em commodity, mas frágil em valor adicional. O futuro da carne suína dependerá de como vamos combinar competitividade no campo com inovação em produtos e mercados”, concluiu.
Assista a entrevista completa e exclusiva com Marcos Jank, direto do SNDS 2025
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