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Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em suínos: uma virose que pode ser controlada

Escrito por: Janice Reis Ciacci Zanella - Janice Reis Ciacci Zanella, é médica veterinária graduada pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Mestre e Ph.D. em Virologia Molecular pela Universidade de Nebraska, EUA. É pesquisadora da EMBRAPA na área de Virologia Animal. Participa do One Health High Level Expert Panel (OHHLEP) ou Painel de Especialistas de Alto Nível em Saúde Única da OMS, FAO, OIE, e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), do Comitê Técnico de Programas Sanitários de Suínos do MAPA e de comitês AdHocs do OIE como Peste Suína Clássica e Peste Suína Africana. Atua no grupo técnico da OFFLU em Influenza Suína como representante do Brasil. De 2008 - 2010 atuou como pesquisadora visitante no NADC/ARS/USDA. Foi Chefe Geral da Embrapa Suínos e Aves de 2014 a setembro de 2021.

Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em suínos: uma virose que pode ser controlada  

A doença de Aujeszky (DA) ou pseudoraiva é uma virose que afeta primariamente a espécie suína. A ocorrência desta doença em outras espécies é, usualmente, consequência de contatos com suínos infectados. 

A DA não é uma zoonose, portanto não afeta seres humanos. 

Nos suínos, a enfermidade caracteriza-se por sinais clínicos nervosos e respiratórios, por alto índice de mortalidade entre leitões não imunes e por graves transtornos reprodutivos em porcas prenhes. 

O vírus da doença de Aujeszky (VDA) pertence à família Herpesviridae, subfamília dos Alfaherpesvirus

Os suínos são os hospedeiros naturais e reservatórios do vírus na natureza, pois podem sobreviver à infecção e servem de fonte natural do vírus para outras espécies animais como bovinos, caninos, felinos, ovinos, caprinos e leporinos (coelhos), nos quais a doença é sempre fatal. 

Após a infecção inicial num rebanho suscetível todos os suínos podem ser acometidos. Porém, após o surto ser controlado, a transmissão fica limitada ao plantel de reprodutores e, dependendo da exposição, a transmissão também pode ocorrer nos suínos de terminação. 

A introdução de leitoas não imunes e que estejam disseminando vírus, ou por reativação da latência viral devido a condições estressantes, são um importante fator na epidemiologia da DA

Uma das principais características dos Alfaherpesvírus é a habilidade de estabelecer infecções latentes no tecido nervoso do hospedeiro.

O estado de latência é caracterizado pela presença do genoma viral em neurônios, sem replicação viral ou sinais clínicos. Dessa forma, o vírus pode permanecer latente por longo tempo, provavelmente por toda a vida, fora do alcance do sistema imunológico. 

Nesta condição, o VDA constitui-se no ponto chave da epidemiologia dessas infecções, sendo o maior obstáculo para o estabelecimento de medidas de controle e erradicação. 

As infecções latentes podem ser reativadas por situações de estresse tais como:

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