Nesta segunda parte do artigo será abordado a patogenia, diagnósticos, epidemiologia e profilaxia do Seneca Valley Vírus.
Doença causada pelo Seneca vírus é caracterizada pela formação de úlceras, erosões e vesículas na pele, coroa dos cascos, focinho, lábios e na cavidade oral de suínos de natureza aguda acompanhado de letargia, claudicação e anorexia e, à medida que a doença evolui, surgem profundas úlceras multifocais e erosão/abrasão cutânea que evoluem com formação de crostas e é auto-limitante.
Na parte I do artigo foi abordado todo o histórico do Seneca Valley Vírus, bem como a morbidade e mortalidade da doença, etiologia e sensibilidade aos desinfetantes.
Nesta segunda parte será abordado a patogenia, diagnósticos, epidemiologia e profilaxia.
PATOGENIA
O vírus penetra no organismo de um animal suscetível pela mucosa oral, sendo as tonsilas o sítio de replicação primária que ocorre na fase aguda e se distribui pelo organismo com demonstração da presença de RNA viral e de partículas virais nos pulmões, nos linfonodos do mediastino e do mesentério, fígado, baço e intestinos delgado e grosso.
A viremia é de curta duração, estendendose por até aproximadamente 7 dias; título máximo de partículas virais detectado, no soro sanguíneo, por volta do 3º dia com progressiva redução até o 10º dia, quando desaparece da circulação (JOSHI et al, 2016c).
Em suínos convalescentes o Seneca vírus foi detectado em diferentes órgãos exceto nos pulmões, coração e fígado, mas as partículas virais não eram viáveis (JOSHI et al, 2016c).
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Fatores predisponentes
Há indícios de que infecções virais intercorrentes sejam necessárias para o aparecimento de sinais clínicos vesiculares e este fato decorre das dificuldades de se reproduzir experimentalmente a doença (YANG et al. 2012).
Em surtos ocorridos no Brasil (2014) e nos USA (2015), há evidências da manifestação da patogenicidade na ausência de outras doenças virais (LEME et al, 2016).
Manifestação clínica
Segundo JOSHI et al (2016c) e MONTIEL et al (2016) tem-se, período de incubação de 4-5 dias.
Em leitões
Os sinais clínicos são mais frequentemente observados na fase de maternidade e caracterizados por diarreia e morte de leitões na primeira semana de vida.
Os leitões afetados manifestam febre discreta, anorexia, letargia e perda de equilíbrios (tonteira).
Em reprodutoras e leitões na terminação
A doença apresenta baixa prevalência e inicia com anorexia, letargia e febre discre...