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Fornecedores de carne suína avançam no compromisso de abolir gaiolas de gestação

Fornecedores de carne suína avançam no compromisso de abolir gaiolas de gestação
A 5ª edição do Observatório Suíno, relatório que acompanha a evolução dos compromissos corporativos em bem-estar animal na suinocultura, elaborado pela Alianima, organização não governamental de defesa animal, mostrou que as empresas fornecedoras de carne suína estão mais envolvidas com o tema do que as empresas do varejo e de alimentos.

 

A veterinária conta que este é um momento delicado da produção, e que apesar de já ser alvo atenção, ainda possui pontos críticos com o intenso confinamento e desmame precoce.
A pesquisa deste ano entrevistou 33 empresas entre fornecedores e compradores que comercializam carne suína em suas cadeias de suprimentos, com aumento de 13,8% em relação à edição anterior. Destas, 8 eram fornecedores e 25 clientes compradores. O grupo de fornecedores respondeu à totalidade dos questionamentos sobre a condução da criação dos animais. Já entre as empresas a taxa de resposta foi de 45,5%.

 

É recomendado que, durante a gestação, que dura cerca de 115 dias, as porcas permaneçam em grupo para manifestarem seus comportamentos naturais. De acordo com dados do Observatório, as empresas avançaram neste compromisso. Atualmente a Aurora mantém 85% das porcas em baias coletivas durante a gestação, a BRF mantém 57% das gestantes em grupo, a JBS mantém 84%, a Pamplona alcançou 94%, e a Alegra, 44%.
“Entre os motivos que dificultam a transição do sistema individual para o coletivo, os produtores apontaram a falta de financiamento para a construção de novas instalações”, conta.
Em 2023, cerca de 2,1 milhões de matrizes foram alojadas, das quais 42% estão alojadas em baias coletivas de gestação. As celas individuais de gestação causam sofrimento intenso às porcas, aumentam significativamente o nível de estresse e comprometem o sistema imunitário dos animais.
Um estudo realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, publicado em 2022, mostrou que com apenas cinco dias de confinamento em uma cela de gestação as fêmeas reduzem a diversidade da microbiota vaginal passada aos leitões no nascimento, afetando a absorção de nutrientes e proteção contra doenças dos recém-nascidos.
Por este e outros motivos o uso das celas na gestação de suínos foi proibida em diversos países. No Brasil, a Instrução Normativa 113, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de 2020, que estabelece as boas práticas de manejo e bem-estar animal em granjas de suínos de criação comercial, prevê a eliminação das celas de gestação para os suínos até o ano de 2045.
Diante de tão longo prazo, empresas e cooperativas se comprometeram a eliminar as celas entre 2025 e 2029. “É fundamental que as empresas mantenham seus compromissos, uma vez que manter as celas de gestação pode ser considerado um atraso para todo o setor”, diz Patrycia.
Fornecedores de carne suína avançam no compromisso de abolir gaiolas de gestação | Por Luciana Franco — Globo Rural
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