Fornecimento de ninho: muito além do atendimento a instrução normativa
O fornecimento de ninho em volumes adequados, pode gerar aumento do bem-estar das matrizes, além de redução da duração do parto, natimortalidade e mortalidade de leitões.
Fornecimento de ninho: muito além do atendimento a instrução normativa
É fato inegável que nas últimas décadas a intensa seleção genética aumentou o número de leitões nascidos. Apesar desse ganho produtivo, o manejo de fêmeas hiperprolíficas e suas leitegadas é complexo e desafiador.
O aumento da taxa de natalidade, também levou a um aumento da duração de parto, da taxa de natimortalidade e mortalidade pré-desmame (van den Bosch et al., 2022; Schoos et al., 2023). Dados como aumento de mortalidade nos rebanhos, suscitam discussões éticas e econômicas.
A preocupação com o bem-estar tem se tornado uma crescente na suinocultura. A instrução normativa nº 113/2020, publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) em dezembro de 2020 dita normas e manejos que devem ser adotados a fim de maximizar o bem-estar dos suínos. Dentro dos diversos aspectos trazidos pela IN Nº 113/2020, um dos mais desafiadores consiste no fornecimento de material de enriquecimento adequado ao comportamento de construção de ninho, a fim de estimular a expressão do comportamento natural da espécie.
A nidificação é um comportamento intrínseco dos suínos que é inicialmente estimulado por mudanças hormonais, e por estímulos externos, como a disponibilidade de material para construção de ninho (Jensen, 1993; Wischner et al., 2009).
Na natureza, alguns dias antes do parto, a porca se isola do restante do grupo em busca de um local ideal para a construção de um ninho. Ao encontrar, cava o chão e junta galhos, folhas e grama utilizando as patas e o focinho, assim formando um ninho para a sua leitegada (Wischner et al., 2009). O processo de construção de ninho, estimula a secreção de hormônios como ocitocina e prolactina que estão envolvidos na redução da duração do parto, natimortalidade e aumento da habilidade materna, produção de colostro e leite (Yun et al., 2013; 2014).
Referências sob consulta junto ao autor
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