13 maio 2025

SINSUI: Painel da Elanco discute caminhos para fortalecer a liderança sanitária do Brasil

A Elanco abriu a programação do SINSUI 2025 propondo, em seu painel técnico sobre sanidade de suínos, uma reflexão sobre o papel da inteligência coletiva para garantir que o Brasil siga competitivo no cenário global da suinocultura.

SINSUI: Painel da Elanco discute caminhos para fortalecer a liderança sanitária do Brasil

A Elanco abriu a programação do SINSUI 2025 propondo, em seu painel técnico sobre sanidade de suínos, uma reflexão sobre o papel da inteligência coletiva para garantir que o Brasil siga competitivo no cenário global da suinocultura.

Ao dar início à sessão, a Diretora de Monogástricos da empresa, Deyse Galle, destacou que a posição sanitária brasileira é fruto de competência e precisa ser preservada por meio de ações coordenadas.

Ela alertou que os ganhos decorrentes do atual reposicionamento geopolítico — com EUA e China em fase de reorganização comercial — podem se perder se o setor nacional não reforçar seu diferencial.

“Precisamos seguir sendo referência em sanidade, mas também precisamos comunicar isso”, destacou Deyse. “Aquilo que é estratégico para o setor deve ser compartilhado”, completou.

A primeira palestra do painel de abertura do Sinsui 2025 trouxe o médico veterinário Giovani Trevisan, professor da Iowa State University, com uma análise comparativa entre os sistemas sanitários dos Estados Unidos e do Brasil. O foco foi identificar oportunidades reais de avanço a partir da experiência norte-americana.

Diagnóstico rápido e rastreabilidade

Segundo Trevisan, nos Estados Unidos, amostras coletadas em granjas são processadas em questão de horas, com retorno rápido dos resultados aos veterinários. Ele destacou que a estrutura laboratorial norte-americana é voltada para alto volume e alta velocidade, o que favorece o controle imediato de surtos.

Segundo o professor, o Brasil, por outro lado, ainda tem gargalos em logística e estrutura de diagnóstico, mas se destaca por um ponto chave: a rastreabilidade.

“Em caso de incursão de uma doença exótica, o Brasil tem condições reais de rastrear o percurso dos animais, o que nos EUA ainda é difícil devido à fragmentação dos sistemas”, salientou Trevisan. “Essa é uma fortaleza brasileira que precisa ser mantida”, completou.

Protocolos de quarentena

Outro ponto destacado pelo professor da Iowa State University foi a importância da quarentena bem conduzida. Segundo ele, o Brasil já aplica protocolos sanitários na entrada de fêmeas, mas poderia transformar essa etapa em uma verdadeira barreira técnica contra a introdução de patógenos.

Trevisan enfatizou que é durante a quarentena que se pode testar os animais, observar possíveis sintomas em tempo seguro e, se necessário, barrar a entrada de agentes como PRRS, PEDv e Mycoplasma. A prática, segundo ele, já é comum como medida preventiva em muitos sistemas norte-americanos.

Integração de dados diagnósticos

A experiência do Swine Disease Reporting System (SDRS), implantado nos EUA, também foi tema da apresentação do professor Giovani Trevisan para o auditório lotado do Sinsui. O sistema reúne mais de 100 mil diagnósticos por mês, processados por um painel técnico e disponibilizados por meio de relatórios, painéis interativos e vídeos analíticos.

A proposta, segundo ele, é usar os dados não apenas para resolver casos isolados, mas para mapear tendências por região, tipo de patógeno ou categoria animal.

“Não se trata de identificar culpados, mas de antecipar problemas e proteger o setor. O Brasil tem maturidade para fazer isso”, afirmou.

Monitoramento estatístico

O professor também apresentou ferramentas de análise de mortalidade por fase de produção. Segundo ele, com base em dados históricos de creche e terminação, é possível construir curvas esperadas para cada sistema produtivo e identificar, com rapidez, desvios que sinalizem a presença de enfermidades.

Trevisan destacou que essas ferramentas permitem que técnicos atuem antes mesmo de surgirem sinais clínicos evidentes, aumentando as chances de contenção e reduzindo impactos produtivos. “Não é substituição da observação de campo, mas um recurso a mais na tomada de decisão”, explicou.

Eliminação de patógenos

Por fim, Trevisan discutiu a experiência dos EUA com programas voluntários de eliminação de Mycoplasma hyopneumoniae.

Segundo ele, o Brasil pode avaliar essa possibilidade nos sistemas mais tecnificados, com planejamento adequado e suporte laboratorial. A escolha da estratégia — fechamento de granja, desmame precoce, substituição de plantel — depende, segundo Trevisan, do perfil de cada sistema, mas os protocolos estão disponíveis e validados.

Acompanhe a cobertura completa da suínoBrasil sobre o painel da Elanco no SINSUI, com os principais pontos técnicos discutidos por Janice Zanella, Isabella Lourenço, Edegar Baroncello, Yuso Tutida e Ricardo Nagae.


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