Suinocultura: Brasil – Abates estáveis no primeiro quadrimestre de 2024
No primeiro quadrimestre de 2024, o Brasil abateu 16,097 milhões de cabeças de suínos, conforme dados compilados por SAFRAS & Mercado, com recuo de 2 mil cabeças em comparação ao registrado em igual período do ano passado.
O número ainda pode sofrer pequenas alterações, considerando revisões periódicas do SIF (Serviço de Inspeção Federal).
O dado é positivo, mostrando que o mercado pode encontrar um nível de produção mais sustentável no médio e longo prazo, contudo, vale destacar que investimentos realizados nos anos anteriores estão maturando, devendo resultar em avanços tanto no abate como na produção da carne em breve.
Adentrando nos números do Sul do país, estados que dominam a produção nacional, há pontos que chamam atenção.
- O abate do Paraná no primeiro quadrimestre atingiu 3,236 milhões de cabeças, avanço de 9,7% em relação às 2,950 milhões de igual período do ano passado.
- Por outro lado, o abate do Rio Grande do Sul recuou 5,7%, passando de 3,133 milhões de cabeças para as atuais 2,953 milhões de cabeças.
- Em relação ao Rio Grande do Sul, as enchentes devem impactar o nível de abates ao longo das próximas semanas, por conta de questões logísticas, mas o Paraná e vizinho Santa Catarina podem suprir esse recuo.
- O abate de Santa Catarina nos quatro primeiros meses de 2024 ficaram em 5,010 milhões de cabeças contra às 5,050 milhões do ano passado, queda de 0,8%.
Se por um lado o abate ficou estável, por outro, a produção brasileira de carne suína avançou, reflexo do maior peso médio dos animais, impactando no quadro da disponibilidade doméstica.
No primeiro quadrimestre/24, a produção brasileira ficou em 1,742 milhão de toneladas, avanço de 2,9% em relação às 1,694 milhões de toneladas de igual período do ano anterior.
Vale relembrar que nos primeiros meses de 2023, os suinocultores contavam com margens negativas, contando com preços fracos do suíno juntamente com custo de produção elevado, o que levou a cortes de peso naquele período.
Neste ano, o quadro é um pouco mais favorável em relação aos custos, as margens e a lucratividade voltaram para o suinocultor, mesmo que o preço do suíno não avance, resultando na recomposição do peso médio.
Com maior produção e disponibilidade de carne suína no interior do país, a curva de preços ao longo da cadeia vem encontrando dificuldades, trabalhando em nível inferior se comparado ao ano passado.
A exportação brasileira continua apresentando bom resultado este ano, mas não é capaz de absorver o incremento de produção, deste modo, a demanda interna é fundamental para que os preços no interior do país consigam avançar.
Quanto ao consumo para carne suína, o ano é desafiador, considerando que os preços das proteínas de origem animal concorrentes (bovino e frango) estão bastante competitivos. Houve ao longo do primeiro quadrimestre o avanço do alojamento de pintainhos e abate elevado no mercado do boi, ou seja, há grande disponibilidade das concorrentes.
A exportação brasileira de carne suína ficou em 382,173 mil toneladas nos quatro primeiros meses de 2024, incremento de 2,6% em relação ao primeiro quadrimestre/23, quando alcançou 372,570 mil toneladas.
O Brasil está vendendo menos para a China, mas tem conseguindo ampliar vendas para outros destinos, como para Filipinas, Japão, Chile e outros.
Com os dados de produção e exportação dados, a disponibilidade interna de carne suína fechou o primeiro quadrimestre com 1,360 milhão de toneladas, avanço de 2,9% se comparado às 1,321 milhão de toneladas registradas no mesmo período de 2023.
Suinocultura: Brasil – Abates estáveis no primeiro quadrimestre de 2024