Aurora Coop projeta expansão internacional e reforça modelo cooperativo
Em sua fala, Neivor Canton destacou a solidez do cooperativismo, os desafios atuais do setor e os planos de internacionalização da companhia
Aurora Coop projeta expansão internacional e reforça modelo cooperativo
Durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), realizado em Chapecó (SC), o presidente da Aurora Coop, Neivor Canton, concedeu entrevista no estúdio Agriplay, montado em parceria com o Nucleovet dentro da Pig Fair. Em sua fala, o executivo destacou a solidez do cooperativismo, os desafios atuais do setor e os planos de internacionalização da companhia, terceira maior agroindústria do Brasil.
Ao abordar os riscos que mais impactam a cadeia de proteína animal, Canton destacou o custo do capital como ponto crítico. Segundo ele, esse fator tem levado a empresa a rever planejamentos e proteger os produtores cooperados:
“Não podemos forçar um produtor a se endividar de maneira que ele não tenha luz no horizonte. O desafio é buscar sempre o consenso para cada nova decisão.”
Um dos indicadores mais acompanhados pela liderança da Aurora é a participação de mercado. Para Canton, até pequenas variações podem sinalizar ajustes imediatos. “Share precisa ser construído a duras penas. Uma mercidinha depois da vírgula já pode ser razão para dificuldades.”
Entre as decisões estratégicas recentes, a abertura de um escritório em Xangai, na China, foi apontada como marco da atual gestão. O executivo explicou que o movimento estava nos planos da cooperativa há anos e ganhou maturidade com o avanço da equipe de mercado externo. Ele também revelou que a empresa já analisa uma segunda unidade internacional, prevista para o primeiro semestre de 2026.
Assista a entrevista completa:
Outro ponto enfatizado foi a importância da cultura organizacional do sistema Aurora, que reúne 14 cooperativas associadas, 86 mil produtores e cerca de 50 mil colaboradores.
“Vivemos um clima de perfeita harmonia. Uma vez preservado esse modelo, a chance de sucesso é muito grande.”
Sobre mão de obra, Canton destacou os projetos de formação conduzidos pelas cooperativas, como núcleos de jovens e mulheres, universidades internas e o programa de encadeamento produtivo, desenvolvido há 26 anos. A iniciativa, segundo ele, ajudou a reverter o êxodo rural e a preparar sucessores para a atividade no campo.
Questionado sobre ESG, o presidente afirmou que o setor já evoluiu de forma significativa, especialmente no aspecto ambiental:
“Nenhum produtor rural entrega um produto sem estar devidamente licenciado. O estágio atual causa surpresas positivas, aliado ao cuidado com as pessoas e à distribuição de renda.”
Ao refletir sobre o equilíbrio entre competição de mercado e princípios cooperativistas, Canton destacou que a educação dos associados é o maior diferencial da Aurora: “Em igualdade de condições, temos a vantagem de ser uma organização que pensa na comunidade. Quando cumpre seus princípios, a cooperativa é um aliado desejado por qualquer governo bem intencionado.”
Encerrando a entrevista, Canton projetou como gostaria que sua gestão fosse lembrada futuramente:
“Que fosse estudado como foi possível manter, com boa qualidade de vida, milhares de famílias em um modelo minifundiário que é a base onde atua o sistema Aurora.”
Assista a entrevista completa:
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