Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)
Após o esperado recuo das cotações do suíno vivo e carcaças no mês de janeiro/23, o preço demonstrou forte reação na primeira quinzena de fevereiro. Leia mais!
Baixa oferta de suínos resulta em aumento de preços e mantém expectativa mais favorável para 2023
Após o esperado recuo das cotações do suíno vivo e carcaças no mês de janeiro/23, quando comparado com dezembro do ano passado, o preço demonstrou forte reação na primeira quinzena de fevereiro (gráficos 1 e 2) em todas as praças e com relatos de falta de animais para atender a demanda.
Um dos sinais de oferta insuficiente para atender a demanda é a queda de peso médio de abate e isto já podia ser observado no final de 2022, como indicam os dados preliminares recém-publicados pelo IBGE de abate do último trimestre do ano passado (tabela 1), em que o peso médio das carcaças em dezembro/22 foi de 90,14 kg, o que representou uma queda de pouco mais de 2,5kg (2,7%) por carcaça em relação a novembro/22.
Na mesma tabela 1 confirma-se um aumento na produção em 2022 na ordem de 5,23 % em relação a 2021, uma desaceleração bastante significativa no crescimento da atividade no Brasil em relação aos anos anteriores em que a produção acumulou um crescimento de quase 20% entre 2019 e 2021, conforme demonstra a tabela 2.
Nesta mesma tabela é possível verificar que a disponibilidade interna, que cresceu quase 8,5% em 2021, continuou crescendo em 2022, mas em percentual um pouco mais baixo (6,63%), fazendo com que o consumo per capita ano ultrapassasse os 19 kg por habitante.
A exportação tem cumprido sua função de “enxugar” o mercado. Em janeiro/23, embarcou-se pouco mais de 80 mil toneladas de carne suína in natura. Apesar de ter havido uma queda de 12,5 mil toneladas em relação a dezembro/22 (-13,5%), a quantidade exportada foi recorde para o primeiro mês do ano, superando em 18% os embarques de janeiro de 2022. O preço médio por tonelada exportada em dólar, que vinha crescendo desde agosto de 2022, sofreu um pequeno recuo em janeiro e se mantém estável na primeira semana de fevereiro.
Os volumes exportados para a China, o maior comprador brasileiro, em janeiro/23 também foram recorde para este mês, totalizando quase 40 mil toneladas, 34% a mais que janeiro do ano passado. Lembrando que o Ano-Novo chinês foi em 03 de fevereiro e, costumeiramente, há uma preparação de estoque para esta data, o que determina um natural recuo na demanda e nas cotações do suíno no período próximo a esta data.
A EMBRAPA suínos e aves revisou os coeficientes técnicos para o levantamento de custos de suínos, e as principais mudanças foram a redução da conversão alimentar de rebanho de 2,8 kg para 2,5 kg de ração por kg vivo (-12%), o aumento do peso final de 110 kg para 125 kg vivo (+14%) e o aumento na produtividade das matrizes de 25,1 leitões para 28,6 leitões desmamados por fêmea a cada ano (+13%). Estas mudanças sem dúvida estão muito próximas da média do rebanho nacional e determinaram uma queda no custo de produção apurado pela entidade nos três estados do sul no mês de janeiro/23, ficando o custo do kg vivo no Paraná em R$ 6,93; em Santa Catarina em R$ 6,98 e no Rio Grande do Sul em 6,97. Em dezembro/22, antes dos ajustes nos coeficientes, os custos estimados pela EMBRAPA giravam ao redor de R$ 8,00/kg vivo na região Sul.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que os primeiros dados do IBGE indicam que em 2022 a suinocultura brasileira ultrapassou a marca de 5 milhões de toneladas de carcaças produzidas e 19 kg per capita ano de consumo, além de manter os embarques anuais acima de 1 milhão de toneladas de carne suína in natura, colocando a suinocultura brasileira em novo patamar no mercado doméstico e internacional.
“Todo esse crescimento ocorreu em meio a uma das maiores crises da história do setor. Diante deste cenário fica cada vez mais evidente que o destino da suinocultura brasileira é continuar crescendo e que o caminho da sustentabilidade econômica, diante de custos de produção inflacionados, não está no controle de oferta e sim na busca contínua de melhoria na eficiência de produção (custos/produtividade/qualidade) e na expansão da demanda interna, acompanhada da manutenção e conquista de novos mercados lá fora. Com a safra verão em processo de colheita não se espera no curto prazo uma alta nos custos relacionados aos principais insumos da suinocultura. É importante acompanharmos o plantio e desenvolvimento da segunda safra de milho, cujo resultado terá grande impacto na rentabilidade da suinocultura ao longo do ano”, conclui.
Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)
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