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Intestino, o maior órgão imune do organismo – Parte II

Escrito por: Cândida Azevedo - Doutorado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" , Henrique Cancian

A estrutura intestinal é crucial para a saúde e desempenho dos suínos. Além das funções digestivas do trato gastrintestinal (TGI), as células imunes e estruturas linfoides presentes no TGI constituem o maior órgão imune do organismo.

Na parte I do artigo acerca do sistema imunológico associado à mucosa intestinal foram abordadas a barreira epitelial, bem como o sistema GALT (gut-associated lymphoid tissue).

Nesta segunda parte serão abordadas células dendríticas, linfócitos T e B e citocinas inflamatórias.

As células dendríticas e os macrófagos são células sentinelas e processadoras de antígenos, como resultado, o processamento antigênico pode ser iniciado, simultaneamente, à eliminação do invasor pelas defesas inatas.

Após a fagocitose, os microrganismos invasores serão processados intracelularmente e fragmentados em peptídeos menores, que serão acoplados aos receptores especializados de apresentação de antígeno, denominados moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC), sendo posteriormente transportados até a superfície da célula, de modo que o desencadeamento da imunidade adaptativa se dá quando estes peptídeos ligados ao MHC são reconhecidos por receptores específicos de linfócitos (Tizard, 2008).

As extensões citoplasmáticas de algumas células dendríticas são interdigitadas entre as células epiteliais, possibilitando a captura, processamento e apresentação de antígenos diretamente a partir do lúmen aos linfócitos intraepiteliais e para as células T de folículos linfoides subjacentes.

Há também linfócitos T e B efetores (linfócitos T CD4 auxiliares, linfócitos T CD8 citotóxicos e plasmócitos secretores de IgA) previamente ativados/diferenciados nos GALT ou linfonodos drenantes (Gonçalves et al., 2016).

Determinadas populações de linfócitos T estão especificamente localizadas acima da lâmina própria e da membrana basal do epitélio intestinal, situadas entre as células epiteliais de revestimento e exibem características diferentes de outros linfócitos T encontrados na região periférica.

Esses linfócitos são heterogêneos, majoritariamente (80%) de fenótipo CD8, com abundantes grânulos citoplasmáticos contendo moléculas citotóxicas, capacidade de produzir diversas citocinas (como IFN-γ, IL-2, IL-4 ou IL-17) e podem se dividir em populações celulares que expressam na superfície o receptor de antígenos (TCR/T cell receptor) constituído de cadeias do tipo αβ ou γδ (Gonçalves et al., 2016).

Os linfócitos T intraepiteliais dominantes correspondem aos CD8αβ+/TCRαβ+, que penetra no epitélio intestinal por meio do aumento da expressão de integrinas específicas e receptores de quimiocinas após sua ativação em órgãos linfoides secundários (Gonçalves et al., 2016).

Os linfócitos T intraepiteliais naturais TCRγδ+ possuem funções primordiais na mucosa intestinal, incluindo:

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