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10 ago 2023

Manejo dos leitões, Mercado e Governança Social e Ambiental (ESG) marcam a tarde do segundo dia do SBSS

Manejo dos leitões, Mercado e Governança Social e Ambiental (ESG) marcam o segundo dia do SBSS   O manejo dos leitões até o desmame é uma etapa essencial para alcançar uma matriz saudável e produtiva. Os desafios nessa fase foram pauta das palestras das médicas veterinárias Djane Dallanora e Fernanda Laskoski nesta quarta-feira (9), durante o 15º Simpósio […]

Manejo dos leitões, Mercado e Governança Social e Ambiental (ESG) marcam a tarde do segundo dia do SBSS

Manejo dos leitões, Mercado e Governança Social e Ambiental (ESG) marcam o segundo dia do SBSS

 

O manejo dos leitões até o desmame é uma etapa essencial para alcançar uma matriz saudável e produtiva. Os desafios nessa fase foram pauta das palestras das médicas veterinárias Djane Dallanora e Fernanda Laskoski nesta quarta-feira (9), durante o 15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), no formato presencial e virtual, com transmissão a partir do Centro de Eventos, em Chapecó.

Djane tratou sobre a hiperprolificidade, que é a capacidade das matrizes modernas de produzir um grande número de leitões, e as dificuldades enfrentadas pelas maternidades para desmamar tantos leitões. “A nossa maior dificuldade é a produção de leite das matrizes. Nós temos uma quantidade muito grande de leitões nascidos que precisam ser amamentados, então precisamos encontrar o manejo ideal para essa fêmea moderna, para ela dar conta de atender a leitegada.”

Conforme a médica veterinária, há pontos de ação que podem ser executados dentro das granjas, que estão relacionados principalmente à condição corporal e à alimentação dessas porcas na lactação para que elas consigam produzir leite.

“É preciso preparar toda essa estrutura materna e dar condições de saúde e nutrição para que essas fêmeas estejam prontas para amamentar uma matriz com 20 leitões. Temos que nos questionar sobre a eficácia das estratégias e ferramentas que estamos usando, pois nos deparamos com uma variabilidade muito grande no campo de linhagem genética, de modelo de comedouro, de modelo de instalação, se é climatizada ou não, então o que dá certo num lugar não pode ser levado no mesmo formato para outro. Temos que olhar para dentro do nosso sistema e entender o que dá certo na nossa granja.”

Outro ponto importante é o cuidado com as fêmeas jovens, garantindo que elas tenham peso e alimentação adequados para estarem preparadas para a primeira lactação. A sanidade dos leitões também deve receber atenção, para que eles não tenham diarreia, que é uma das principais questões sanitárias nesta fase. “Devemos conhecer nosso sistema de produção, avaliar a quantidade e qualidade do colostro produzido, estimular adequadamente o aparelho mamário das fêmeas jovens, fazer o uso racional das mães de leite, reduzir a quantidade de leitões fora das especificidades, observar as causas de refugagem e que levam os leitões a terem baixo desenvolvimento, o impacto de tudo isso na sanidade, e lembrar que a saúde no pós desmame está vinculada completamente à qualidade sanitária e de desempenho dos leitões na fase de maternidade”, finalizou.

 

OPORTUNIDADES DE MANEJO

A médica veterinária Fernanda Laskoski destacou que há muitas oportunidades de práticas de manejo para o período pós-desmame, que podem auxiliar na adaptação e incentivo do consumo para favorecer o desenvolvimento do leitão. Ela apresentou pesquisas que testaram estratégias simples, mas de significativo impacto, a exemplo do uso dos tapetes de alimentação, a importância de ofertar espaço maior de comedouro por leitão, o enriquecimento ambiental, garantir um grau de uniformidade de animais na baia e o estímulo ao consumo de água nas primeiras 24 horas pós-desmame. “São estratégias que ajudam a melhorar o desempenho de leitões e a reduzir a mortalidade e as perdas de peso neste período.”

Para concluir, Fernanda salientou que é essencial buscar oportunidades dentro da realidade de cada granja e trazer constantemente melhorias com foco no bem-estar dos leitões. “Toda e qualquer estratégia que possa aprimorar a ambiência, a nutrição e sanidade dos animais pode ser considerada uma oportunidade. É de extrema importância executar ações básicas de manejo, que apesar de conhecidas, às vezes são pouco praticadas. Ainda, ter um olhar mais atento para a fase pós-desmame e observar com mais cuidado os animais são ferramentas interessantes para auxiliar o desenvolvimento do leitão na fase da creche.”

 

O mundo está em frequente transformação e a suinocultura pode aproveitar as oportunidades que surgem para se fortalecer no mercado, acompanhar as tendências e ampliar a produção com sustentabilidade. Esses foram temas das duas palestras que encerraram os debates do segundo dia do 15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), no Painel Mercado e Governança Social e Ambiental (ESG). O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até esta quinta-feira (10), em Chapecó (SC).

O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne/SC), José Antônio Ribas Júnior, explanou sobre “Oportunidades em um cenário de margem zero”. Ele falou sobre o que pode ser feito para posicionar melhor o setor no mercado e sobre oportunidades. Salientou que o agronegócio possui muitas virtudes que precisam ser mostradas aos consumidores.

De acordo com Ribas, atualmente a venda está sustentada na competitividade brasileira, que possui proteínas de qualidade com baixo custo. Porém, para continuar bem posicionado no futuro, algumas variáveis precisam ser avaliadas. “O mundo chegou a 8 bilhões de pessoas e logo chegará a 10 bilhões de habitantes. Tem um bilhão de pessoas nesse momento que não têm um prato de comida e é nosso papel poder propiciar alimentação. O mercado é muito amplo, podemos trabalhar desde o mais gourmetizado até o mais básico”, expôs. Ribas enfatizou que o setor é extenso e intenso e essa intensidade exige ciência de dados e planejamento para que não se perca a eficiência.

Citou, por exemplo, as definições da COP 26 e da COP 27. “Todos têm obrigação de saber o que está escrito nesses relatórios porque neles estão os grandes direcionais da produção de alimentos do mundo. Neles está escrito que, para as nações mais relevantes do mundo, a produção de alimentos é questão de soberania nacional”. Além disso, para se manter competitivo, é necessário pensar em ESG.

“A hora de garantir o futuro é agora, é neste momento que estamos com o olhar para dentro do setor, buscando as melhorias de eficiência. O Brasil é eficiente, exporta para 150 países. Ninguém ganha mercado por tantos anos de maneira tão consistente se não estiver fazendo com qualidade”.

Enfatizou a eficiência do agro, ao citar que, da década de 1990 para os dias de hoje, a área cultivada cresceu de 131 milhões de hectares para 192 milhões, enquanto que a produtividade elevou de 483 milhões de toneladas para mais de 1,1 bilhão de toneladas. Ou seja, dobrou a produção sem ter a necessidade de dobrar a área. Essa eficiência saiu da agricultura 1.0, que tinha mão de obra intensiva e baixa produtividade, e evoluiu para a agricultura 5.0, passando pelo melhoramento genético, máquinas e softwares agrícolas, biotecnologia, posicionamento global, sensoriamento, uso de drones e imagens por satélite até inteligência artificial, integração de dados e de sistemas, robótica, automatização e ESG.

Sobre sustentabilidade, salientou que os produtores rurais e todo o setor respeitam o meio ambiente. “Existem dentro das propriedades as reservas obrigatórias e as áreas de preservação permanente e nós não costumamos mostrar esse ativo ambiental que está na nossa mão. Temos um cuidado ambiental que ninguém no mundo tem”.

Além disso, o Brasil investe em energias renováveis, possui uma grande matriz de energia limpa e investe em novos projetos, como de produção e energia com biometano. “Existem inúmeras iniciativas, sabemos fazer e estamos fazendo, incluindo a neutralização de carbono na produção. Isso precisa estar nas embalagens dos nossos produtos, precisamos comunicar com eficiência as nossas virtudes”, realçou, ao acrescentar que aliado a isso tudo são necessários profissionais com novas competências e qualificados.

“Precisamos ter foco nos novos mercados, em comunicação, em liderança, no planejamento e na eficiência”, finalizou Ribas.

 

 

SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO

Os desafios e os bons exemplos da sustentabilidade na suinocultura foram explanados pelo doutor em nutrição monogástrica com foco em suínos Bradley Lawrence, na palestra “Sustentabilidade na suinocultura”. Ele sublinhou que a sustentabilidade é baseada nos princípios de fazer mais com menos, deixando recursos suficientes para as gerações futuras, minimizando o impacto no planeta e agindo no melhor interesse da sociedade.

“Na indústria suína, sustentabilidade significa fazer escolhas que beneficiem o bem-estar dos animais, das pessoas envolvidas e do planeta, mantendo a lucratividade econômica. No entanto, o desafio da sustentabilidade reside no fato de que ela engloba diversos interesses de várias partes interessadas”, disse, ao exemplificar as preocupações de profissionais que pensam na resistência antimicrobiana, nos ambientalistas, na emissão de gases de efeito estufa, etc.

Observou que a sustentabilidade evoluiu de uma preocupação local ou regional para uma iniciativa internacional, ao citar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “A indústria suína global pode fazer contribuições significativas para pelo menos 10 desses objetivos. Fornece empregos locais bem remunerados e uma fonte nutritiva de proteína de alta qualidade, desempenha um papel na melhoria da saúde e bem-estar. Ao se concentrar em atender as necessidades dos animais para eficiência e minimizar a excreção de nutrientes, combinado com as melhores práticas agronômicas, pode impactar positivamente a qualidade da água, beneficiando a vida aquática e reduzindo a degradação da terra”, exemplificou.

Lawrence realçou que a nutrição desempenha um papel crucial e falou de formulações de dieta no futuro. “A otimização da conversão alimentar por meio da nutrição permanecerá sendo um foco principal, especialmente com os avanços na seleção genética que aumentam a capacidade de ingestão de alimentos e o desempenho de crescimento. A seleção de ingredientes para minimizar a excreção de nutrientes também se tornará mais prevalente”, destacou, concluindo sua palestra ao enfatizar que “a sustentabilidade não é nova e veio para ficar.

 

SOBRE O SBSA

O 15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até quinta-feira (10), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), no formato híbrido. Simultaneamente ocorrem a 14ª Brasil Sul Pig Fair e a Granja do Futuro, presencialmente. Durante o SBSS, 16 palestras contribuirão para atualizar os profissionais que atuam na cadeia suinícola. A programação é organizada em seis painéis que abordam o uso prudente de antimicrobianos e bem-estar animal; nutrição; pessoas; reprodução e manejo de leitões; mercado e governança social e ambiental; sanidade e biosseguridade.

15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura

APOIO

O 15º SBSS tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa Suínos e Aves e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

 

Manejo dos leitões, Mercado e Governança Social e Ambiental (ESG) marcam o segundo dia do SBSS Fonte: Assessoria de Imprensa SBSS

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