Saúde Entérica
No Simpósio Satélite da Elanco, Janice Zanella (Embrapa) lançou a Central de Inteligência em Sanidade Suína. Isabella Lourenço (BRF) reforçou a importância da saúde entérica na fase inicial. Edegar Baroncello (Master) defendeu ações práticas e integradas nas granjas.
Durante o Simpósio Técnico promovido pela Elanco no SINSUI, a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella, anunciou a criação da Central de Inteligência em Sanidade Suína, plataforma nacional voltada à coleta, padronização e análise de dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos.
Segundo ela, o projeto nasce inspirado em experiências internacionais, como a Central de Inteligência de Aves e Suínos europeia, e visa apoiar a vigilância ativa e a resposta técnica frente aos principais desafios sanitários da suinocultura brasileira.
“Se você monitora, você conhece”, salientou Janice. “E se você conhece, você pode controlar”, completou ela ao apresentar os objetivos da iniciativa, que também prevê a colaboração com universidades, empresas e serviços oficiais de inspeção.
Segundo Janice, o sistema permitirá acompanhar com maior precisão a ocorrência de agentes respiratórios e entéricos em diferentes regiões do país, identificando sazonalidades e padrões que possam orientar ações de prevenção e controle.
Ela informou que estados como Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina já estão entre os primeiros a participar do projeto, que também exigirá um processo de padronização de metodologias e linguagem técnica para garantir consistência nos dados.
A proposta apesentada por Janice reforça o que já havia sido discutido na primeira parte do painel, com Deyse Galle e Giovani Trevisan, sobre a importância de reposicionar o Brasil como liderança em sanidade animal.
Com a participação da pesquisadora da Embrapa e outros especialistas, o painel avançou para uma abordagem prática, baseada em evidências e aplicabilidade no campo.
Saúde Entérica
A Gerente Executiva de Saúde Animal na BRF, Isabella Lourenço dos Santos, trouxe a perspectiva da saúde entérica como alicerce para a imunidade dos leitões nas fases iniciais. Em sua apresentação, reforçou que a microbiota materna, a homeostase intestinal e a qualidade da colostragem são determinantes para o desempenho futuro dos animais.
“As doenças entéricas não são novidade”, salientou. “Os agentes são bem conhecidos e o que continua falhando é a forma como preparamos esses animais — e isso passa por conceitos básicos que ainda não são plenamente aplicados”, completou.
Isabella destacou ainda que falhas na limpeza, na ambiência e no consumo adequado de colostro nas primeiras horas de vida geram um ambiente propício à expressão de doenças, agravado por fatores como alta densidade e mistura de origens.
Realidade das Granjas
Com foco na realidade das granjas, o médico-veterinário Edegar Baroncello, Gerente de Saúde Animal na Master Agroindustrial, reforçou a necessidade de estratégias práticas e contínuas para enfrentar a complexidade dos desafios sanitários.
“Não se trata apenas de identificar o agente. É preciso entender o cenário multifatorial em que ele se expressa. Agentes primários e secundários interagem com o ambiente, e só uma abordagem integrada pode reduzir perdas”, pontuou.
O conteúdo do painel segue com as palestras finais, que tratam de dois temas diretamente ligados à produtividade e ao bem-estar animal: os desafios entéricos na recria e terminação, com o médico-veterinário Yuso Henrique Tutida, da Pamplona Alimentos, e a mortalidade de matrizes, tema abordado por Ricardo Yuiti Nagae, da Seara Alimentos.
Acompanhe na próxima matéria a continuidade da discussão técnica promovida pela Elanco no SINSUI
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