Para ler mais conteúdos de suínoBrasil 4º Trimestre 2022
O uso de antibióticos na nutrição animal é uma prática que tem ocorrido desde 1950, mas o uso excessivo desses produtos tem gerado uma série de questionamento a respeito ao desenvolvimento de bactérias resistentes e como isso reflete na população.
Nesse sentido, nos últimos anos uma série de produtos foram desenvolvidos como alternativas à redução de uso de antibióticos e auxiliadores de integridade intestinal, probióticos, prebióticos, óleos essenciais e ácidos orgânicos são alguns deles.
Os ácidos orgânicos atuam de maneira bactericida através de permeabilidade na membrana de bactérias gram negativas e desprotonação no compartimento intracelular. Além disso alguns ácidos orgânicos, como é o caso do butirato, são utilizados por células intestinais como fonte de energia.
O ácido butírico tem atravessado diferentes gerações com objetivo de promover sua efetividade e melhor manipulação na produção animal. A primeira geração é o próprio ácido butírico, que naquele momento apresentava algumas desvantagens como:
A partir daí iniciaram o desenvolvimento de sais de butírico e sais de butírico protegidos (2ª e 3ª gerações), a grande vantagem foi a redução do mal odor (característico do ácido) e a proteção para sua liberação lenta ao longo do trato digestório.
A 4ª e 5ª geração do butírico consistiram dos ácidos butíricos esterificado e monobutirinas. Hoje alcançamos então a 6ª geração constituída por monoglicerídeos de butirato (Figura 1).
A mistura otimizada de ácidos butírico, cáprico e caprílico esterificados ao glicerol (BalanGut™ LS), pode ser considerada a evolução do uso do butirato na produção animal, buscando não somente os ganhos com o benefício do C4 mas também o maior controle de gram negativas atribuída ao C8 e C10.
A experiência da indústria com a utilização de ácido butírico (C4) e ácidos graxos de cadeia média (C8 e C10) em leitões, e o enorme problema do odor destes produtos, levou à procura de soluções, para finalmente chegar a um produto como BalanGut™ LS que:
Uma vez ingerido BalanGut™ LS, possui duas vias de ação:
No primeiro caso, e especificamente no caso do ácido butírico (C4), os enterócitos são capazes de responder a níveis elevados de ácido butírico no plasma, resultando numa melhoria da integridade e da resposta imunológica a nível intestinal.
Se, pelo contrário, passar para as secções posteriores sem se degradar, o BalanGut™ LS exerce uma função antibacteriana por contacto.
Por que Monoglicerídeos?
Para eliminar esses inconvenientes do ácido butírico, BalanGut™ apresenta os ácidos graxos C4, C8 e C10 na forma de glicerídeos. Este produto inodoro permite uma ação prolongada ao longo do intestino.
Além disso, os monoglicerídeos têm seu próprio modo de ação: a monobutirina ativa a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), contribui para a integridade da barreira epitelial e tem efeitos antimicrobianos mais fortes que os do ácido butírico. Os monoglicerídeos caprílico (C8) e cáprico (C10) também atuam diretamente contra patógenos.
Benefícios e limitações do butirato e ácidos graxos de cadeia média
O ácido butírico ajuda a manter a integridade do epitélio e a regular o sistema imunológico e possui propriedades antimicrobianas. Os ácidos graxos de cadeia média (C6-C12) também são fortes antimicrobianos.
Sua absorção é rápida no trato digestivo, o que pode limitar seu efeito positivo na saúde intestinal. Além disso, o ácido butírico tem um odor muito desagradável, é corrosivo e volátil.
Apresentação e recomendações de inclusão
Disponível na forma líquida ou em pó, o BalanGut™ tem ação preventiva em aves na dose de 0,3 kg/t de ração. Em condições desafiadoras para fase de creche de leitões, é eficaz entre 1,5 e 3,0 kg/t. Uma versão também é proposta para a aquicultura.
Demonstração de efetividade
Em suma, e tendo em conta que temos cada vez mais informação sobre a microbiota, não se deve esquecer o efeito que estes aditivos têm na sua composição e função no leitão: seja porque atingem estas secções distais do trato digestivo, ou porque níveis elevados no plasma são suficientes para que os microrganismos respondam.
Na prática, BalanGut™ LS proporciona ao leitão um ambiente intestinal favorável, o que afeta diretamente os resultados produtivos.
Foi realizado um experimento com leitões tanto no aleitamento (820 animais), quanto desmamados (630 animais), comparando o efeito de BalanGut™ LS com um controle negativo sem BalanGut™ LS.
Na figura 2, podemos ver que o BalanGut™ LS apresenta efeitos positivos em leitões lactentes e/ou desmamados.
Quando o BalanGut™ LS foi adicionado as dietas de Creep-feeding houve aumento no número de leitões desmamados. Uma vez desmamados, a resposta produtiva também foi positiva, com a melhoria de 11% de ganho de peso em relação aos leitões do controle negativo sem adição do BalanGut™.
Vários ensaios diferentes realizados por centros experimentais independentes demonstraram sua eficácia contra patógenos como E. coli, Salmonella e Clostridium. Sob situações de desafios patogênicos ou condições ideais, o BalanGut™ LS melhorou o desempenho de leitões, reduziu o risco de diarreia (Figura 3) quando comparados a leitões que foram alimentados com dietas sem antibióticos.
Em uma avaliação em frangos de corte, o uso do BalanGut™ LS em diferentes doses reduziu a pododermatite em aves de 42 dias (Figura 4), parte desse efeito atribuímos à melhoria de integridade intestinal e qualidade das excretas.
Considerações Finais
A BASF tem trabalhado insistentemente em elaboração de produtos que atendam os novos desafios de mercado frente à redução do uso de antibióticos e que garantam uma adequada saúde intestinal e manutenção de performance. A aplicação do BalanGut™ LS na nutrição animal tanto para aves quanto suínos, tem sido uma alternativa para auxiliar a produção animal nesse novo cenário.