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27 maio 2025

Brasil será reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação

 O Brasil deve receber durante a 92ª Assembleia da OMSA o reconhecimento internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Brasil será reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação

OMSA oficializa status de livre de febre aftosa sem vacinação em 29/05. 

O Brasil deve receber, no próximo dia 29 de maio, durante a 92ª Assembleia da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), o reconhecimento internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Trata-se de um marco sanitário, que fortalece a imagem do país no cenário global e representa uma conquista estratégica para a suinocultura nacional.

Segundo Luiz Henrique Barrochelo, coordenador da Defesa Agropecuária de São Paulo e representante brasileiro na Assembleia, a partir do reconhecimento, o mundo passa a enxergar o território brasileiro como mais um que contém o mais alto patamar de sanidade animal.

Esse avanço acontece após décadas de campanhas de vacinação, desenvolvimento tecnológico e vigilância ativa. O Rio Grande do Sul, por exemplo, que completa quatro anos da certificação recebida em 2021, foi pioneiro no desenvolvimento da vacina oleosa, considerada um divisor de águas na luta contra a doença, segundo técnicos da Seapi e da Farsul.

Hoje, com a retirada oficial da vacinação em 21 estados e no Distrito Federal, e com a expectativa de ampliação do reconhecimento pela OMSA, o desafio passa a ser o de manter a confiança internacional e evitar a reintrodução do vírus. Isso, porque o Código Sanitário para os Animais Terrestres da OMSA, estabelece que o status sanitário pode ser suspenso a qualquer momento em caso de surtos ou falhas na vigilância.

Para a suinocultura, a nova condição sanitária pode abrir mercados com exigências mais restritas e valorizar o produto brasileiro no exterior. A febre aftosa afeta diretamente suínos, ainda que o foco tradicional da doença tenha sido nos bovinos.

Conforme levantamento técnico apresentado na revista do Conselho Federal de Medicina Veterinária , surtos anteriores no Brasil — como o de 2005 a 2006 — resultaram na suspensão de até 87% do mercado exportador de carnes, com impacto direto também sobre a carne suína.

No entanto, a retirada da vacinação impõe novas obrigações sanitárias. O uso de vacinas está proibido, e a movimentação de animais vacinados entre zonas com e sem reconhecimento internacional é regulada com rigor, conforme a Portaria MAPA nº 665, de 2024.

A manutenção do status sanitário exige o cumprimento das diretrizes do PNEFA (Plano Nacional de Vigilância para Febre Aftosa) e o engajamento dos médicos veterinários e produtores rurais.

A OMSA alerta, em seus relatórios técnicos de 2025, que surtos recentes em países antes reconhecidos como livres — como Alemanha, Hungria e Eslováquia — demonstram que o risco de reintrodução permanece. 

“O risco nunca será zero enquanto a doença existir no mundo”, reforça Gazziane Rigon, que é coordenadora do Programa de Vigilância para Febre Aftosa da Seapi, que também destaca que o relaxamento de medidas básicas de biossegurança é uma das maiores ameaças.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária, a vigilância eficaz depende de atuação coordenada entre setor público e privado, com atenção contínua aos sinais clínicos da doença, notificação imediata de suspeitas e capacidade de resposta emergencial. A participação ativa da cadeia produtiva é essencial para preservar a conquista e garantir que o status de livre da doença se converta, de fato, em mais competitividade para o setor pecuário brasileiro.

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