Escassez de carne suína no Brasil: entenda o impacto e as projeções para 2025
A partir de julho de 2024, a suinocultura brasileira enfrentou um cenário atípico: a oferta de carne suína não acompanhou a crescente demanda, resultando em um expressivo aumento de preços. Esse fenômeno e suas consequências foram abordados pelo consultor de mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Iuri Pinheiro Machado, em entrevista exclusiva à revista suínoBrasil.
No bate-papo conduzido por Cândida Azevedo, Iuri destacou que o setor experimentou uma escassez inédita no mercado interno, impulsionada por exportações em alta e produção estável. A valorização da carne suína foi tão intensa que, em determinados momentos, os preços da carcaça suína se aproximaram dos valores da carne bovina, reduzindo a competitividade do produto para o consumidor brasileiro.
“Quando chegamos no fim do ano, os preços estavam tão elevados que os compradores passaram a segurar pedidos, o que resultou em uma queda brusca de mais de 20% nas cotações em apenas duas semanas”, explicou Iuri, ressaltando a volatilidade do mercado.
O consultor também analisou o comportamento das exportações brasileiras de carne suína em 2024. Segundo ele, o Brasil registrou um crescimento superior a 10% nas vendas externas em relação ao ano anterior, superando as expectativas iniciais de 7%. Apesar disso, o país ainda não assumiu a terceira posição entre os maiores exportadores globais, mantendo-se atrás do Canadá.
Outro ponto abordado na entrevista foi a influência do cenário internacional na suinocultura brasileira. A possível reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos e uma nova fase da guerra comercial com a China podem impactar o mercado global de proteínas, criando oportunidades para o Brasil. Além disso, questões como investigações antidumping na União Europeia e mudanças nos padrões de importação de países asiáticos também devem ser acompanhadas de perto pelo setor.
Para 2025, a tendência é de maior estabilidade no mercado interno, sem um aumento expressivo na produção. A competitividade da carne suína pode melhorar diante da valorização da carne bovina, favorecendo o consumo do produto no Brasil. No entanto, Iuri alertou para a necessidade de investimentos estratégicos, destacando que o foco deve estar na melhoria dos processos produtivos e na ampliação da capacidade de abate, e não apenas no crescimento da oferta.
Esses e outros insights sobre o futuro da suinocultura podem ser conferidos na entrevista completa. Acesse o vídeo exclusivo da suínoBrasil e fique por dentro das análises do mercado!
Escassez de carne suína no Brasil: entenda o impacto e as projeções para 2025