Especialistas discutem impacto da ambiência na suinocultura durante Encontro da Abraves PR
O painel “Um olhar diferenciado para instalações, o manejo ambiental e seus impactos sobre o desempenho” contou com especialistas nacionais e internacionais, abordando aspectos essenciais como a presença de gases, climatização e o correto manejo dos equipamentos.
Especialistas discutem impacto da ambiência na suinocultura durante Encontro da Abraves PR
O segundo dia do XIX Encontro Regional da Abraves PR, realizado em Toledo (PR), trouxe um debate fundamental sobre a influência da ambiência nas instalações suinícolas e seus reflexos na eficiência produtiva. O painel “Um olhar diferenciado para instalações, o manejo ambiental e seus impactos sobre o desempenho” contou com especialistas nacionais e internacionais, abordando aspectos essenciais como a presença de gases, climatização e o correto manejo dos equipamentos.
Qualidade do Ar
O Professor Associado da Iowa State University, Brett Ramirez, abriu as discussões ressaltando a importância de monitorar e mitigar a presença de gases como amônia (NH3), sulfeto de hidrogênio (H2S) e dióxido de carbono (CO2) nas instalações de creche e terminação.
“A exposição prolongada a concentrações elevadas desses gases pode impactar a produtividade e a saúde dos suínos”, destacou Ramirez.
Segundo ele, a amônia é especialmente preocupante, pois pode causar danos respiratórios e o trabalhador que lida diariamente com esse ambiente pode se tornar desensibilizado ao cheiro, o que dificulta a percepção do problema. Já o sulfeto de hidrogênio, além de ser extremamente tóxico em concentrações elevadas, tem histórico de acidentes fatais em granjas.
O pesquisador também enfatizou que a medição precisa desses gases é essencial e deve ser realizada com sensores calibrados corretamente. “Não adianta instalar sensores se eles não estiverem bem posicionados e ajustados, pois dados imprecisos podem levar a decisões erradas no manejo ambiental”, alertou.
Estruturas
Gustavo Lima, consultor especializado, abordou a necessidade de adequar o sistema construtivo para reduzir perdas ocasionadas por desafios respiratórios. O especialista destacou a importância do sistema de piso grelhado e da gestão de dejetos na redução da concentração de gases.
“A ventilação mínima e o correto manejo dos equipamentos são essenciais para manter um ambiente equilibrado”, afirmou. Ele ressaltou que as principais consequências da má gestão dos gases vão desde o aumento da taxa respiratória dos animais até maior incidência de diarreias, o que compromete o desempenho produtivo.
Pressão Negativa
Cícero Tecchio, especialista em produção de suínos na Seara Alimentos, discutiu a viabilidade da climatização com pressão negativa nas fases de crescimento e terminação. Segundo ele, o controle eficiente da temperatura interna pode garantir melhor conversão alimentar e bem-estar animal. “A climatização correta reduz os impactos do estresse térmico, resultando em melhor desempenho zootécnico”, explicou.
Tecchio destacou que o Brasil tem um grande desafio devido à variação climática e alta umidade do ar, tornando essencial a escolha dos equipamentos e a correta vedação dos barracões para garantir a eficiência da climatização.
“Se o barracão não estiver bem vedado, a pressão negativa não funcionará corretamente, e o sistema pode não trazer os resultados esperados”, afirmou. Ele também mencionou o crescente uso de fontes de energia renováveis, como painéis solares e biodigestores, para reduzir os custos operacionais das granjas climatizadas.
Manejo dos equipamentos
O consultor técnico da Swine Provimi – Cargill, Sebastián Ratto, encerrou o painel trazendo considerações sobre o manejo adequado de nebulizadores, sistemas de gotejamento e ventilação em instalações convencionais. “O uso correto desses equipamentos pode prevenir problemas respiratórios e maximizar a eficiência dos suínos”, alertou.
Ele explicou que a escolha do equipamento e seu correto funcionamento são fundamentais para evitar problemas como umidade excessiva, que pode gerar desconforto térmico, ou distribuição inadequada do ar, comprometendo a qualidade ambiental.
“A climatização mal ajustada pode gerar um efeito contrário ao desejado, criando áreas muito frias ou quentes dentro do mesmo espaço”, explicou.
O painel reforçou a necessidade de investimentos em tecnologia e boas práticas de manejo para otimizar a qualidade do ambiente em granjas suinícolas, garantindo maior produtividade e bem-estar animal. Os especialistas foram unânimes ao afirmar que um bom ambiente reflete diretamente na eficiência produtiva dos suínos, impactando desde a conversão alimentar até a saúde geral do plantel.
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