Por exemplo: eles alteram um programa vacinal, altera a questão de ordem de vacina, altera a questão de marcas de produtos, deixa de fazer processos de limpeza e desinfecção e essas coisas que acarretam um custo ainda maior.
No primeiro dia oficial do XVI Encontro da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos Regional do Paraná – ABRAVES-PR foram debatidos as principais doenças emergenciais presentes na suinocultura global sob o ponto de vista gerencial, negócios e ESG. Gerência, negócio e ESG relacionado às doenças emergenciais foi tema do primeiro bloco da ABRAVES-PR […]
No primeiro dia oficial do XVI Encontro da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos Regional do Paraná – ABRAVES-PR foram debatidos as principais doenças emergenciais presentes na suinocultura global sob o ponto de vista gerencial, negócios e ESG.
A programação iniciou com a palestra do docente da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Everson Zotti, que levantou o questionamento debatido ao longo da manhã
Qual será o impacto na cadeia de produção se tivermos um surto de uma enfermidade como a PSA?
Segundo o Docente, os principais desafios sanitários e de produção enfrentados pela para a suinocultura brasileira hoje é a rentabilidade.
A partir do momento que o produtor/suinocultor deixa de ter lucro, passa a ter um problema sério, onde ele começa a cortar, e nem sempre ele tem conhecimento suficiente para fazer os cortes da questão de custos. Ele começa por coisas que acredita que têm um desembolso maior, não que realmente seja um redutor de custo.
Por exemplo: eles alteram um programa vacinal, altera a questão de ordem de vacina, altera a questão de marcas de produtos, deixa de fazer processos de limpeza e desinfecção e essas coisas que acarretam um custo ainda maior.
Além disso, o sul do Brasil é o principal produtor de suínos e está passando por um problema sério de diarreia nas fases de maternidade e creche, aumentou muito a questão da rotavirose, principalmente por rotavírus B, C até mesmo o H não têm vacinas, não tem proteção para estes agentes. Então os desafios sanitários na maternidade têm um reflexo muito negativo na questão da saúde e na parte da microbiota, porque a partir do momento que não se tem um diagnóstico correto, ao invés de fazer hidratação nos leitões o pessoal usa muito os antimicrobianos e seu uso faz com que se tenha uma piora na microbiota e consequentemente a resposta de vacinas e outros agentes passam a ser prejudicadas também.
Parafraseando a célebre frase do Presidente do SINDICARNE – SC José Antônio Ribas Jr.,
“Custo machuca, sanidade mata!”
Ribas ressaltou que o foco central da manhã deste segundo dia de evento é construir a jornada do futuro. E questiona,
Qual era a estratégia do agro brasileiro (a 20 anos) e qual a estratégia para os próximos anos?
E enfatiza que os próximos 5 anos serão transformadores nas nossas cadeias produtivas.
Além disso, Ribas destaca que os profissionais da suinocultura nacional, bem como os demais profissionais do agro devem se atentar aos acordos fechados na COP 26,
se não olharmos claramente aos acordos estabelecidos o mundo irá impor que o Brasil é um mercado ativo tóxico, conclui.
De acordo com o Gerente Executivo de Agropecuária – Saúde Animal e Genética – na Seara Alimentos, Jônatas Wolf, os principais desafios econômicos, sociais, sanitários e ambientais relacionados às Doenças Emergenciais do ponto de vista técnico e de negócio
são de evitar que problemas sanitários emergenciais adentrem e disseminem em nossos planteis, especialmente na implantação de medidas de biosseguridade nas granjas e políticas de prevenção. Na eventual ocorrência, capacidade de diagnóstico, competência de execução de planos de contingência, destinação de resíduos e sustentabilidade do negócio suinocultura no tempo.
Wolf ressalta que
É muito importante inferir visão de negócio para a temática Doenças Emergenciais, no contexto de sustentar a atividade no tempo. Como mensagens centrais, foco em Blindagem de Granjas, Plano de Contingência Efetivo, Inteligência de Mercado Ativa e Planos integrados para prevenção e solução de problemas.
Outro tema em alta na agroindústria é o novo conceito de sustentabilidade empresarial, o ESG. Tema abordado pelo Gerente Executivo de Sustentabilidade Agropecuária na Seara Alimentos, Vamiré Luiz Sens Jr.
E qual a relação do ESG com os desafios econômicos, sociais, sanitários e ambientais relacionados às doenças emergenciais?
Vamiré destaca que
Para falarmos de ESG precisamos entender as mudanças no perfil dos consumidores, que querem entender o sistema de produção da cadeia produtiva de suínos.
O primeiro bloco de palestras encerrou a manhã do segundo dia do evento com a palestra do Médico Veterinário – Auditor Fiscal Federal Agropecuário. Superintendência Federal da Agricultura do Paraná, Abel Ricieri Guareschi Neto, que apresentou os planos de ação para prevenção da PSA.
O principal objetivo do plano de ação para a prevenção da PSA é fortalecer o sistema de prevenção, vigilância e resposta a emergências do serviço veterinário brasileiro, visando evitar o ingresso da PSA no Brasil e mitigar os impactos econômicos e sociais no caso de introdução da doença.
E dentre as principais ações de prevenção da PSA destaca-se:
O grande problema em relação à PSA é a possível entrada dessa doença via pessoas que chegam ao Brasil carregando o vírus ou via alimentos contaminados, e o nosso objetivo como entidade é conscientizar a população e fazer com que as pessoas conheçam os verdadeiros riscos e entendam quanto isso afeta a produção de suínos, pontua Everson Zotti, Diretor Técnico da ABRAVES-PR.
A conscientização das pessoas vai bem neste momento, pois o nível de tecnificação das granjas exige um certo grau de conhecimento e as próprias biosseguranças prescritas pelas empresas fazem com que as pessoas tenham um conhecimento, então o conhecimento chega até o sistema de produção. O grande problema são os leigos, principalmente os que não conhecem as questões de biossegurança ou não têm a mesma preocupação que temos na cadeia de produção, conclui Zotti.
Sobre a ABRAVES Regional Paraná
XVI Encontro Regional Abraves-PR, o maior evento da suinocultura do Paraná acontece nos dias 16 e 17 de março no Teatro Municipal de Toledo. Antes mesmo de iniciar programação oficial do Encontro Regional da ARAVES-PR, o evento já contava com 450 inscritos.
Fonte: Redação, direto de Toledo (PR).
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