Mecanismo de ação dos AA funcionais para melhorar a robustez de suínos em desafio
A ativação do sistema imune pode demandar um maior aporte de aminoácidos (AA) para a síntese de componentes da resposta imunológica. Essa maior demanda de AA pode ser atendida via dieta ou a partir do catabolismo do tecido muscular.
Condições higiênico-sanitárias desafiadoras em condições comerciais são fatores estressantes que podem resultar na recorrente indução da resposta imunológica dos suínos. Nesse contexto, a manutenção da homeostase do organismo está associada ao estado metabólico do animal e à capacidade de sua resposta imune (imunometabolismo) diante de diferentes tipos de desafios.
Assim, o entendimento de que a resposta inflamatória e o metabolismo de nutrientes são dois processos fisiológicos interligados é fundamental para o melhor uso de estratégias dietéticas para suportar a saúde dos suínos.
Na nutrição, os AA são classificados como:
- Essenciais (AA que não são sintetizados por via endógena, ou sintetizados em quantidade insuficiente) ou
- Não essenciais (AA os quais os animais conseguem sintetizar em níveis adequados).
Ainda, dentro desse conceito clássico é importante atentar-se ao fato de que alguns AA (ex: arginina, glicina e prolina) são considerados essenciais para algumas espécies animais somente em alguns períodos do crescimento (AA condicionalmente essenciais; Wu, 2009).
Nos últimos 20 anos a ciência avançou quanto ao entendimento de novas funções biológicas dos AA, que vão além da composição das proteínas. Contudo, atualmente, um novo conceito tem sido colocado em pauta: AA funcional.
Esse conceito se aplica para aqueles AA que regulam as principais vias metabólicas com efeito benéfico sobre a saúde, reprodução, sobrevivência e desenvolvimento dos animais (Chalvon-Demersay et al., 2021).
A importância dos chamados AA funcionais passa pelo entendimento de que na ausência da suplementação do mesmo não apenas pode comprometer o metabolismo proteico, mas também causar um desequilíbrio da homeostase e integridade do organismo (Wu, 2010; Xiong et al., 2019).