ENTRE MICROSCÓPIOS E GRANJAS
No SBSS, Álvaro Menin mostrará como microbiota, biorremediação e estratégias iniciais são chaves para suinocultura eficiente e saudável.
No ventre da imunidade: construção de leitões mais fortes para o amanhã. No Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), Álvaro Menin mostrará como microbiota, biorremediação e estratégias podem tornar os primeiros dias do leitão a chave para suinocultura saudável e eficiente
Em um setor no qual o sucesso produtivo começa nos primeiros dias de vida dos animais, entender como o organismo do leitão se prepara para enfrentar o ambiente externo deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade estratégica. É com essa visão que o médico veterinário Álvaro Menin participará do 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), e comandará uma das palestras mais aguardadas do evento.
No dia 13 de agosto, às 17 horas, Menin será o protagonista do Painel Imunidade, com o tema “Preparando o leitão para os desafios sanitários: microbiota, biorremediação, treinamento do sistema imune, o que realmente faz sentido?”. A expectativa é que ele traga à tona uma análise crítica e fundamentada sobre quais estratégias têm respaldo científico e quais ainda precisam de estudos mais robustos para serem aplicadas nas granjas.
ENTRE MICROSCÓPIOS E GRANJAS
Formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), mestre em Ciência Animal e doutor em Biotecnologia e Biociências pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Menin é também pós-doutor em Medicina Veterinária Preventiva. Desde 2015, atua como professor adjunto na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde ministra disciplinas como Doenças Infecciosas, Microbiologia Veterinária e Medicina de Suínos, além de coordenar o Laboratório de Doenças Infecciosas dos Animais.
No ambiente acadêmico, lidera projetos voltados para controle e a erradicação de enfermidades infecciosas, modulação da resposta imune e desenvolvimento de biomarcadores aplicados à saúde animal que permitem diagnósticos mais rápidos e precisos, ajudam os produtores a tomar decisões assertivas sobre protocolos sanitários e de manejo.
Fora da universidade, como pesquisador-chefe e sócio/fundador do VERTÀ Laboratórios, Menin atua no desenvolvimento de soluções que aproximam ciência e campo. Sua experiência prática o credencia a falar com propriedade sobre os desafios diários das granjas e as oportunidades que surgem com a integração de tecnologia e conhecimento.
ECOSSISTEMA INVISÍVEL QUE PROTEGE O LEITÃO
Na palestra, Menin abordará o papel da microbiota intestinal no desenvolvimento da imunidade. A colonização precoce do trato gastrointestinal influencia diretamente a capacidade do leitão de responder as infecções e de metabolizar nutrientes com eficiência. Estratégias como o uso racional de probióticos e prebióticos ganham espaço no debate, mas Menin alertará sobre a necessidade de separar evidências científicas sólidas de modismos comerciais. “É fundamental entender até que ponto as intervenções na microbiota realmente se traduzem em saúde e desempenho melhores no campo”, destaca.
Outro ponto central da palestra será a biorremediação, técnica que visa reduzir a carga de agentes patogênicos no ambiente, condições favoráveis para o desenvolvimento dos leitões. Embora os conceitos sejam promissores, reforçará a importância de uma abordagem integrada que combine medidas ambientais, nutricionais e sanitárias.
No treinamento do sistema imune, o pesquisador explora como as práticas de manejo, vacinas e exposição controlada a antígenos podem preparar os leitões para reagir de forma mais eficaz aos desafios sanitários. “O sistema imunológico é como um músculo: precisa ser estimulado de maneira correta para alcançar sua plena capacidade de resposta”, ressalta Menin.
Ao longo de sua carreira, Menin participou de estudos que mostraram o impacto de protocolos vacinais precoces no ganho de peso e na redução de doenças respiratórias em leitões. Em outra pesquisa, sua equipe avaliou como ajustes na dieta inicial, com aditivos funcionais, alteraram a resposta inflamatória e a integridade da barreira intestinal. Esses trabalhos ajudaram a estabelecer parâmetros para programas de saúde mais eficazes em diferentes sistemas produtivos.
PALESTRA QUE CONECTA CIÊNCIA E PRÁTICA
Álvaro Menin pretende entregar mais do que dados e gráficos. A proposta é compartilhar uma visão crítica, clara e prática sobre o que pode ser aplicado imediatamente nas granjas para preparar leitões mais resilientes. Uma oportunidade única para produtores, técnicos e profissionais da cadeia suinícola compreenderem como o trabalho no nível microbiológico pode se refletir em resultados zootécnicos concretos.
A palestra será apenas um dos momentos de alto nível técnico e científico que aguardam os participantes do 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS). O evento, que ocorre entre os dias 12 e 14 de agosto, em Chapecó (SC), consolidou-se como uma referência para profissionais de toda a cadeia produtiva. Participar do SBSS é uma chance de trocar experiências com especialistas, conhecer novas tecnologias e ampliar a visão sobre os desafios e soluções que impactam a suinocultura moderna. Em tempos de transformações aceleradas, estar presente significa investir no futuro da produção, com ferramentas e informações que podem fazer diferença no dia a dia das granjas.
EVENTOS PARALELOS
Em paralelo, nos três dias, acontece também a 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair, feira técnica voltada ao setor, que conta com empresas do Brasil e América Latina, além da Granja do Futuro, com os principais lançamentos e tecnologias para os produtores.
As inscrições podem ser realizadas pelo site oficial do evento:
nucleovet.com.br/simposios/suinocultura/inscricao. Grupos com dez ou mais participantes podem parcelar os valores em até três vezes, desde que a primeira parcela seja efetuada até a data de validade do respectivo lote. Pacotes adquiridos por agroindústrias, órgãos públicos e universidades serão faturados para o CNPJ da instituição. Inscrições de associados ao Nucleovet devem ser feitas por meio da secretaria da entidade, pelo contato (49) 99806-9548 ou [email protected].
2º lote: até 24/07: profissionais R$ 720 e estudantes R$ 450.
3º lote: a partir de 25 de julho e durante o evento: profissionais R$ 890 e estudantes R$ 500.
Participar apenas da 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair:
1º e 2º lotes: até 24 de julho: R$ 100.
3º lote: a partir de 25 de julho e no local do evento: R$ 200.
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