08 jul 2025

Peste Suína Africana: regulamentação internacional de vacinas é aprovada pela WOAH

A Peste Suína Africana ameaça os porcos, a segurança alimentar e as economias. Saiba como os padrões de vacina da WOAH visam controlar sua propagação global.

Peste Suína Africana: regulamentação internacional de vacinas é aprovada pela WOAH

Peste Suína Africana: regulamentação internacional de vacinas é aprovada pela WOAH

A Peste Suína Africana (PSA) é uma das doenças mais devastadoras que afetam suínos em todo o mundo. A doença hemorrágica altamente contagiosa pode ter uma taxa de mortalidade de até 100%, o que torna sua disseminação uma grande preocupação para a saúde animal, as economias locais, os meios de subsistência dos produtores e a biodiversidade.

Desde janeiro de 2022, pelo menos 12 países relataram a primeira ocorrência da PSA, e pelo menos 11 relataram sua propagação para zonas anteriormente não afetadas. Entre janeiro de 2022 e 28 de fevereiro de 2025, a PSA levou à perda de mais de 2 milhões de animais no mundo, sendo a Ásia e a Europa as regiões mais afetadas. Perdas dessa magnitude podem ser devastadoras. Os porcos, muitas vezes criados em pequenas propriedades familiares, são a principal fonte de renda doméstica em muitos países. Mais do que isso, se não for controlada, a PSA pode colocar a segurança alimentar em risco, já que a carne suína representa 31% da ingestão global de proteína.

Embora os países afetados tenham implementado, e continuem a implementar, medidas para conter a propagação da doença, o controle da PSA tem sido historicamente difícil devido à ausência de vacinas ou tratamentos eficazes. Nos últimos anos, no entanto, a comunidade científica avançou significativamente no desenvolvimento de vacinas contra a PSA — algumas das quais já foram aprovadas para uso em campo em um número restrito de países.

Um novo padrão para vacinas

A Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH) incentiva a inovação no desenvolvimento de vacinas; no entanto, é imprescindível que as vacinas utilizadas no campo sejam de alta qualidade e tenham comprovação de segurança e eficácia. O uso de vacinas de baixa qualidade ou que não estejam em conformidade pode comprometer os esforços de controle da PSA, já que podem não fornecer proteção contra a doença. Na verdade, vacinas ineficazes podem até contribuir para a disseminação da doença ou permitir que os vírus vacinais se recombinem com o vírus circulante da PSA, criando novas cepas com maior capacidade de propagação e evasão da detecção.

Neste ano, durante a 92ª Sessão Geral da WOAH, foi adotado um padrão de vacina contra a PSA, demonstrando o compromisso dos países membros em combater a doença com o uso de vacinas seguras e em conformidade. Esse padrão visa fornecer a países e fabricantes requisitos mínimos para vacinas seguras e eficazes. Ele enfatiza a necessidade de vacinas que reduzam a gravidade da doença, limitem a transmissão do vírus e forneçam imunidade aos animais, reduzindo assim as perdas produtivas causadas pela PSA.

As vacinas devem ser comprovadamente seguras antes de serem utilizadas, o que significa que não devem causar sinais clínicos duradouros ou graves, não devem prejudicar o meio ambiente e não devem conter vírus selvagens da PSA nem outros agentes nocivos. Além disso, devem ser compatíveis com o genótipo da PSA circulante na região de vacinação, para garantir a eficácia e limitar o risco de combinação de cepas distintas, que poderia gerar uma nova variante mais difícil de controlar.

Controle multifacetado da PSA

A vacinação é uma ferramenta poderosa — desde que as vacinas sejam desenvolvidas de acordo com os padrões internacionais da WOAH. No entanto, melhorias no desenvolvimento vacinal e o fortalecimento dos padrões internacionais de aprovação não fazem da vacinação, por si só, uma solução viável para o controle da PSA.

O manejo bem-sucedido da doença exige uma combinação de práticas de biossegurança, medidas de importação e controle de movimentação animal, das quais a vacinação é apenas uma ação complementar. A decisão de vacinar contra a PSA deve ser tomada pela Autoridade Veterinária e deve considerar a epidemiologia local da doença, bem como os recursos financeiros e humanos disponíveis para a operação de vacinação e a vigilância pós-vacinal.

Com investimento contínuo em pesquisa, o controle da PSA está ao nosso alcance. Vacinas de alta qualidade e eficazes, combinadas com medidas já existentes de controle da doença, podem reduzir substancialmente os impactos negativos da PSA sobre a saúde animal e os meios de vida humanos.

Fonte: World Organisation for Animal Health (WOAH)

Relacionado com Patologia e Saúde Animal
Sectoriales sobre Patologia e Saúde Animal
país:1950

REVISTA SUÍNO BRASIL

Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura

EDIÇÃO
O potencial inexplorado da Inteligência Artificial na produção suína

O potencial inexplorado da Inteligência Artificial na produção suína

M. Verónica Jiménez Grez
A fibra insolúvel na dieta da fêmea suína gestante como estratégia para mitigação da fome e garantia do desempenho –  Parte I

A fibra insolúvel na dieta da fêmea suína gestante como estratégia para mitigação da fome e garantia do desempenho – Parte I

Danilo Alves Marçal Ismael França Jaira de Oliveira Luciano Hauschild
Β-glucanos e Mananoligossacarídeos e microbiota intestinal: como modular a saúde de dentro para fora

Β-glucanos e Mananoligossacarídeos e microbiota intestinal: como modular a saúde de dentro para fora

Cândida Azevedo Jéssica Mansur Siqueira Crusoé Leonardo F. da Silva
Prevenção e controle da transmissão de doenças através dos alimentos

Prevenção e controle da transmissão de doenças através dos alimentos

Pedro E. Urriola
Casuística de exames laboratoriais para suinocultura em 2024

Casuística de exames laboratoriais para suinocultura em 2024

Keila Catarina Prior Lauren Ventura Parisotto Marina Paula Lorenzett Suzana Satomi Kuchiishi
Estratégias nutricionais em desafios sanitários

Estratégias nutricionais em desafios sanitários

Cleandro Pazinato Dias Marco Aurélio Callegari Prof. Dr. Caio Abércio da Silva Prof. Dr. Rafael Humberto de Carvalho
Construindo um protocolo de sustentabilidade para a suinocultura brasileira – Parte I

Construindo um protocolo de sustentabilidade para a suinocultura brasileira – Parte I

Everton Luís Krabbe
Como uma amostragem adequada pode garantir uma melhor acurácia analítica?

Como uma amostragem adequada pode garantir uma melhor acurácia analítica?

Clarice Speridião Silva Neta
Efeito de um aditivo tecnológico na dieta de porcas e seu impacto no desempenho da leitegada

Efeito de um aditivo tecnológico na dieta de porcas e seu impacto no desempenho da leitegada

Cleison de Souza
Como otimizar o desempenho dos leitões pós-desmame com proteínas funcionais?

Como otimizar o desempenho dos leitões pós-desmame com proteínas funcionais?

Luís Rangel
Uso de ácidos orgânicos e mananoligossacarídeos na dieta de leitões desafiados com Salmonella Typhimurium: efeito nos órgãos, escore fecal e desempenho zootécnico

Uso de ácidos orgânicos e mananoligossacarídeos na dieta de leitões desafiados com Salmonella Typhimurium: efeito nos órgãos, escore fecal e desempenho zootécnico

Ariane Miranda Eduardo Miotto Ternus Gefferson Almeida da Silva Ines Andretta José Paulo Hiroji Sato Julio C. V. Furtado

JUNTE-SE À NOSSA COMUNIDADE SUÍNA

Acesso aos artigos em PDF
Informe-se com nossas newsletters
Receba a revista gratuitamente na versão digital

DESCUBRA
AgriFM - Los podcast del sector ganadero en español
agriCalendar - El calendario de eventos del mundo agroganaderoagriCalendar
agrinewsCampus - Cursos de formación para el sector de la ganadería