Diagnóstico rápido e preciso
XIX Encontro Regional da ABRAVES PR destaca a abordagem americana no controle sanitário de suínos e faz um marco histórico.
XIX Encontro Regional da ABRAVES PR destaca a abordagem americana no controle sanitário de suínos
O XIX Encontro Regional da ABRAVES PR começou com um marco histórico: mais de 600 inscritos e 33 patrocinadores, reforçando a credibilidade e importância do encontro para o setor. Entre os destaques do primeiro dia, o painel “Um olhar diferenciado para o diagnóstico e a saúde dos plantéis suínos” trouxe duas palestras de Marcelo Almeida, que é professor assistente na Iowa State University College of Veterinary Medicine, que abordaram as estratégias dos EUA na prevenção e controle de doenças respiratórias.
Na primeira palestra, “Experiência americana no diagnóstico, controle e prevenção de doenças respiratórias”, Almeida destacou a importância que os Estados Unidos conferem ao diagnóstico precoce e à eficiência dos laboratórios veterinários. De acordo com o palestrante, laboratórios americanos processam milhões de amostras semanalmente, permitindo uma resposta rápida aos surtos.
Segundo ele, testes como PCR e sorologia são realizados em larga escala, e os resultados são entregues em até 48 horas, permitindo ações rápidas para conter doenças. Outro ponto relevante abordado pelo palestrante foi o impacto do PRRS (Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos), uma das principais doenças que afetam a produção americana.
Segundo Almeida, os custos anuais dessa enfermidade ultrapassam US$ 1 bilhão, levando os EUA a investirem constantemente em novas estratégias de controle e prevenção. A implementação de programas diagnósticos rigorosos e o monitoramento frequente são fatores críticos para reduzir as perdas, segundo ele.
Aclimatação de reprodutoras
Na segunda palestra, “Como a suinocultura americana elabora os programas respiratórios?”, Almeida abordou a aclimatação de reprodutoras a patógenos presentes no rebanho como uma estratégia crucial para manter a estabilidade sanitária. Ele explicou que a introdução de leitoas em um plantel já exposto a determinados agentes patogênicos pode ser feita de maneira controlada para garantir que os animais adquiram imunidade antes do período reprodutivo.
Essa estratégia é especialmente relevante para doenças como Mycoplasma hyopneumoniae, influenza suína e PRRS. Nos EUA, a exposição controlada das reprodutoras às variantes circulantes no plantel tem ajudado a reduzir a incidência de doenças respiratórias e melhorar a produtividade dos leitões.
“A aclimatação bem planejada pode significar a diferença entre um plantel estável e um rebanho com altos índices de doenças crônicas”, afirmou Almeida.
Lições para o Brasil
A suinocultura americana, considerada referência mundial, investe fortemente na interação entre diagnóstico, biossegurança e protocolos sanitários rigorosos. Segundo Almeida, um dos principais desafios para o Brasil é adaptar essas práticas à realidade nacional, considerando as diferenças estruturais e econômicas. No entanto, a adoção de protocolos de diagnóstico mais eficientes e o aprimoramento das estratégias de aclimatação de reprodutoras podem trazer benefícios significativos para a sanidade e a produtividade do setor suínícola brasileiro.
Com esse início de alto nível, o XIX Encontro Regional da ABRAVES PR reafirma seu papel essencial na disseminação de conhecimento técnico e na atualização de profissionais da suinocultura nacional.
Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura
AUTORES
Estudo demonstra economia de 69% ao reduzir uso de antimicrobianos na prevenção de Enteropatia Proliferativa Suína
Adriano Norenberg Arlei Coldebella Ivan Bianchi Jalusa Deon Kich Marco Aurélio Gallina Monike Willemin Quirino Rafael Frondoloso Yuso Henrique TutidaPork Pinnacle retorna a Curitiba e inaugura o porciFÓRUM: dois eventos, uma nova visão para o futuro da suinocultura
Reconhecimento sanitário abre caminho, e São Paulo inicia exportação de carne suína em 2025
Valdomiro Ferreira JuniorComo a saúde intestinal pode impactar a saúde respiratória dos suínos via eixo microbiota-intestino-pulmão?
Pedro Henrique Pereira Sibely Aiva Flores Vinícius de Souza CantarelliTecnologia, dados e decisões: o que realmente interessa na nova era da suinocultura
Priscila BeckImpacto das micotoxinas na longevidade, saúde e produtividade de matrizes suínas
Gefferson Almeida da Silva José Paulo Hiroji Sato Jovan SabadinEficiência operacional com o uso da Inteligência Artificial
Leonardo Thielo de La Vega Verônica PachecoMarco regulatório que moderniza a produção
Amanda BarrosGranja e Fábrica de Rações: uma relação de cliente e fornecedor
Diogo Lima GoulartConstruindo um protocolo de sustentabilidade para a suinocultura brasileira – Parte II
Everton Luís KrabbeA fibra insolúvel na dieta da fêmea suína gestante como estratégia para mitigação da fome e garantia do desempenho – Parte II
Danilo Alves Marçal Ismael França Jaira de Oliveira Luciano Hauschild