Agroindústrias avançam nos programas de bem-estar
Representantes de agroindústrias compartilharam experiências com projetos de bem-estar e mostraram o quanto setor já evoluiu em todas as etapas da produção para atender aos mercados mais exigentes
Agroindústrias avançam nos programas de bem-estar
A suinocultura brasileira produz mais de 5 milhões de toneladas por ano. Somente nas exportações, já supera a marca de 1 milhão de toneladas, o que consolida o país como o quarto maior produtor mundial de carne suína. Para atingir mercados cada vez mais exigentes e competitivos, o setor mostra que está em constante evolução quando o assunto é bem-estar.
O painel sustentabilidade e bem-estar animal abriu a programação científica do 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), nesta terça-feira (12). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), acontece até esta quinta-feira (14), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).
A médica veterinária Charli Ludtke, moderadora do painel, destacou que cada escolha feita na cadeia produtiva tem um impacto gigantesco na condição do animal e citou algumas das principais diretrizes que têm sido adotadas em prol de práticas mais sustentáveis e éticas. Entre elas, a primeira normativa de bem-estar na suinocultura, publicada em 2020, que estabelece boas práticas de manejo com foco no conforto e na qualidade produtiva.
Entre as medidas adotadas pela agroindústria, estão a adequação do método de eutanásia, eliminação da mossa como método de identificação, implantação de enriquecimento ambiental e da gestação coletiva. “Sabemos como produzir proteína animal, mas precisamos ser cada vez mais eficientes. Os consumidores também estão cada vez mais atentos e ter processos transparentes é fundamental. O bem-estar é uma jornada que se caminha, é uma construção diária”, afirmou a médica veterinária.
Já o gerente de fomento na Pamplona, Fabrício Beker, evidenciou os compromissos do programa de bem-estar da empresa, que passam pela imunocastração dos suínos machos, uso de veículos de transporte que beneficiem a saúde e o bem-estar dos animais e proporcionam praticidade na operação, migração para o sistema de gestação coletiva até 2026, banir a mossa até 2026, fazer o manejo de corte de cauda, bem como a não utilização de antibióticos promotores de crescimento.
De acordo com Beker, as estratégias em prol do bem-estar foram adotadas aos poucos e hoje o programa está consolidado na empresa. Além dos compromissos já firmados, outro objetivo é construir as primeiras granjas com fêmeas soltas também dentro da maternidade e não só na gestação coletiva. “O sistema produtivo entende que são investimentos que trazem vantagens para a cadeia como um todo. Já avançamos muito e ainda daremos importantes passos para que tenhamos uma evolução contínua”.
Para o médico veterinário, o bem-estar animal é a base para toda a jornada de sucesso da suinocultura.
“O bem-estar para nós vem numa pegada muito ampla, muito plural, dentro da leitura da sustentabilidade. Não tem como produzir alimento sem bem-estar animal. É fundamental que a gente olhe como isso afeta o planeta, a vida das pessoas, a produção de alimentos e temos que começar a conectar esses temas. O bem-estar não anda sozinho”, concluiu Vamiré.
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