13 jun 2023

Complexo de doenças respiratórias dos suínos e a teórica interação mitigante pelos posbióticos, por meio da melhoria do status imunológico.

Os posbióticos como o XPC e o Dia V Nursery se destacam, pois têm a capacidade de agir tanto no hospedeiro como na microbiota, reduzindo a patogenicidade e a população de bactérias patogênicas.

Complexo de doenças respiratórias dos suínos e a teórica interação mitigante pelos posbióticos, por meio da melhoria do status imunológico.

Complexo de doenças respiratórias dos suínos e a teórica interação mitigante pelos posbióticos, por meio da melhoria do status imunológico.

 

Complexo de doenças respiratórias dos suínos (CDRS) – O que é?

O complexo de doenças respiratórias dos suínos (CDRS) é uma doença multifatorial que resulta da interação entre patógenos (virais e/ou bacterianos) e componentes não infecciosos (ambiente, manejo, idade, genética e nutrição).

Em todo o mundo, os patógenos mais relevantes no CDRS são:

 

Outros agentes bacterianos agem como patógenos secundários, agravando o quadro respitatório, com destaque para o Actinobacillus pleuropneumoniae, a Glaesserella parasuis e a Pasteurella multocida.

 

Por que o CDRS tem incidência aumentada atualmente?

Devido às características atuais dos sistemas de produção em que predominam alojamentos em grandes grupos e espaços relativamente pequenos (altas densidades) e as misturas de suínos de várias origens nas diferentes fases de produção.

Estes fatores, além de estressores, favorecem a disseminação dos patógenos, agravando ainda mais os problemas respiratórios.

 

O que podemos observar nos animais acometidos?

Os animais acometidos pelo CDRS (especialmente animais na creche, crescimento e terminação) podem apresentar:

Isto ocorre pois, na coinfecção de agentes virais e bacterianos, um atua favorecendo a ação do outro, agravando os sinais clínicos. Além de sinais clínicos significativamente mais severos, em coinfecções eles também são mais duradouros.

Em geral, a coinfecção promove danos ao sistema muco ciliar do trato respiratório, tornando os animais mais suscetíveis a infecções secundárias (Figura 1). Nestas situações há excessiva produção de Fatores de Necrose Tumoral, Interleucina 1 e Interferon α, citocinas pró-inflamatórias que o organismo animal produz na tentativa de combater a infecção. 

 A resposta imune exacerbada ocasiona febre e dor e prejudica o bem-estar e desenvolvimento dos animais.

Quais os prejuízos para o rebanho e para a granja?

Em função da pneumonia intersticial causada pelos agentes virais e da possível associação com infecções bacterianas podemos observar:

 

Como tratar e prevenir os danos provocados pelo CDRS?

Em se tratando de um complexo multifatorial de patógenos respiratórios é grande a variação de fatores predisponentes e também de agentes etiológicos entre granjas, o que faz com que o tratamento e o controle sejam desafiadores.

A vacinação visando o desenvolvimento de imunidade ativa e o uso de antibióticos em doses terapêuticas sempre serão ferramentas importantes em situações onde as infecções do trato respiratório estiverem presentes de forma clínica e ocasionando prejuízos à saúde, ao bem-estar e à produtividade dos animais.

Porém, o que devemos preconizar em nossos rebanhos é a prevenção das manifestações clínicas, evitando os prejuízos citados. O cenário ideal é a promoção da saúde do plantel e do desenvolvimento de imunidade para que os animais superem os desafios impostos pelos patógenos juntamente com os fatores de risco.

Visando isto, devemos promover a melhora no equilíbrio da microbiota, pois esta tem papel primordial na regulação do sistema imunológico e do metabolismo.

Nesse sentido, o uso de aditivos que promovam a eubiose, contribui para que os leitões possam ser colonizados com a microbiota de suas mães e do ambiente sem que os agentes patogênicos causem a doença.

Para isto, os animais precisam estar adequadamente preparados para esse desafio, evitando que o gatilho da doença seja ativado. Como a microbiota intestinal (MI) desempenha papel relevante na saúde do plantel, há interesse na manipulação da sua composição visando promover uma comunidade bacteriana potencialmente mais protetora.

Isto pode ser obtido através da associação de boas práticas de produção e de aditivos funcionais. Os aditivos funcionais são todos aqueles ingredientes com pouco ou nenhum potencial nutricional, mas que incorporados na dieta dos animais podem melhorar a saúde e o desempenho pela regulação da resposta imunológica, pela melhoria da integridade das mucosas e pela promoção do equilíbrio da microbiota.

Até há algum tempo, o pulmão era considerado um órgão estéril na ausência de doença. Hoje, sabe-se que o aparelho respiratório, em condições saudáveis, é colonizado por diversas comunidades de microrganismos conhecidas como microbiota pulmonar (MP) com importante papel na manutenção da saúde pulmonar e nos mecanismos envolvidos na gênese de doenças respiratórias. 

 Há indícios de que desequilíbrios nas proporções das diferentes espécies (disbioses) que convivem nas vias respiratórias desempenham papel relevante na patogênese de diversas doenças pulmonares. Por essa razão, o desenvolvimento de compostos microbiológicos que corrijam disbiose se torna aliado no controle de CDRS.

 

Como a eubiose pode contribuir para a prevenção de doenças respiratórias?

Atualmente existe uma grande variedade de produtos eubióticos para uso na suinocultura, sendo que a maioria se destina a melhoria da integridade intestinal e da digestibilidade da dieta; não havendo clareza sobre os possíveis efeitos positivos em outros compartimentos do organismo, como é o caso do trato respiratório.

Entretanto, já está muito bem estabelecido pela ciência que existe uma eficiente comunicação entre as mucosas, de modo que ações para melhorar integridade intestinal geram benefícios ao trato respiratório.

Neste aspecto, aditivos eubióticos que promovem o equilíbrio da microbiota intestinal podem gerar melhores efeitos no trato respiratório.

Visando modular a resposta imunológica e favorecer a eubiose, os posbióticos podem ser utilizados. Estes compostos são resultado de fermentação com bactérias (ex.: Lactobacillus acidophillus) ou levedura (ex.: Saccharomyces cerevisiae) em um processo controlado e trazem os compostos ativos que são produzidos pela microbiota em equilíbrio, como os ácidos graxos de cadeia curta, peptídeos, bacteriocinas, além dos fragmentos bacterianos.

Os posbióticos se diferenciam de outros aditivos, pois sua grande gama de compostos ativos permite ações no hospedeiro e nos microrganismos que habitam o corpo do animal, principalmente nas mucosas do trato gastrointestinal e apresentam como vantagem o maior prazo de validade do produto e a possibilidade de uso mesmo em dietas com altas concentrações de antimicrobianos. 

Assim, os posbióticos como o XPC e o Dia V Nursery se destacam, pois têm a capacidade de agir tanto no hospedeiro, melhorando sua resistência contra enfermidades, como na microbiota, favorecendo a eubiose e, consequentemente reduzindo a patogenicidade e a população de bactérias patogênicas.

Suas propriedades antinflamatórias, imunomoduladora e antimicrobiana certamente possuem papel essencial, permitindo que o organismo do hospedeiro tenha a resiliência necessária para enfrentar situações que geram disbiose, inflamação e a doença, quer seja no intestino ou no trato respiratório.

Dentre estas ações, merece destaque a capacidade imunomoduladora. Muitos estudos conduzidos com posbióticos Diamond V demonstraram que estes produtos melhoram as respostas vacinais, ganho extremamente valioso para a suinocultura, pois inúmeras vacinas são realizadas em fases precoces e em momentos de muito estresse, como é o caso do desmame.

Como visto anteriormente, o CDRS é causado por uma série de agentes, contra os quais são empregadas vacinas comerciais e autógenas. Melhorias na eficácia destas vacinas, geram ganhos importantes nas fases de creche e engorda.

 

Produto fornecido via oral pode conferir imunidade ao trato respiratório?

Considerando que, o trato gastrintestinal (TGI) representa a maior interface entre o organismo suíno e o meio externo e que a superfície da mucosa do TGI é colonizada por grandes populações de microrganismos distribuídos em sua luz e na camada mucosa, devemos levar em consideração o papel da MI no desenvolvimento do sistema imune.

O intestino é o maior órgão linfoide dos suínos, onde cerca de 70% das células imunes estão presentes. Isso se deve, principalmente, às grandes quantidades de material antigênico, oriundo dos alimentos.

A MI, através do eixo intestino-pulmão, influencia funções imunes no pulmão através de uma conexão porque promove modificação nas respostas anti-inflamatórias nas vias aéreas. Criar uma ilustração assim:  ilustrando que a microbiota intestinal influência a saúde pulmonar

 

Considerações finais

O enfrentamento convencional das enfermidades do trato respiratório não tem sido eficaz, pois os programas de controle e de prevenção das enfermidades não estão adequadamente conectados com um programa de fortalecimento da saúde dos animais.

Deste modo, para que a suinocultura possa evoluir para um cenário com uso reduzido de antimicrobianos, será necessário além das boas práticas de produção, o uso de eubióticos como os posbióticos que, por diferentes mecanismos de ação, fortalecerão o sistema imunológico, permitindo que os animais sejam mais resilientes diante dos desafios impostos pelo sistema de produção intensivo. 

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