30 jan 2024

Indústrias suinícolas do RS buscam ampliar corredores de importação de milho

As indústrias suinícolas gaúchas empenham esforços para ampliar os corredores de importação de milho dos países lindeiros ao Brasil.

Indústrias suinícolas do RS buscam ampliar corredores de importação de milho

Indústrias suinícolas do RS buscam ampliar corredores de importação de milho

As indústrias suinícolas gaúchas empenham esforços para ampliar os corredores de importação de milho dos países lindeiros ao Brasil. A mobilização tem como foco a utilização da fronteira entre o município gaúcho de Porto Mauá, ao Noroeste do Estado, e a cidade argentina de Alba Posse. “Enviamos uma solicitação formal à Superintendência do Ministério da Agricultura do Rio Grande do Sul para que um profissional seja lotado no local para viabilizar a entrada de cargas de milho”, afirma o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber.

“Trabalhamos para alfandegar o porto de Porto Mauá. É preciso ter um técnico do Ministério da Agricultura para fazer vistoria na entrada das cargas lá. Já temos em Porto Xavier, São Borja e Uruguaiana, mas, para algumas empresas, é melhor que as cargas ingressem em Porto Mauá”, justifica o dirigente.

A solicitação tem como respaldo a previsão otimista às safras de milho da Argentina e do Paraguai, de onde, segundo Kerber, já está vindo milho para o Estado. Com uma demanda superior a 6 milhões de toneladas, ante uma produção que, em 2024, pode não ultrapassar as 5 milhões de toneladas, a expectativa é de ampliação das aquisições de outros países e de outros estados.

Indústrias suinícolas do RS buscam ampliar corredores de importação de milho

Indústrias suinícolas do RS buscam ampliar corredores de importação de milho

“Para nós, (o cenário) é frustrante. Não houvesse o problema de clima, a safra de milho seria realmente boa. Mas, infelizmente, não temos, de novo, uma perspectiva que imaginávamos alcançar”, diz Kerber.

A previsão sobre a quantidade da matéria-prima que virá de cada estado ou país, neste ano, ainda é incerta. Isso porque, da mesma forma que o excesso de chuva afetou a produtividade do milho do cedo no Estado, a escassez hídrica diminuirá a produtividade das lavouras no Centro-Oeste.

O analista da Safras & Mercado Paulo Molinari, entretanto, ressalta que o abastecimento local de milho não será afetado. A consultoria estima que a produção gaúcha, mesmo que abaixo de 7 milhões de toneladas, atenda à demanda.

“Safras & Mercado tem o número atual em 7,2 milhões de toneladas e deverá reduzir para 6 a 7 milhões de toneladas na sua próxima atualização. A questão é a área plantada, bem como os níveis de produtividade, que já vão sendo registrados no Estado, na média de 80 a 90 sacos por hectare”, explica.

O especialista alerta que, nos últimos três anos, houve exageros nas estimativas de cortes da safra gaúcha. Como exemplo, cita que, em 2023, a quebra levou a produção para pouco mais de 4 milhões de toneladas e foi suficiente para atender a demanda do estado todo. “Mas algumas estimativas locais mostraram safras bem abaixo disso, a exemplo do que esta sendo feito com a safra 2024”, avalia.

As exportações do milho gaúcho também ditarão sobre a real necessidade de adquirir o grão em outras localidades. “Vamos ter que ver quanto será exportado e quanto Santa Catarina irá adquirir do Rio Grande do Sul. Há produtores gaúchos integrados em Concórdia e Chapecó, por exemplo”, condiciona Kerber, ao garantir que “não vai faltar milho”.

Molinari diz que o Rio Grande do Sul exportou 560 mil toneladas do cereal em 2023. Para 2024, estima que a Argentina, com safra recorde, deva abocanhar a maior parte da demanda internacional, principalmente no primeiro semestre.

 “Os preços externos estão se reenquadrando mais próximos da sua média histórica. Isso deixa o Brasil menos competitivo na exportação. O porto e o interior têm diferenças de preços fortes em 2024 devido ao preço externo muito baixo neste momento”, evidencia.

Conforme boletim da Safras & Mercado de 24 de janeiro, o milho foi comercializado entre R$ 67 e R$ 70 a saca no Porto de Paranaguá. No Rio Grande do Sul, o preço ficou entre R$ 59 e R$ 62 a saca em Erechim. E, no Mato Grosso, entre R$ 45 e R$ 50 a saca em Rondonópolis.

Indústrias suinícolas do RS buscam ampliar corredores de importação de milho

Indústrias suinícolas do RS buscam ampliar corredores de importação de milho

Fonte: Correio do Povo


Relacionado com Insumos
país:1950

REVISTA SUÍNO BRASIL

Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura

EDIÇÃO suínoBrasil 3º TRI 2025
Colibacilose pós-desmame: Quando a comensal se torna patogênica

Colibacilose pós-desmame: Quando a comensal se torna patogênica

Izabel Cristina Tavares Ygor Henrique de Paula
Riscos ocultos na ração: O impacto da zearalenona na fertilidade suína

Riscos ocultos na ração: O impacto da zearalenona na fertilidade suína

Cândida Azevedo
Saúde dos cascos da fêmea suína

Saúde dos cascos da fêmea suína

Ton Kramer
MaxiDigest® Swine: Nutrição de Alta Performance para Suínos

MaxiDigest® Swine: Nutrição de Alta Performance para Suínos

Fernando Augusto Souza
Aurora Coop além do Brasil: os bastidores da internacionalização com Neivor Canton

Aurora Coop além do Brasil: os bastidores da internacionalização com Neivor Canton

Neivor Canton Priscila Beck
Avaliação do uso de Flavorad RP® em granja comercial: efeito sobre o desempenho reprodutivo

Avaliação do uso de Flavorad RP® em granja comercial: efeito sobre o desempenho reprodutivo

Beiser Montaño Diego Lescano Ronald Cardozo Rocha Sandra Salguero
Uso de DDGS na nutrição de suínos: potencial nutricional e impactos no desempenho animal

Uso de DDGS na nutrição de suínos: potencial nutricional e impactos no desempenho animal

Alex Maiorka Brenda Carolina P. dos Santos Juliane Kuka Baron Maria Letícia B. Mariani Simone Gisele de Oliveira
Influenza Aviária: Qual a ameaça para a suinocultura brasileira?

Influenza Aviária: Qual a ameaça para a suinocultura brasileira?

Janice Reis Ciacci Zanella
O uso de fitobióticos na produção de suínos

O uso de fitobióticos na produção de suínos

Geferson Almeida Silva José Paulo Hiroji Sato Jovan Sabadin Lucas Piroca
Qualidade do ar em granjas de suínos

Qualidade do ar em granjas de suínos

Cristiano Marcio Alves de Souza Filipe Bittencourt Machado de Souza Jéssica Mansur S. Crusoé Leonardo França da Silva Victor Crespo de Oliveira
ABCS lança manual de bem-estar que aproxima a legislação da realidade nas granjas

ABCS lança manual de bem-estar que aproxima a legislação da realidade nas granjas

Charli Ludtke Nina M de Oliveira Priscila Beck
Tecnologia europeia de liberação dirigida de zinco chega ao Brasil, adaptada às dietas e desafios locais

Tecnologia europeia de liberação dirigida de zinco chega ao Brasil, adaptada às dietas e desafios locais

Juliana Réolon Pereira Priscila Beck Zoé Garlatti
Intestino saudável, granja lucrativa: os pilares da nova suinocultura

Intestino saudável, granja lucrativa: os pilares da nova suinocultura

Cândida Azevedo

JUNTE-SE À NOSSA COMUNIDADE SUÍNA

Acesso aos artigos em PDF
Informe-se com nossas newsletters
Receba a revista gratuitamente na versão digital

DESCUBRA
AgriFM - Los podcast del sector ganadero en español
agriCalendar - El calendario de eventos del mundo agroganaderoagriCalendar
agrinewsCampus - Cursos de formación para el sector de la ganadería