Reposição que paga a conta: checklist prático para formar matrizes longevas
Saiba como como transformar a leitoa de reposição na principal alavanca de longevidade, estabilidade reprodutiva e retorno econômico.
Reposição que paga a conta: checklist prático para formar matrizes longevas
No estúdio agriNews Play (iniciativa da suínoBrasil e estúdio oficial do 21º Congresso Nacional da Abraves), a médica-veterinária Dra. Djane Dallanora destrinchou, em linguagem de campo, como transformar a leitoa de reposição na principal alavanca de longevidade, estabilidade reprodutiva e retorno econômico. Especialista em reprodução, biosseguridade e padronização de rotinas, ela foi direta: o “segredo” começa antes da primeira cobertura e se mede até o 3º–4º parto, quando a taxa interna de retorno se materializa.
“A fêmea se paga entre o terceiro e o quarto partos; perder antes disso encarece a reposição e corrói margem”, resumiu.
Assista a entrevista completa:
O primeiro bloco do checklist é crescimento e composição corporal. A nova geração de fêmeas ganhou velocidade de crescimento, o que exige curva alimentar definida e conversa fina com a nutrição para chegar ao peso de cobertura na idade correta. O flushing segue como ferramenta consolidada: 12 a 15 dias antes da cobertura (ou 21 dias para facilitar a execução), elevando o balanço energético para aumentar a taxa ovulatória. O ponto sensível está antes do flushing: controlar ganho de peso sem empobrecer a dieta. Reduzir “na torneira” uma ração padrão derruba energia, proteína e premix justamente quando a fêmea constrói osso, aprumos e aparelho mamário. A solução, diz, é ajuste de formulação, não só de quantidade.
Em paralelo, estímulo com o macho e sanidade entram como pilares de puberdade e proteção. Protocolos vacinais e ambiente respiratório (ventilação, qualidade do ar, limpeza e desinfecção) sustentam a entrada na vida reprodutiva. Na biosseguridade, a autora separa o que é externo (quarentena/ingresso de fêmeas de fora) do interno (rotas limpas/sujas, higiene, manejo de equipes).
“Biosseguridade começa com o simples — e o simples feito todo dia.”
Organização é o que transforma manejo em repetibilidade. A rotina de passagem de macho, a formação dos grupos de ‘irmãs de cio’ e fichas bem preenchidas padronizam idade, número de cios, peso e vacinação do lote que entra no flushing — e daí à cobertura. Sem isso, a granja “joga roleta” com taxa de parto e descarte precoce.
Na maternidade, onde as leitegadas cresceram, Dra Djane especializa o trato das primíparas. Estimativas de campo mostram que leitoas consomem ~60% da ração de uma fêmea adulta com 2 a 3 leitões a mais ao pé. A conta só fecha com foco absoluto em alimentação e água, climatização que as mantenha na zona de conforto térmico e vigilância a infecções uterinas. A régua de sucesso é perda de peso na lactação: trabalhar para manter 10–15% e perseguir desmames com peso próximo ao da cobertura, mitigando o vale do 2º parto.
“Estimular aparelho mamário é essencial, mas não faz sentido superestimular uma fêmea que você terá de descartar”, alertou.
Assista a entrevista completa:
Para manter retenção de 70–75% das cobertas até o 3º parto — faixa onde a fêmea se paga —, a autora integra três frentes:
No fechamento, Djane deixou um pedido que vale como norte de manejo: apetite nas fêmeas jovens.
“Temos uma máquina de fazer carne. Ela entrega muito mais do que pesa. O nosso papel é não perder por execução o que já ganhamos em genética e sanidade.”
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