A era da fenotipagem digital na suinocultura| Por: Marcos Lopes*
Prática integra genética, automação e grandes bancos de dados, trazendo maior precisão, rapidez e controle sobre o progresso genético, beneficiando a indústria com suínos mais produtivos, rentáveis e sustentáveis
A era da fenotipagem digital na suinocultura| Por: Marcos Lopes*
A transformação do melhoramento genético de suínos passou por várias fases tecnológicas, cada uma impulsionando a precisão e eficiência no processo de seleção e aprimoramento das características desejáveis dos animais. A técnica evoluiu da observação visual e seleção empírica, onde o melhoramento era baseado em características observadas a olho nu e nos conhecimentos práticos dos criadores, para o uso de grandes bancos de dados com informações como ganho de peso e tamanho da leitegada. Posteriormente, a seleção genômica revolucionou o setor, e atualmente estamos na era da fenotipagem digital, que está redefinindo o futuro do melhoramento genético.
Mais recentemente, a genética molecular introduziu a seleção genômica, permitindo a identificação de regiões específicas do DNA (ácido desoxirribonucleico) associadas às características de interesse e possibilitando uma seleção mais precoce e acurada, mesmo na ausência de dados fenotípicos para todos os candidatos à seleção.
Hoje em dia, a atenção se volta novamente a fenotipagem, mas agora com o suporte de tecnologias digitais. Sensores, câmeras e dispositivos de monitoramento são usados para capturar automaticamente uma ampla gama de dados fenotípicos de forma contínua e em tempo real. A fenotipagem digital inclui o uso de imagens 3D, sensores de movimento, brincos eletrônicos (RFID) para rastreamento individual, tomografia computadorizada e sistemas de inteligência artificial para analisar padrões comportamentais e características físicas dos animais.
Câmeras 2D e 3D podem ser utilizadas para avaliar a condição corporal dos suínos, permitindo a coleta detalhada de informações sobre seu desenvolvimento físico. Essas câmeras são capazes de capturar imagens que fornecem informações sobre a conformação, o que é fundamental para a seleção de suínos com melhor potencial genético para produção de carne magra e para maior rendimento de cortes nobres. Elas também possibilitam estimar o peso vivo dos animais sem a necessidade de balanças, o que economiza mão de obra e reduz o estresse dos animais. O uso de câmeras elimina a subjetividade e métodos invasivos, otimizando o manejo dos animais de forma automatizada e repetível.
A tomografia computadorizada (TC) é outra ferramenta valiosa, pois permite uma análise detalhada da estrutura interna dos suínos. Na Topigs Norsvin, essa tecnologia foi implementada em 2008 e, desde então, vem sendo aprimorada. A TC gera imagens tridimensionais de alta resolução que permitem identificar características genéticas desejáveis, como distribuição de gordura intramuscular e desenvolvimento ósseo e muscular. Essa tecnologia também possibilita a análise de órgãos internos e propensão a doenças como a osteocondrose, influenciando diretamente a longevidade dos animais.
Além disso, câmeras de monitoramento de comportamento têm sido eficazes para acompanhar o bem-estar animal, capturando dados sobre alimentação, locomoção, interações sociais e descanso. Essa análise é fundamental para identificar problemas de saúde, níveis de estresse e bem-estar geral, fatores que afetam a eficiência produtiva e a qualidade da carne. Por meio do uso de imagens, hoje podemos avaliar a qualidade e aprumos, identificar o comportamento de fêmeas de alta habilidade materna, além de gerarmos dados que nos auxilie no melhoramento genético contra caraterísticas indesejáveis, como canibalismo. Suínos com bom comportamento social são candidatos ideais para programas de melhoramento, resultando em maior produtividade do plantel.
A evolução no melhoramento genético de suínos, da observação visual à coleta de dados e seleção genômica, até a era da fenotipagem digital, demonstra o dinamismo desse processo. A fenotipagem digital integra genética, automação e grandes bancos de dados, trazendo maior precisão, rapidez e controle sobre o progresso genético, beneficiando a indústria com suínos mais produtivos, rentáveis e sustentáveis.
*Marcos Lopes, diretor Técnico da Topigs Norsvin, é formado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (Viçosa-MG), sendo também mestre em Zootecnia pela mesma universidade e doutor em Genética e Melhoramento Animal pela Wageningen University & Research, em Wageningen, na Holanda.
A empresa de genética suína Topigs Norsvin é reconhecida por sua abordagem inovadora na implementação de novas tecnologias e pelo seu foco contínuo na produção de suínos com a melhor relação custo-benefício.
Com um programa de genética robusto para fortalecimento dos seus produtos, a Topigs Norsvin faz com que os seus clientes obtenham um valor agregado significativo em sua produção. O melhoramento genético da Topigs Norsvin baseia-se em dois pilares fundamentais: sustentabilidade e eficiência, que se traduzem em um programa de genética balanceado e com maior rentabilidade.
Pesquisa, inovação e disseminação de melhorias genéticas são os pilares da empresa, que investe mais de 34 milhões de euros em P&D ao ano.
Mais informações: www.topigsnorsvin.com.br
Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura
AUTORES
Uso do sorgo na alimentação de suínos
Ana Paula L. Brustolini Ednilson F. Araujo Fabiano B.S. Araujo Gabriel C. Rocha Maykelly S. GomesFornecimento de ninho: muito além do atendimento à instrução normativa
Bruno Bracco Donatelli Muro César Augusto Pospissil Garbossa Marcos Vinicius Batista Nicolino Matheus Saliba Monteiro Roberta Yukari HoshinoFunção ovariana: Estabelecendo a vida reprodutiva da fêmea suína – Parte II
Dayanne Kelly Oliveira Pires Fernanda Radicchi Campos Lobato de Almeida Isadora Maria Sátiro de Oliveira João Vitor Lopes Ferreira José Andrés Nivia Riveros Luisa Ladeia Ledo Stephanny Rodrigues RainhaVacinas autógenas na suinocultura – Parte II
Ana Paula Bastos Luizinho Caron Vanessa HaachDanBred Brasil: novo salto em melhoramento genético aumenta desempenho produtivo e eficiência na suinocultura brasileira
Geraldo ShukuriPrincipais doenças entéricas em suínos nas fases de creche e terminação
Keila Catarina Prior Lauren Ventura Parisotto Marcos Antônio Zanella Morés Marina Paula Lorenzett Suzana Satomi KuchiishiPerformance de suínos em crescimento e terminação com uso de aditivo fitobiótico-prebiótico
Equipe técnica VetancoSIAVS: ponto de encontro da proteína animal para o mundo
O uso do creep feeding e o desafio de se criar leitões saudáveis e produtivos
Felipe Norberto Alves FerreiraAlimentando o futuro das produções animais, Biochem apresenta soluções inovadoras para uma nutrição de precisão
Equipe Técnica Biochem BrasilInsensibilização de suínos: os diferentes métodos e suas particularidades
Luana Torres da RochaComo a via êntero-mamária nas matrizes suínas modula a microbiota dos leitões?
Pedro Henrique Pereira Roberta Pinheiro dos Santos Vinícius de Souza Cantarelli Ygor Henrique de Paula