Conheça 6 fatos sobre o bem-estar animal e entenda os mitos que cercam o tema
Especialista da MSD Saúde Animal elencou os principais pontos sobre o conceito para clarificar o entendimento e esclarecer dúvidas
Conheça 6 fatos sobre o bem-estar animal e entenda os mitos que cercam o tema
Uma ciência que depende diretamente da relação humano-animal e leva em consideração a harmonia entre alimentação adequada, ambiência confortável, boa saúde, capacidade de expressão dos comportamentos naturais e bom estado mental: bem-estar animal.
Responsável por reduzir o estresse dos animais e, consequentemente, impulsionar a melhoria da saúde, uma menor ocorrência de enfermidades, lesões, mortalidade e desperdício de recursos e mais qualidade do produto final, o conceito ganha cada vez mais visibilidade. Mas você sabe os mitos que rodeiam esse campo e os principais fatos sobre o assunto?
Filipe Dalla Costa, coordenador de Bem-Estar Animal na MSD Saúde Animal, separou seis verdades que precisam estar claras para produtores, consumidores e sociedade de maneira geral:
O bem-estar animal é uma área multidisciplinar, baseada em evidências científicas da etologia, fisiologia, medicina veterinária e zootecnia. O bem-estarismo acredita ser possível produzir alimentos de origem animal de forma ética, reduzindo situações de estresse desnecessários aos indivíduos e ao meio ambiente durante o ciclo produtivo.
Ele é tido como um compromisso ético e estratégico. É parte da responsabilidade social das empresas e uma condição indispensável para a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Vale ressaltar que o consumidor contemporâneo está mais interessado na forma como os alimentos são produzidos e, assim, busca produtos que promovam experiências positivas e sejam derivados de produções éticas e pautadas no bem-estar animal.
Conheça 6 fatos sobre o bem-estar animal e entenda os mitos que cercam o tema
Bem-estar animal não significa humanizar ou mimar os animais, mas, sim, garantir que eles possam viver de forma saudável, segura e natural dentro de seus sistemas de produção. O entendimento de que bem-estar animal é abraçar e fazer carinho nos animais é errado. Até porque nem todas as espécies respondem bem a carinhos e abraços; por exemplo, suínos e aves são presas no reino animal, então eles têm um grande medo de serem contidos, pois se assemelha a uma captura. Dessa forma, é extremamente importante conhecermos o comportamento natural de cada espécie para podermos criar conexões positivas com os animais e evitarmos situações de estresse desnecessárias.
O conceito envolve aspectos físicos, mentais e comportamentais, como conforto térmico, liberdade de movimentos, possibilidade de expressar comportamentos naturais e, principalmente, estar saudável. O bem-estar animal é intrínseco a cada indivíduo, não é algo que pode ser comprado ou vendido.
Assim, o foco deve estar na perspectiva do animal, na forma como cada indivíduo do grupo interage com as condições fornecidas, e não apenas em boas intenções humanas. O estado de bem-estar animal pode variar de muito ruim a muito bom. É necessário observar respostas comportamentais e fisiológicas.
Inclusive, certificar insumos como vacinas e rações com bem-estar animal é um erro e está em desacordo com o conceito científico, uma vez que são produtos, sem um estado de bem-estar animal.
Conheça 6 fatos sobre o bem-estar animal e entenda os mitos que cercam o tema
O animal na natureza ocupa a posição de uma presa. A forma como o ser humano interage com os animais (comunicação, rotina, estímulos) influencia diretamente nos níveis de estresse, medo e sofrimento. Interações negativas tendem a trazer perdas produtivas e aumentar o risco de acidentes no trabalho.
Com o manejo adequado e de baixo estresse, é possível reduzir perdas por fraturas, mortes, contusões, uso de medicamentos desnecessários, entre outros fatores, e intensificar a produtividade. Ou seja, bem-estar animal dá lucro, sim. Por meio da redução do estresse dos animais, há uma melhoria da saúde, menor ocorrência de enfermidades e mais qualidade do produto final. Além disso, o risco de acidentes com manejadores é menor. Melhorar o bem-estar dos animais é trabalhar de forma mais ética, responsável e lucrativa.
É importante lembrar ainda que todo processo de interação com o animal gera interesse na sociedade. Há uma demanda crescente por transparência, rastreabilidade e certificações confiáveis ligadas ao respeito aos animais, como a Certificação em Bem-Estar Único – Missão de Cuidar.
Conheça 6 fatos sobre o bem-estar animal e entenda os mitos que cercam o tema
Nenhuma estrutura substitui o impacto de um bom manejo. Investir em capacitação contínua é um dos pilares da melhoria do bem-estar, e um grande avanço do tema está justamente na conscientização das pessoas sobre o conceito de bem-estar animal e como os resultados podem melhorar a vida das pessoas, dos animais e o uso dos recursos naturais, chegando ao conceito de Saúde Única.
Quando o assunto começou a ganhar força no Brasil e incentivou o setor produtivo a pensar pelo lado dos animais e relacionar a forma como eles reagem a cada estímulo, muitos profissionais acreditavam que isso não funcionaria e que era uma onda passageira. Contudo, ao notarem que garantir uma vida digna de ser vivida aos animais trazia benefícios à produtividade e melhorava a facilidade de manejo e de bem-estar também das pessoas, o tema passou a ganhar mais relevância na cadeia produtiva.
Hoje, com muitos treinamentos e pesquisas realizadas, já avançamos muito na forma de interação com os animais (interação humano-animal) e conseguimos adequar instalações e técnicas de manejo nutricional e sanitário que proporcionem melhor conforto aos animais. Ao capacitar pessoas com conhecimento, ferramentas práticas e consciência sobre o impacto de suas atitudes, incentiva-se um melhor desempenho zootécnico, a redução de perdas e a promoção de uma produção mais ética e sustentável.
Promover uma mudança de cultura, com o incentivo a uma comunicação mais empática e respeitosa entre seres humanos e animais, com base no entendimento do comportamento natural e no uso da linguagem corporal, fortalece o vínculo entre profissionais, produtores e demais agentes da cadeia, criando um ambiente de mais confiança, cooperação e respeito mútuo.
Engana-se quem acha que ter equipamentos modernos é garantia de bem-estar animal na produção. O conceito consiste no estado do indivíduo perante as adequações ao meio fornecido, ou seja, depende da interação entre os domínios da alimentação, ambiência, saúde e comportamento, que interagem para dar o estado físico e mental de bem-estar animal. Não é algo que pode ser comprado, mas, sim, harmonizado em qualquer sistema de produção.
Manter temperatura e umidade adequadas e controlar a nutrição em quantidade e qualidade, sem disputas entre os indivíduos, são fatores fundamentais. Mas muitas outras situações são parte da construção do que de fato é o bem-estar, como densidade, qualidade de ar, qualidade do piso, prevenção de enfermidades e interação humano-animal. Desde que bem manejados, sistemas simples também podem ter bons níveis de bem-estar animal. É um campo acessível a todos os produtores.
Conheça 6 fatos sobre o bem-estar animal e entenda os mitos que cercam o tema
Há mais de 130 anos, a MSD cria invenções para a vida, trazendo ao mercado medicamentos inovadores para combater as doenças mais desafiadoras. A MSD Saúde Animal, uma divisão da Merck & Co., Inc., é a unidade global de negócios de saúde animal da MSD. Por meio do seu compromisso com a Ciência para Animais mais Saudáveis, a MSD Saúde Animal oferece a médicos-veterinários, pecuaristas, donos de pets e governos uma grande variedade de produtos farmacêuticos veterinários, vacinas, soluções e serviços de gestão de saúde, além de um amplo conjunto de tecnologia conectada que inclui produtos voltados à identificação, à rastreabilidade e ao monitoramento. A MSD Saúde Animal é dedicada a preservar e melhorar a saúde, o bem-estar e o desempenho dos animais e das pessoas. Investe amplamente em recursos de P&D e em uma cadeia de suprimentos moderna e global. A empresa está presente em mais de 50 países e seus produtos estão disponíveis em cerca de 150 mercados. Para obter mais informações, visite nosso site e conecte-se conosco no LinkedIn, Instagram e Faceb
Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura
AUTORES
O potencial inexplorado da Inteligência Artificial na produção suína
M. Verónica Jiménez GrezA fibra insolúvel na dieta da fêmea suína gestante como estratégia para mitigação da fome e garantia do desempenho – Parte I
Danilo Alves Marçal Ismael França Jaira de Oliveira Luciano HauschildΒ-glucanos e Mananoligossacarídeos e microbiota intestinal: como modular a saúde de dentro para fora
Cândida Azevedo Jéssica Mansur Siqueira Crusoé Leonardo F. da SilvaPrevenção e controle da transmissão de doenças através dos alimentos
Pedro E. UrriolaCasuística de exames laboratoriais para suinocultura em 2024
Keila Catarina Prior Lauren Ventura Parisotto Marina Paula Lorenzett Suzana Satomi KuchiishiEstratégias nutricionais em desafios sanitários
Cleandro Pazinato Dias Marco Aurélio Callegari Prof. Dr. Caio Abércio da Silva Prof. Dr. Rafael Humberto de CarvalhoConstruindo um protocolo de sustentabilidade para a suinocultura brasileira – Parte I
Everton Luís KrabbeComo uma amostragem adequada pode garantir uma melhor acurácia analítica?
Clarice Speridião Silva NetaEfeito de um aditivo tecnológico na dieta de porcas e seu impacto no desempenho da leitegada
Cleison de SouzaComo otimizar o desempenho dos leitões pós-desmame com proteínas funcionais?
Luís RangelUso de ácidos orgânicos e mananoligossacarídeos na dieta de leitões desafiados com Salmonella Typhimurium: efeito nos órgãos, escore fecal e desempenho zootécnico
Ariane Miranda Eduardo Miotto Ternus Gefferson Almeida da Silva Ines Andretta José Paulo Hiroji Sato Julio C. V. Furtado