
Entenda o porquê da água ser o mais essencial de todos os nutrientes para os animais.
Entenda o porquê da água ser o mais essencial de todos os nutrientes para os animais
A água é o mais essencial de todos os nutrientes para o organismo e é o nutriente mais consumido em termos de quantidades ao longo de sua vida. Sendo assim, é de extrema importância fornecer água em quantidade suficiente e qualidade adequada aos suínos em todas as fases de produção.
A água é responsável por até 80% do peso corporal do leitão ao nascimento e reduz para aproximadamente 50% em um suíno terminado. As necessidades hídricas estão principalmente associadas ao peso corporal e ao consumo de ração.
Leitões lactentes bebem, aproximadamente, 45 ml de água por dia nos primeiros dias após o nascimento e gradualmente aumentam o consumo para cerca de 350 mL por dia ao desmame aos 28 dias (Fraser et al., 1988; Nagai et al., 1994).
A ingestão de água durante o período de amamentação pode prevenir a desidratação e promover a sobrevivência de leitões com baixa ingestão de leite (Fraser et al., 1988).
Após o desmame, as necessidades de água são altamente variáveis. Em geral, as necessidades hídricas são comumente baseadas em proporções de água para ração, com proporções normais de 2:1 a 3:1 para suínos de creche e engorda, diminuindo à medida que os suínos desenvolvem (Shaw et al., 2006).
Durante a gestação, a ingestão de água das porcas gestantes aumenta em função da ingestão de matéria seca.
As porcas em lactação precisam de quantidades consideráveis de água, não apenas para repor os 8 a 12 kg de leite secretado, mas também para eliminar grandes quantidades de produtos metabólicos finais na urina. O consumo diário de água para porcas em lactação varia de 12 a 40 L/dia, com média de 18 L/dia.
O consumo de água pelos suínos é influenciado por diferentes fatores, incluindo:
A compreensão dos fatores que afetam o consumo da água é de suma importância para o fornecimento de água e para atender às necessidades e ao mesmo tempo controlar o desperdício de água.
O baixo fluxo de água aumenta o tempo gasto no bebedouro e desencoraja o consumo ideal de água pelos animais. Em contrapartida, a alta vazão de água aumenta o desperdício de água.
A Tabela 1 apresenta recomendações para as taxas de fluxo de água em bebedouro tipo chupeta, que equilibram a necessidade de evitar o desperdício excessivo, garantindo a ingestão adequada de água por fase.
Tabela 1. Taxas e fluxo de bebedouro nipple recomendado para várias classes de suínos.
A pressão da água também influencia a ativação dos bebedouros pelos suínos e a quantidade de desperdício de água. A pressão de água recomendada para facilitar a ativação enquanto controla o fluxo de água é de 20 psi.
A recomendação geral é ter um único bebedouro para cada 10 a 15 animais, normalmente na proporção de 1:12 bebedouro por suíno. Vale ressaltar que, o fornecimento de água de acordo com a recomendação pode melhorar o desempenho dos suínos nas fases de creche (Sadler et al., 2008) e terminação (Vier et al., 2018).
O bebedouro tipo cocho deverá ser ajustado em um ângulo de 90° na altura do ombro do animal, enquanto que o nipple deverá ser ajustado em um ângulo de 45° e 2 a 3 polegadas acima da altura do ombro do animal.
Há uma grande variação na quantidade de desperdício de água devido ao tipo e manejo do bebedouro.
Os bebedouros tipo nipple são mais propensos ao desperdício de água do que os bebedouros tipo cocho.
Com bebedouros tipo nipple , o derramamento de água vai diretamente para o poço de dejetos e os suínos ativam facilmente o bico para recreação ou inclinando-se involuntariamente no bico. Além disso, esse tipo de bebedouro pode exigir mais atenção da regulação da altura e do fluxo de água para minimizar o desperdício.
Ao passo que, nos bebedouros tipo cocho, a água derramada flui para uma tigela colocada sob os dispositivos de distribuição de água e está disponível para os animais beberem. Em contrapartida, esse tipo de bebedouro também
pode acumular ração, urina e fezes na tigela, enquanto os nipple fornecem um suprimento contínuo de água fresca para os animais.
Ainda vale ressaltar que, o consumo de água é maior para os suínos alimentados com dietas à base de farelo em comparação às dietas peletizadas, resultando em uma relação água/ração semelhante ao considerar as diferenças na eficiência alimentar entre as formas de alimentação (Laitat et al., 1999).
A quantidade de água consumida pelos suínos varia muito em função da:
O conhecimento dos padrões diários de consumo de água pelos suínos pode servir como um indicador de condições ambientais desfavoráveis e um predizer problemas sanitários (Brumm, 2006).
A qualidade da água geralmente se refere à composição mineral, pH e contaminação bacteriana da água potável. Os minerais mais comumente encontrados em águas subterrâneas e superficiais são:
As concentrações combinadas desses minerais são denominadas de total de sólidos dissolvidos (Patience, 2012). Os suínos são adaptáveis a uma ampla gama de qualidade da água, mas surgem preocupações com níveis elevados de sulfato, nitrato e nitrito na fonte de água.
O nível máximo recomendado de sulfato na água é de 1.000 ppm (NRC, 2012).
O nível máximo recomendado na água é de 100 ppm de nitratos mais nitritos de nitrogênio (NRC, 2012).
O nível máximo recomendado de TSD na água é de 3.000 ppm (NRC, 2012).
A água é considerada mole se a concentração de cálcio e magnésio estiver abaixo de 60 ppm e dura se estiver acima de 120 ppm (NRC, 2012).
Na suinocultura moderna, a água é usada principalmente para hidratação dos animais, limpeza das instalações, higienização de equipamentos e em sistemas de dejetos líquidos, para descarga ou movimentação do dejeto para o local de armazenamento.
A qualidade da água potável para suínos e aves varia muito, dependendo da concentração e do tipo de contaminante em questão. Embora os suínos possam se aclimatar a alguns problemas de qualidade da água, não há dúvida de que a água de má qualidade pode afetar negativamente o desempenho. Para a maioria dos contaminantes da água, não há um único nível em que o desempenho seja afetado. Isso se deve em parte ao fato de que os efeitos sobre o desempenho animal em qualquer nível variam dependendo da presença de outros contaminantes.
Portanto, ao avaliar problemas de qualidade da água causados por um fator específico, a consideração de outros fatores presentes é fundamental.
Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura
AUTORES
Uso de casca de soja na alimentação de suínos com ênfase na saúde intestinal
Amoracyr José Costa Nuñez Giovanna H. A. Santana Kallita L. S. Cardoso Mariana V. Holanda Milena S. Rodrigues Valesca R. Lima Vivian Vezzoni de AlmeidaMedidas morfométricas de suínos como ferramenta de predição de peso corporal
José Arcínio de Assis Sérgio de Miranda PenaProjeções apontam novo recorde de exportação suína no Brasil para 2025
Wagner YanaguizawaEfeitos da suplementação de ácidos orgânicos e mananoligossacarídeo na saúde de suínos em fase de creche desafiados por Salmonella Typhimurium
Eduardo Miotto Ternus Furtado J.C.V. Ines Andretta José Paulo Hiroji Sato Lucas Piroca Miranda A.Streptococcus suis: avanços no controle e desenvolvimento de vacinas
Ana Norte Matheus CostaSuplementação de lisina no final da gestação para estimular o desenvolvimento mamário de porcas primíparas
Chantal FarmerImportância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade
Lucas Avelino RezendeFortalecendo a barreira intestinal como primeira linha de defesa
Equipe AdisseoResiliência é a nossa característica
Losivanio Luiz de LorenziDistribuição ideal de ordem de partos em granjas suinícolas: Estratégias para maximizar produtividade
César Augusto Pospissil Garbossa Fernanda Mariane dos Santos Flávio de Aguiar Coelho Jose Alfonso Echavarria MartinezOtimizando a saúde intestinal e reduzindo os custos das dietas de suínos com o uso da Protease Jefo
Dr. Heitor Vieira Rios Dra. Marcia de Souza Vieira